
Esta � a primeira vez que o promotor est� sendo ouvido pelo corpo de desembargadores do tribunal. Durante seu depoimento, Pinho explicou como era a rela��o com Lorenza e detalhou o que fez no dia em que a esposa morreu.
Na vers�o do acusado, no dia anterior ao �bito, a v�tima ficou deitada no quarto do casal dizendo estar com sono e por isso n�o passou o dia com a fam�lia. Ainda segundo o promotor, por volta das 6h do dia 2 de abril, dia em que Lorenza foi morta, ele ouviu a mulher tossir e, ao n�o receber uma resposta, percebeu que algo estava errado.
"Eu acordei com ela tossindo, chamei por ela, mas ela n�o me respondeu. Ent�o, desci da cama e bati na bochecha dela, mas ela n�o respondeu. Olhei para ver se ela estava respirando, medi a oximetria dela e o aparelho n�o teve leitura", relatou.
A defesa do promotor trabalha com a hip�tese de que Lorenza tenha se intoxicado com rem�dios. No entanto, a per�cia do Instituto Medico-Legal (IML) constatou que no sangue da v�tima havia subst�ncias como Zolpiden, Mirtazapina, Quetiapina, Buprenorfina e Clonazepam. O laudo do IML tamb�m apontou que Lorenza foi asfixiada e tinha les�es na regi�o cervical.
Por ser membro do Minist�rio P�blico, Andr� de Pinho tem foro privilegiado, ou seja, o julgamento � feito por desembargadores que comp�em o �rg�o Especial do TJMG. O colegiado � formado por 13 desembargadores mais antigos do Tribunal e mais 12 desembargadores eleitos.
Relembre o caso
Lorenza foi encontrada morta, no dia 2 de abril de 2021, no apartamento em que morava com o marido, o ent�o promotor Andr� Luiz Garcia de Pinho. Ap�s 11 dias no Instituto M�dico Legal da capital, o corpo foi liberado e enterrado em Barbacena, onde Lorenza nasceu.
O atestado de �bito preliminar assinado por dois m�dicos do IML de BH apontou que Lorenza teria engasgado com um rem�dio. Por�m, a fam�lia da mulher tinha suspeitas da causa da morte que constava no documento.
Ap�s investiga��es, Andr� de Pinho foi indiciado por feminic�dio. Conforme a den�ncia do Minist�rio P�blico, o promotor teria intoxicado e asfixiado a esposa na noite em que ela morreu. Ele foi acusado de aplicar nas costas da esposa adesivos de analg�sicos em quantidade superior � dose prescrita e, ainda, ter dado a ela duas garrafas de bebida alco�lica para que ela tomasse.