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Estado de Minas PATRIM�NIO

Mariana celebra reabertura da matriz do distrito de Cachoeira do Brumado

Festa no domingo (27/11) ter� repique de sinos, prociss�o, b�n��o e missa no templo barroco


27/11/2022 18:15 - atualizado 27/11/2022 18:44

Interior da Matriz em Mariana
Na obra que durou dez anos, foram descobertas pinturas de 1750, sob camadas de tinta (foto: PR�XIS RESTAURARTE/DIVULGA��O)
O hist�rico distrito de Cachoeira do Brumado, em Mariana, na Regi�o Central de Minas, festeja no domingo (27/11) a reabertura da Matriz Nossa Senhora da Concei��o, que ficou dez anos em obras e fechada, nos dois �ltimos, para restauro dos elementos art�sticos.
 
Entusiasmado, o administrador paroquial, padre Jos� Geraldo Coura, conhecido por padre Juca, avisa que haver� repicar de sinos �s 12h e prociss�o �s 18h, saindo da Capela Nossa das Gra�as. Na chegada � matriz da imagem de Nossa Senhora da Concei��o haver� abertura solene da porta principal, acolhida pela sociedade musical Oito de Dezembro, b�n��o da igreja e missa presidida pelo arcebispo metropolitano de Mariana, dom Airton Jos� dos Santos.

Lembrando que a comunidade � sempre a melhor guardi� de seu patrim�nio, padre Juca, h� oito anos na par�quia, portanto � frente da maior parte das interven��es, pede a colabora��o de todos para continuar o trabalho. “Nossa pr�xima etapa � o cuidado com nosso grande tesouro, que � a matriz. A comunidade vem ajudando demais, com doa��es, barraquinhas e leil�es, a levarmos adiante a restaura��o, mas temos ainda servi�os fundamentais para a seguran�a”, diz o administrador paroquial.

Com popula��o em torno de 3 mil pessoas e localizado h� 27 quil�metros do Centro de Mariana (primeira vila, cidade, capital e diocese de Minas), Cachoeira do Brumado esperou durante dez anos pelo t�rmino do restauro da matriz do s�culo 18. A primeira fase, contemplando a parte estrutural, especialmente o telhado, ocorreu em 2012, come�ando a segunda tr�s anos depois, para restauro dos elementos art�sticos e do arco cruzeiro. Em 2010, veio a terceira fase, incluindo o forro, bala�stres e cimalha, e um complemento no coro.

Os problemas na igreja, decorrentes da a��o dos cupins e das infiltra��es provocadas pelas �guas da chuva, demandaram obras em uma d�cada ao custo de R$ 1,5 milh�o – recursos do Fundo Municipal de Preserva��o do Patrim�nio Cultural “deliberado pelo Conselho Municipal do Patrim�nio Cultural de Mariana, com recursos do ICMS Cultural (Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os) e da participa��o popular”.

Igualmente satisfeito est� o especialista Rafael C�sar da Cruz, da Pr�xis RestaurArte, que trabalha com sua equipe desde 2015, no in�cio das interven��es nos elementos art�sticos, e d� mais detalhes. “Come�amos com o trabalho em tr�s ret�bulos, fruto de um conv�nio da prefeitura com a Arquidiocese de Mariana. Todos estavam muito danificados, com ataque de cupins, partes apodrecidas e repinturas. O restauro recuperou a pintura original escondida. Depois, pelo mesmo conv�nio, houve o restauro de dois p�lpitos e do arco-cruzeiro, e, na sequ�ncia, das arcadas, tribunas e forro da nave com a representa��o de Nossa Senhora da Concei��o”, destaca.

Surpresas


O patrim�nio cultural de Minas n�o para de surpreender – e sempre brilha em arte, beleza e hist�ria para encantar moradores e visitantes. Em 2019, conforme documentou o Estado de Minas, a equipe de restaura��o descobriu, sob camadas de tinta, uma pintura datada do s�culo XVIII.

Nos estilos barroco e rococ�, da mesma �poca de t�rmino da constru��o do templo, conforme pesquisa, a pintura est� localizada na parte superior do ret�bulo de S�o Miguel, no altar lateral direito (de quem entra no templo) e se encontrava debaixo de duas camadas de repintura: do fim do s�culo e de 1945.

A pintura foi descoberta pelas restauradoras Sandra Godoy e Adenice Souza. Na �poca, Sandra contou ao EM que o trabalho estava em procedimento de desmonte e restauro do arco- cruzeiro, raspagem e recupera��o dos primeiros revestimentos feitos nos p�lpitos e ret�bulos laterais, quando houve o achado, inesperado, dos primeiros vest�gios do desenho. “Ao iniciarmos o procedimento do lado esquerdo, descobrimos que, antes da repintura, havia sido feita toda a remo��o de uma pintura original, e j� esper�vamos que acontecesse o mesmo do outro lado. Quando passamos para o lado direito, no in�cio da remo��o, j� fomos notando resqu�cios da original, que provavelmente era a mesma que havia no lado esquerdo. � medida em que �amos removendo, ela ia aparecendo.”

Adenice tamb�m falou sobre a pintura. “N�o h� prazer maior do que o da descoberta. Buscamos, sempre, encontrar e recuperar algo, mas, quando n�o � poss�vel, tudo bem. E a emo��o da revela��o de uma policromia concreta � muito gratificante, ainda mais que est�vamos em procedimento final. Era a �ltima etapa, ent�o n�o esper�vamos mesmo encontrar algo ali.”

O especialista Rafael Cruz, da empresa Pr�xis RestaurArte, deu detalhes sobre a pintura: “Trata-se de uma obra de 1750, per�odo marcado pela transi��o do barroco para o rococ�. Ela � composta por desenhos de rom�s, s�mbolo da imagin�ria sacra daquela �poca, rocalhas, folhas de acanto e uma voluta envolta por elementos florais. Sua policromia foi afetada pelo tempo e a estrutura conta com galerias de cupins. A partir de agora, passar� por um processo de recupera��o e preserva��o de seus elementos art�sticos”.

 


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