De acordo com a prefeitura local, ser�o necess�rios tr�s dias consecutivos, sem chuvas, para aplica��o do material, e um per�odo posterior de oito a dez dias, tamb�m sem chuvas, para fixa��o do produto.
A limpeza ser� feita em bra�os, cabe�a e outras partes das esculturas em pedra-sab�o para remo��o de l�quens e fungos, que demandam tratamento especializado e sem causar qualquer interfer�ncia na beleza e integridade do conjunto bicenten�rio. A �ltima limpeza dos profetas, com aplica��o de um biocida, produto totalmente natural, segundo especialistas, ocorreu em 2012. O N�cleo de Aten��o �s Chuvas de Congonhas indicar� � Diretoria de Patrim�nio Hist�rico o melhor momento para o trabalho come�ar.
A Prefeitura de Congonhas custeia e est� � frente do servi�o, conforme entendimento com o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), respons�vel pelo tombamento do conjunto em 1939, e autoriza��o do reitor do santu�rio bas�lica, padre Geraldo Gabriel Pinto. Na virada do ano, ficou definido com a Superintend�ncia do Iphan em Minas que a prefeitura ir� contratar uma empresa para executar o servi�o com aval da autarquia federal.
A limpeza, programada para ocorrer de cinco em cinco anos, est� atrasada, e foi alvo de reportagem do Estado de Minas em 3 de novembro de 2021, ainda durante a pandemia, quando visitantes mostraram essa preocupa��o com o bem cultural hist�rico e religioso.
Obra-prima do barroco mundial
De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento, esculpido por Ant�nio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, em conjunto com o Santu�rio de Bom Jesus de Matosinhos, � considerado uma das obras-primas do barroco mundial. O conjunto foi tombado pelo Iphan em 1939 e reconhecido pela Unesco como Patrim�nio Mundial em 1985.
Com grande visita��o tur�stica, o conjunto se comp�e da igreja, com interior em estilo rococ� e seis capelas dispostas lado a lado denominadas de Passos - ilustrando a via-cr�cis de Jesus -, al�m de um adro murado e uma escadaria externa monumental decorada com est�tuas de 12 profetas esculpidas em pedra-sab�o entre 1800 e 1805.
A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a s�rie do Antigo Testamento, deve-se, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, � disposi��o arquitet�nica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista restrito a esse n�mero selecionou os profetas na ordem de sua entrada na B�blia, excluindo Miqu�ias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravado em latim nos rolos de pergaminhos.
A riqueza de detalhes pode ser percebida pelos visitantes, seja no expressionismo das est�tuas ou nas ex�ticas vestimentas dos profetas barrocos. Essa �ltima foi, inclusive, tema de pesquisa do historiador Robert Smith, que verificou refer�ncias � arte religiosa portuguesa no per�odo de 1500-1800, inspirada nas pinturas flamengas do fim da era medieval.
Restaura��o em imagens nas capelas
Outro patrim�nio valioso de Congonhas ganha aten��o especial. A prefeitura local, via Secretaria Municipal de Planejamento e Gest�o, j� emitiu as ordens de servi�os para restaura��o de imagens e pe�as sacras e servi�o de desinfec��o das 64 esculturas das seis capelas. O m�todo usado ser� o de an�xia ou anoxia, que consiste em colocar as pe�as dentro de uma bolha de pl�stico especial, injetar nitrog�nio para retirar todo o oxig�nio e, assim, matar os cupins.
Segundo nota divulgada pela prefeitura, a assinatura das ordens de servi�os tem como objetivo a restaura��o e desinfec��o das imagens e pe�as sacras. No procedimento "Imagin�rias", ser� realizada a restaura��o de imagens e pe�as sacras pertencentes ao acervo da Matriz de Nossa Senhora da Concei��o, do Santu�rio do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e da Igreja Nossa Senhora do Ros�rio.
J� no procedimento "An�xia", o servi�o ser� de desinfec��o das 64 esculturas que comp�em as seis capelas do Santu�rio do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Durante todo o procedimento (das duas ordens de servi�o), a popula��o, turistas e estudantes poder�o acompanhar o processo de restauro como forma de educa��o patrimonial.
Na nota divulgada pe�a prefeitura, o chefe do Executivo, Cl�udio Ant�nio de Souza, destaca a import�ncia da preserva��o do Patrim�nio Hist�rico e da cultura da cidade. "Sabemos que o patrim�nio hist�rico faz parte da identidade da nossa sociedade. As esculturas, imagens e pe�as sacras de cada local, seja nas capelas ou nas igrejas, s�o obras que devem ser preservadas e restauradas para que a hist�ria possa ser passada para outras gera��es." Todos os dois processos, com in�cio neste m�s, ser�o acompanhados pela Diretoria de Patrim�nio Hist�rico de Congonhas.