
Dois pacientes de Belo Horizonte testaram positivo para a subvariante BQ1.1 da �micron, que tem provocado uma nova onda de casos de COVID-19 em todo o mundo. As amostras foram analisadas pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os casos confirmados nessa sexta-feira referem-se a um homem de 26 anos e a uma mulher de 24. Eles fizeram os testes entre 25 de outubro e 1º de novembro.
“Realizamos o sequenciamento atrav�s da metodologia Sanger, que amplifica a regi�o da esp�cula Sars-CoV-2, onde � a regi�o quente, o hotspot de muta��es. Assim, conseguimos identificar as variantes e subvariantes atrav�s das muta��es que encontramos”, explicou o doutor em microbiologia Alex Fiorini, pesquisador do CT-Vacinas.
De acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), “a��es de vigil�ncia para investiga��o e monitoramento desses casos e seus contatos j� foram iniciados”. Informada pela pasta sobre a circula��o da variante na capital, na tarde da �ltima sexta-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ressaltou que, at� o momento, a BQ.1 n�o foi identificada em nenhum teste realizado na rede p�blica municipal.
Assim como em todo o mundo, Minas Gerais vive uma escalada da COVID em novembro. Para se ter uma ideia, os casos confirmados em 24 horas, conforme o boletim epidemiol�gico mais recente divulgado pelo estado, nessa sexta-feira, subiram 652% em rela��o aos positivos contabilizados em apenas um dia no balan�o de 11 de novembro: passou de 223 para 1.679. O n�mero mais recente, inclusive, foi o maior registrado este m�s em um per�odo de 24 horas.
A capital mineira segue a mesma tend�ncia de aumento da doen�a. Em uma semana, de acordo com os dados divulgados na sexta pela prefeitura, os testes positivos para COVID-19 praticamente dobraram, passando de 636 para 1.243.
A procura por testes em laborat�rios tamb�m tem se mostrado significativa. Nesta semana foram 8 mil exames feitos, contra 4 mil na anterior. Os dados foram anunciados pela secret�ria municipal de Sa�de, Cl�udia Navarro, na �ltima quinta.
MEDIDAS
A eleva��o do n�mero de pacientes levou a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) a voltar com a obrigatoriedade do uso das m�scaras no transporte p�blico, esta��es de �nibus e de metr�, ve�culos escolares, t�xis e carros de aplicativos. No primeiro dia da regra, na sexta-feira, o Estado de Minas flagrou pouca ades�o � medida nos coletivos.
Ontem, por�m, a reportagem circulou pelo Centro da cidade e percebeu que muitas pessoas decidiram retomar o uso das m�scaras.
A medida, inclusive, � defendida pelas autoridades de sa�de do estado. Depois da confirma��o dos casos da subvariante BQ1.1, a SES emitiu nota informativa refor�ando a necessidade dos cuidados para evitar a COVID-19. Al�m do EPI, lavagem das m�os e �lcool em gel devem fazer parte da rotina da popula��o.
VACINA��O
O documento tamb�m alerta sobre a necessidade imediata de complementar o esquema vacinal com todas as doses de refor�o, uma vez que a imuniza��o tem se mostrado eficaz na prote��o contra o v�rus. Em Minas Gerais, no entanto, apenas 41,9% da popula��o apta a ser vacinada est� com a segunda aplica��o de refor�o (quarta dose) em dia.
“O que vimos acontecendo com os casos na Europa � que, desde que as pessoas tenham a dose de refor�o, ela supera a imunidade em rela��o � infec��o, mas n�o causa casos graves”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo.
Vale lembrar que a primeira morte em decorr�ncia de contamina��o pela BQ.1 no Brasil foi de uma moradora de S�o Paulo, de 72 anos, que tinha comorbidades e recebeu somente tr�s doses contra a COVID-19.