
Fundada na China, a Shein tem sede em Singapura e � um dos sites de roupas mais acessados no Brasil. O neg�cio nasceu em 2008 como um site de venda de vestidos de noiva, mas viu sua popularidade disparar na pandemia ao oferecer um cat�logo de roupas com pre�os baixos.
Em novembro, uma loja tempor�ria foi aberta em S�o Paulo, mas houve confus�o. O espa�o, no shopping Vila Ol�mpia, n�o deu conta da demanda. Uma fila de cerca de 7.000 pessoas foi formada na abertura da loja, o que gerou tumulto no shopping.
"H� relatos de pessoas que chegaram �s 3h da manh�, e algumas at� acamparam, com barraca, na fila", disse � Folha, na �poca, Felipe Feistler, diretor-geral da Shein no Brasil. "� claro que quem ficou tanto tempo esperando pode ficar frustrado, �s 9h da manh�, em ter que ceder espa�o para uma fila preferencial, como determina a lei."
A loja aberta em S�o Paulo funcionou por apenas cinco dias. A Shein n�o divulgou por quanto tempo as novas unidades tempor�rias devem ficar abertas.
A unidade pop-up de S�o Paulo foi a primeira a ter vendas no Brasil. Em mar�o, a empresa havia aberto uma loja tempor�ria no Rio, que funcionou apenas como show room, sem comercializar produtos. Em dez dias, o ponto carioca recebeu 5.000 visitantes -mesma quantidade de consumidores que conseguiram entrar nos cinco dias da loja paulistana.
A empresa n�o tem f�brica. Est� presente em cerca de 150 pa�ses e tem 10 mil colaboradores, entre pr�prios e terceiros. O diferencial da companhia, segundo Feistler, � a "tecnologia de produ��o sob demanda". "N�s fazemos testes com 100 a 200 pe�as no aplicativo. Uma vez que a demanda se confirma, escalamos a produ��o. Tudo � muito r�pido, em tempo real", diz.
A varejista estima que este modelo de neg�cios evite uma perda de 20% na cadeia produtiva. "Assim conseguimos oferecer pre�os mais em conta que a m�dia de mercado", afirma o diretor-geral. "Em vez de produzir 10 mil produtos para s� depois descobrir se haver� venda ou n�o, produzimos de 100 a 200 e confirmamos a demanda."
A Shein foi foco de um document�rio brit�nico, "Untold: inside the Shein Machine", que denunciou jornadas de trabalho de at� 18 horas di�rias por baixos sal�rios. Feistler defende o modus operandi da varejista.
"Trabalhamos com muitos fornecedores da China, principalmente. Eles precisam seguir regras da OIT [Organiza��o Internacional do Trabalho]. Fazemos auditorias. Caso algum fornecedor n�o passe pelas auditorias, � investigado e paramos de trabalhar com ele", diz o diretor.