
Ainda de acordo com dados do CBMMG, em 2022 foram atendidos 798 casos de afogamento, 11% a mais do que no ano anterior. O maior n�mero de acidentes foi constatado em fevereiro e mar�o, com 120 e 141 casos respectivamente. Dezembro e janeiro tamb�m registram n�meros elevados de casos nos �ltimos cinco anos.
A Porta-Voz dos bombeiros, Capit� Tha�se Rocha, explica que o per�odo chuvoso eleva o n�vel dos corpos d’�gua e o calor justifica a procura por esses locais, elevando os riscos de afogamento. “Com as temperaturas mais altas as pessoas buscam esse tipo de ambiente para se refrescar, ent�o historicamente a gente verifica esse aumento de incid�ncia. Tanto o volume de �gua, quanto a procura � mais intensa”, destacou.
Tha�se ainda ressalta que das 261 mortes registradas em 2022 em decorr�ncia de afogamento, mais da metade ocorreu em finais de semana. “Exatamente o momento em que as pessoas est�o buscando uma forma de lazer e acontecem essas trag�dias”, comenta.
No �ltimo domingo (15/1), quatro pessoas morreram por afogamento em Minas Gerais. No munic�pio de Raposos, na regi�o Metropolitana de BH, dois homens de 30 e 34 anos que nadavam na represa do Parque Po�o da Barragem, n�o conseguiram voltar � superf�cie e morreram no local.
J� em Curvelo, na Central Mineira, um jovem de 15 anos que nadava com seu irm�o em uma lagoa, foi encontrado, j� sem vida, em uma profundidade de quatro metros. Na cidade de Maxacalis, no Vale do Mucuri, um homem de 57 anos tamb�m se afogou, totalizando quatro mortes ao longo do dia.
Cuidados
Os bombeiros recomendam que as pessoas n�o subestimem a for�a das �guas. A Porta-Voz Tha�se destaca que � necess�rio conhecer o local que vai frequentar antes de adentrar. Se for uma piscina, por exemplo, � importante saber a profundidade, se for uma cachoeira, um rio, � preciso identificar a for�a da correnteza ou se possui obst�culos como pedras e galhos.

Ainda segundo a porta-voz 87% das v�timas de afogamento s�o homens entre 20 e 37 anos, o que pode ser entendido como um sinal de pessoas se colocando em situa��es de imprud�ncia. O cuidado com a ingest�o de bebidas alco�licas tamb�m deve ser levado em considera��o.
“A ingest�o de bebidas alco�licas tamb�m interfere muito, pois a pessoa tende a ficar mais corajosa e destemida. Ela tenta se exibir para os colegas, achando que vai conseguir atravessar uma dist�ncia longa ou pular de alguma ponte ou pedra alta e acaba se arriscando”, destacou Tha�se Rocha.
Ainda no domingo (15/1) um homem de 32 anos, que segundo testemunhas estava sob efeito de �lcool, saltou de uma ponte sobre o Rio Paraopeba, em Jeceaba, na Grande BH. A v�tima n�o voltou a submergir e at� esta ter�a-feira (17/1) ainda est� desaparecida.
Segundo os bombeiros, dois amigos pularam para tentar ajud�-lo, mas sem sucesso. O rio ainda est� em um n�vel elevado devido �s chuvas dos �ltimos dias e possui uma correnteza acentuada. Os bombeiros ainda buscam o homem.
Crian�as
O calor atrai muitas crian�as para corpos d’�gua, que estando em per�odo de f�rias escolares tamb�m procuram o refresco de rios e lagos. A capit� Tha�se explica que com os pequenos o cuidado tem que ser redobrado, j� que afogamento � a segunda maior causa de morte entre crian�as de 5 e 12 anos.
“N�o adianta colocar uma b�ia e deixar a crian�a solta. O afogamento nessa idade � r�pido e silencioso, podendo acontecer em pequenas quantidades de �gua, como baldes e bacias. Ent�o � preciso ter uma aten��o constante e redobrado”, diz Tha�se.
Na tarde de domingo (15) dois irm�os de 6 e 8 anos estavam nadando na cachoeira Soc�, no munic�pio de Guarani, pr�ximo a Ub�, na Zona da Mata. O local � uma pequena queda d’�gua do Rio Pomba onde as crian�as submergiram e n�o foram mais avistadas.
O pai dos meninos tentou resgatar os dois, mas n�o conseguiu alcan��-los. Ambos foram levados pela forte correnteza, que segundo os bombeiros, dificulta as buscas. At� esta ter�a-feira (17/1) eles tamb�m n�o foram encontrados.
Os bombeiros recomendam que os pais n�o fiquem a mais de um bra�o de dist�ncia das crian�as, al�m de manterem ela sob a responsabilidade constante de um adulto. “Nunca deixe uma outra crian�a maior, olhar a menor. Elas t�m esse instinto de curiosidade, ent�o a tend�ncia � quererem explorar e descobrir, aumentando o risco”, completa Tha�se.
*Estagi�rio sob supervis�o de Fernanda Borges