
J� em Minas Gerais, foram confirmados 71 mil casos de dengue e 66 mortes, em 2022. No Brasil, foram mais de 1,4 milh�o de casos confirmados da doen�a e 978 mortes.
Em coletiva feita na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, na manh� de hoje, as autoridades fizeram um balan�o das a��es de vigil�ncia e combate �s doen�as transmitidas pelo Aedes aegypti: dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Al�m disso, alertam para o risco de aumento de casos de dengue, semelhantes aos registrados em 2019, caso a popula��o n�o ajude no combate ao mosquito.
A infectologista Helena Duani explica que a alta de casos da doen�a ocorre de tempos em tempos. Esse fen�meno pode estar relacionado com os quatro tipos de v�rus da dengue. “A cada ano, um dos tipos prevalece, e s� se pega cada um deles uma vez. Por isso, existe um intervalo de cerca de quatro anos entre um surto e outro. Como n�o muda, de um ano para outro o v�rus, geralmente, o mesmo que circula neste ano vai circular no ano seguinte. Varia um pouco, mas � mais ou menos assim”, explica.
Segundo ela, por esse processo, no ano seguinte, a ocorr�ncia de casos tende a ser menor. O �ltimo surto ocorreu em 2019, quando a capital registrou 116.266 casos confirmados e 41 mortes.
Subnotifica��o de casos e testagem
Outro fato que chama aten��o no levantamento divulgado pela SMS � a queda acentuada de casos em 2020, em rela��o ao ano anterior, quando BH teve 5.082 casos confirmados e uma morte pela doen�a. O isolamento social decorrente da pandemia pode ser uma das explica��es para a diferen�a, segundo a infectologista.
“Pode ter ocorrido muita subnotifica��o porque n�o tem como o v�rus desaparecer assim. Os pr�prios profissionais de sa�de n�o deveriam estar voltados para isso por causa da COVID”, afirma Duani.
Ela tamb�m ressalta a falta de diagn�stico para a doen�a: “O n�mero de exames tamb�m deve ter ca�do. Se voc� n�o faz exame, tamb�m n�o h� diagn�stico. Antes da pandemia, todos os servi�os de sa�de tinham um sistema de notifica��o autom�tica. J� existia uma preocupa��o por causa dos surtos anteriores”.
Ela tamb�m ressalta a falta de diagn�stico para a doen�a: “O n�mero de exames tamb�m deve ter ca�do. Se voc� n�o faz exame, tamb�m n�o h� diagn�stico. Antes da pandemia, todos os servi�os de sa�de tinham um sistema de notifica��o autom�tica. J� existia uma preocupa��o por causa dos surtos anteriores”.
"O que reparei � que, nos �ltimos tr�s anos, n�o existia o fluxo da dengue. Em algumas UPAs, tinham dois m�dicos apenas para atender casos de dengue. Por causa da COVID, as aten��es se voltaram todas para ela”, completa.
Outra hip�tese que a especialista levanta para a queda � a menor infec��o dos mosquitos. Durante a coletiva, os pesquisadores da Fiocruz-Minas falaram sobre o projeto Wolbachia, em que mosquitos s�o infectados com uma bact�ria que reduz a capacidade de transmitir os v�rus para as pessoas, diminuindo o risco de surtos.
O isolamento social tamb�m pode explicar a redu��o dos casos. “As pessoas estavam se deslocando menos, a dengue n�o se pega s� em casa. A circula��o fica menor e com isso, se houver um surto, ele ficar� contido naquele lugar. A tend�ncia � n�o se espalhar por toda a cidade como antes da pandemia”.
Chuvas e sazonalidade
O ano de 2023 come�ou com um grande volume de chuvas atingindo Belo Horizonte. Com isso, cresce a preocupa��o com aumento de focos da doen�a. “Tem tamb�m a quest�o da sazonalidade. O �ltimo surto foi em 2019, estamos em 2023. � prov�vel que um novo surto aconte�a. Talvez n�o nas mesmas propor��es de 2019. Outro problema � que, com isolamento, as pessoas ficaram menos expostas ao v�rus, e ningu�m pode ter tido um dos subtipos”, destaca.
Ela acredita que neste ano a popula��o deve se manter alerta, principalmente no fim do per�odo chuvoso. “Essa chuva mais forte, que lava � menos preocupante para dengue. Daqui para frente � que pode acontecer, em mar�o, no fim do per�odo chuvoso. Essa chuva forte, lava os focos e n�o h� tanta reprodu��o. As chuvas mais fracas � que proporcionam uma reprodu��o maior, j� que deixa a �gua parada por mais tempo”, comenta.
Veja a evolu��o da dengue:
Ano Casos confirmados Mortes
2022 1.214 1
2021 1.072 0
2020 5.082 1
2019 116.266 41
2018 516 0