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Estado de Minas BR-116

Trag�dia na BR-116: O passo a passo do acidente que matou 4 jovens em MG

Ap�s diversas conversas, o EM reconstitui os acontecimentos anteriores ao acidente na BR-116. Garotos recordam de motorista em alta velocidade


03/02/2023 20:41 - atualizado 03/02/2023 20:52

Ônibus acidentado
�nibus em que quatro jovens morreram na BR-116, em Al�m Para�ba (foto: Sala de Imprensa/CBMG)

Passados quatro dias do acidente que vitimou quatro jovens do Esporte Clube Vila Maria Helena, de Duque de Caxias (RJ), na BR-116, em Al�m Para�ba, a reportagem do Estado de Minas conversou com os sobreviventes, organizadores do torneio e pais das v�timas para fazer uma reconstitui��o daquele domingo (29/1), em que os jovens deixaram Ubaporanga, at� a madrugada de segunda-feira (30/0) em que aconteceu o acidente. 

 

LEIA: �nibus cai de ponte na BR-116 e deixa mortos e feridos

Domingo, 29 de janeiro:

- O time sub-18 do Esporte Clube Vila Maria Helena disputa dois jogos da Copa Nacional de Base: um �s 11h30 e outro �s 14h30. Com a vit�ria nos dois jogos, a equipe se torna campe� da categoria.
 
- O time sub-16 joga por volta das 17h. Perde a partida e fica com o vice-campeonato. 
 
- As partidas ocorreram no est�dio localizado no C�rrego do Barrac�o, no interior da cidade;
 
- Entre �s 19h e 19h30 acontece a premia��o. Os adolescentes recebem as medalhas e os trof�us;
 
- Ap�s a cerim�nia eles retornam para o alojamento em que ficaram ao longo da disputa do torneio. Por volta das 21h deixam Ubaporanga e partem com destino a Duque de Caxias. Uma viagem de 447 quil�metros. 
 
Segundo os depoimentos colhidos pelo Estado de Minas, a maior parte da responsabilidade do acidente recai sobre o motorista do �nibus. De acordo com os adolescentes, desde que deixou Ubaporanga, o motorista dirigia em alta velocidade. 
 
“Nas curvas, que era para ele ir a 60km/h, ele estava indo a 90km/h. Tinha um clima estranho”, contou Yorran dos Santos Gon�alves, de 15 anos. 
 
“Algumas vezes pedimos para ele parar (de acelerar). (horas antes do acidente) N�s levamos um susto, porque ele ultrapassou a faixa da esquerda e veio uma carreta buzinando. A� ele foi e voltou para a faixa da direita, r�pido”, relembrou Pedro Henrique Santana, 17, que era o �nico acordado na hora do acidente. 

Pausa para o lanche

Segundo os adolescentes, eles apenas almo�aram ao longo do domingo. Como as partidas come�aram cedo, n�o tiveram tempo de ter uma alimenta��o regular. Por isso, ao retornar para Duque de Caxias pediram para o motorista estacionar em alguma lanchonete de beira de estrada.   

 

Contudo, o motorista n�o gostou muito da ideia. “Pedimos muitas vezes [para ele parar para o lanche], porque a gente ficou desde cedo jogando e n�o almo�amos direito. A� paramos para comer umas 22h30, 23h. Mas ele n�o queria. Depois de pedir muito ele parou. Mas apressou a gente, para comer r�pido, para comer no �nibus”, disse Pedro.
 
“Quando a gente estava pedindo para ele parar para comer, ele n�o queria, o DG [Diogo Coutinho Vilar, uma das v�timas fatais], conversou com o motorista, porque geral estava com fome. Mas ele falou assim: ‘se forem parar, tem que ser r�pido, pois quero chegar logo no Rio’”, relembrou Yorran. 
 
A pausa, de acordo com os relatos, foi r�pida. Cerca de 15 minutos depois eles retornaram ao �nibus para seguir em viagem.

A hora do acidente

Depois de terem feito o lanche, os adolescentes come�aram a dormir. O �nico que permaneceu acordado foi Pedro Henrique.   
 
