
O Sindicato dos Trabalhadores Rodovi�rios de Belo Horizonte e Regi�o (STTRBH) anunciou que a categoria deve fazer greve dos �nibus de BH na segunda-feira. De acordo com o sindicato, a greve, que englobar� somente a cidade de Belo Horizonte, incluindo as linhas do Move, ter� in�cio � 0h da segunda, e n�o tem previs�o de t�rmino. O STTRBH afirmou que o impacto da paralisa��o poder� ser mensurado apenas no dia da greve, dependendo da ades�o dos trabalhadores.
A categoria reivindica avan�os em pontos como o retorno do t�quete de alimenta��o nas f�rias, mudan�a no intervalo e reajuste com ganho real. O acordo j� foi fechado na regi�o metropolitana, com um �ndice de 8,2%, mas o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) oferece 7,19% aos profissionais da capital. Isso significaria que o motorista de Belo Horizonte receberia menos que os trabalhadores das cidades vizinhas.
O STTRBH j� havia anunciado uma greve para 26 de dezembro de 2022, mas, ap�s uma reuni�o de emerg�ncia solicitada pelo Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT), suspendeu a paralisa��o. Na ocasi�o, ficou definido que os sindicatos voltariam a discutir a campanha salarial, buscando atender aos anseios da categoria. A rodada de negocia��o seguinte foi marcada para 4 de janeiro. Por�m, o Setra manteve a posi��o do reajuste de 7,19%, e na quarta-feira realizou assembleia com seus filiados, que votaram pela continuidade dessa proposta. Diante disso, o STTRBH afirmou que respeitou o prazo pedido na reuni�o, de delibera��o de greve at� 15 de janeiro e, como n�o houve avan�o, voltou a convocar o movimento grevista.
Evelly Ferreira, de 25 anos, � advogada e assistente administrativa e depende dos �nibus diariamente para trabalhar. Ela afirmou que o impacto de uma greve seria muito grande em sua vida, pois atravessa a cidade, mas ressaltou que as greves s�o um direito. “Os trabalhadores t�m o direito de se manifestar por condi��es melhores, por�m a gente tem que ver nosso lado tamb�m. Isso afeta toda a mobilidade da cidade”, disse ela. A advogada disse que vai recorrer ao metr� na segunda-feira, mas imagina que ele esteja muito cheio. Outras alternativas apontadas por Evelly foram recorrer aos t�xi-lota��o ou dividir o Uber com outras pessoas.
Clodoaldo Santos de Oliveira, de 51, auxiliar de servi�os gerais, afirmou que, em caso de greve dos �nibus, a vida do belo-horizontino se tornar� um caos. “Se param poucas linhas, Belo Horizonte para.” O auxiliar de servi�os gerais foi mais um que citaram a sobrecarga de outros meios de transporte, como metr� e Uber, em decorr�ncia da greve. Para ele, em caso de paralisa��o, outros setores deveriam parar juntos, pois, mesmo que o trabalhador consiga ir trabalhar, pode acontecer de ele ficar impossibilitado de voltar para casa ap�s o expediente.
Escala m�nima A C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) solicitou ao Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) que seja respeitada uma escala m�nima de funcionamento dos �nibus na capital diante do an�ncio de greve dos trabalhadores rodovi�rios a partir de segunda-feira.
De acordo com estimativa da CDL, a paralisa��o dos motoristas de �nibus afetar� o transporte de um milh�o de passageiros em BH e regi�o metropolitana e trar� preju�zos ao setor de com�rcio da capital.
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, tamb�m lembrou que este � o segundo indicativo de greve da categoria em menos de um m�s. Em dezembro do ano passado, o STTRBH convocou uma paralisa��o que n�o foi a cabo ap�s determina��o judicial para que os trabalhadores e o sindicato patronal participassem de uma reuni�o de concilia��o. “Sabemos o quanto o direito � greve � leg�timo. Todos os trabalhadores t�m o direito de reivindicar melhores condi��es salariais e de trabalho. Contudo, os passageiros e a principal atividade econ�mica da cidade n�o podem ser prejudicados por a��es de terceiros”, disse o dirigente.
A CDL n�o informou como seria o funcionamento do transporte na escala m�nima solicitada. A reportagem entrou em contato com o Minist�rio P�blico do Trabalho para solicitar informa��es sobre o andamento do pedido da CDL. At� o fechamento desta edi��o, n�o houve resposta.
O que diz a PBH Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apelou para que os sindicatos patronal e laboral cheguem a um acordo nas negocia��es. Segundo o Executivo municipal, o atual contrato com as concession�rias prev� que as empresas t�m responsabilidade exclusiva na negocia��o com os funcion�rios. A PBH ainda afirma que o �ndice de 8,2% de reajuste reivindicado pelos trabalhadores ser� considerado no equil�brio econ�mico-financeiro do contrato firmado com as concession�rias.