Autoescola � investigada por envolvimento em furtos e golpes a fazendeiros

O envolvimento de uma autoescola de Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas, em furtos de tratores e golpes a fazendeiros � investigado pela Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG). A Opera��o Novo Oeste foi desencadeada, nesta quarta-feira (21/12), para desarticular a organiza��o criminosa.

Foram cumpridos simultaneamente 16 mandados de busca e apreens�o em seis cidades: Lagoa da Prata (8), Japara�ba (2), Iguatama (1), Dores do Indai� (2), Carmo do Cajuru (1) e Divin�polis (2).

As investiga��es come�aram h� oito meses a partir do furto de um trator em Japara�ba. Em junho, outra ocorr�ncia foi registrada, desta vez, em Lagoa da Prata. 

Os dois ve�culos foram recuperados. Um estava escondido em um canavial na regi�o do roubo e o outro em um s�tio, alugado a um dos integrantes da quadrilha, em Divin�polis, tamb�m no Centro-Oeste.

“A investiga��o foi evoluindo e al�m de apurar os dois furtos de tratores, identificando os que v�o at� o local e pegam os tratores, identificamos elementos que fazem acreditar na exist�ncia de uma organiza��o criminosa, ou seja, de uma associa��o de indiv�duos estruturada, cada um com sua fun��o voltados para dois n�cleos distintos: um n�cleo � este de furto de tratores e o outro de golpes, dos estelionat�rios”, explica o delegado respons�vel pelas investiga��es, Ivan Lopes.

Ao todo, 13 pessoas s�o investigadas, nove delas suspeitas de integrarem a organiza��o criminosa. “H� aqueles indiv�duos que chegam a trabalhar na fazenda para levantar informa��es, h� aqueles que furtam, aqueles encarregados da log�stica, do transporte e os encarregados da venda”, esclarece. 

No n�cleo de estelionato, os suspeitos praticavam v�rios golpes, principalmente contra fazendeiros e postos de combust�veis com cheques fraudulentos. “Para dar mais credibilidade, eles mantinham um v�nculo com uma autoescola. Eles fizeram dela o ponto base e, �s vezes, praticam golpes at� usando os carros dela”, revela o delegado. A empresa fica em Lagoa da Prata.

Ela fornecia log�stica de ve�culos para eles praticarem golpes. Em um caso interceptado pela Pol�cia Civil, os investigadores impediram que fosse consumada a compra de 30 cabe�as de bois. Um dos suspeitos foi preso no local e o outro fugiu, segundo a pol�cia, com suporte da autoescola.

Golpes em postos de gasolina

Os suspeitos tamb�m usavam os carros para aplicar golpes em postos de combust�veis. Dois casos foram registrados em Arcos e um em Uberl�ndia, al�m de em outros munic�pios. Eles abasteciam, pagavam com cheques em valores de R$ 7 mil a R$ 10 mil, e recebiam o troco em dinheiro. “Usavam o carro da autoescola para dar credibilidade”, afirma Lopes.

Dos investigados um est� preso. Ele foi detido no in�cio de novembro durante um roubo a um trator em Bom Despacho. Outro j� foi condenado pelo crime tamb�m de roubo, por�m recorre em liberdade. Os demais alvos respondem ao inqu�rito policial em liberdade at� a conclus�o dos trabalhos investigativos.

“As investiga��es v�o evoluir agora com base nos dados que ser�o extra�dos dos computadores e telefones, com autoriza��o judicial, obviamente, para identificar quem seriam os receptadores e n�o descartar que a autoescola esteja sendo usada para lavagem de dinheiro”, informa o delegado.

A a��o contou com o apoio operacional da Delegacia de Bom Despacho e do 7º Departamento de Pol�cia Civil. Ao todo, foram empenhados 47 policiais em 114 viaturas.

O nome da opera��o faz alus�o � regi�o de atua��o da organiza��o criminosa, o oeste de minas, onde os criminosos agem de modo semelhante �quele personagem "fora da lei do velho oeste americano", fazendo v�timas principalmente no meio rural.