“Cheguei a comer um pouco de biscoito. A� cochilei um pouco. Acordei, comi mais um pouco e vi que todos estavam dormindo. Meu colega, que estava do meu lado, at� falou: ‘voc� n�o dorme n�o?’, falei: ‘p�, irm�o, t� sem sono’, e continuei deitado”, relembrou. 
 
Segundo Pedro, o motorista continuava a andar acelerado pela estrada. “Ele continuou a andar muito r�pido. Os lugares que eram para ele descer a 40km/h, ele descia a 60km/h”, contou o jogador. 
 
Por volta de 1h da manh� de segunda-feira, o Corpo de Bombeiros de Al�m Para�ba recebe o primeiro chamado: um �nibus havia tombado na BR-116 e ca�do pr�ximo a um c�rrego.
 
“Na hora do acidente, lembro que estava em linha reta. Ele jogou um pouco o �nibus para o lado esquerdo e voltou muito r�pido [para a direita]. Nessa que ele voltou, j� viramos o �nibus”, recordou o garoto. 
 
Ap�s a queda, os adolescentes acordaram e buscaram formas de sair do ve�culo. “A gente tentou quebrar a janela de tr�s, mas a gente viu que se fizesse isso, ia cair no rio. A� o Jos�, que estava na frente, achou a porta e come�ou a dar v�rios chutes e abriu a porta e come�amos a sair”, relembrou Yorran. 
 
“Eu estava com meu telefone, liguei o flash e comecei a pedir socorro. Entreguei meu celular para que pudessem tirar outras pessoas do �nibus. E fomos retirando. Depois que tiramos muita gente, um colega conseguiu subir pelo canto da pista e voltamos para a estrada”, relembrou Pedro.
 
Cerca de 15 minutos depois as primeiras ambul�ncias chegaram e come�aram a resgatar as v�timas. 
 
Pedro e Yorran, sobreviventes do acidente
Pedro (esq) era o �nico acordado na hora do acidente; Yorran (dir) disse que motorista estava em alta velocidade (foto: Arquivo Pessoal)

Pedro contesta vers�o de motorista

Logo ap�s o acidente, a Pol�cia Civil de Minas Gerais abriu um inqu�rito para apurar as causas da queda do �nibus. Uma testemunha chave para entender o fato � o motorista do ve�culo.   
 
No depoimento que prestou para a PC, o motorista disse “que n�o se lembra bem da situa��o”. Na sequ�ncia, ele disse que “teve a impress�o de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado. No entanto, o condutor teria se assustado, jogado o �nibus para o lado e o ve�culo teria se chocado contra a prote��o lateral da pista”, informou a PCMG;
 
Pedro, no entanto, contesta essa vers�o do motorista. “N�o ouvi barulho de nenhuma carreta. Ele jogou para a esquerda e voltou muito r�pido para a direita, como se ele tivesse cochilado e acordado no susto”, contou. 
 
Em nota, a empresa respons�vel por fazer o transporte dos garotos de Ubaporanga at� Duque de Caxias informou "que prestou assist�ncia aos �rg�os competentes para facilitar o resgate das v�timas” e que funcion�rios foram at� os hospitais para acompanhar as v�timas. 
 
A empresa ressaltou que o importante � "a recupera��o das pessoas envolvidas no acidente, e o apoio aos familiares que perderam seus entes queridos". 
 
Sobre o motorista, a empresa n�o comentou.
 
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, Jos� Geraldo Neves, 41, organizador da Copa Nacional de Base, disse que o motorista do �nibus partiu de Ubaporanga descansado
 
“O motorista ficou o dia inteiro descansando. Cansado n�o estava. Passou o dia se preparando [para a viagem]”, comentou Jos� Geraldo. 

V�timas do acidente

Dos 33 ocupantes do �nibus, quatro morreram:  
 
Kaylon da Silva Paix�o, de 13 anos;
Thyago Ramos de Oliveira, de 15 anos;
Andrey Viana da Costa, tamb�m de 15 anos;
Diogo Coutinho Vilar (comiss�o t�cnica), de 18 anos.
 
V�rias v�timas foram liberadas e j� est�o em Duque de Caxias com os familiares. No entanto, nove ainda se encontram em hospitais de Al�m Para�ba, Leopoldina e Muria�. 


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