
“Uma pessoa que passou pelo local do acidente veio at� minha casa avisar que minha filha tinha ca�do de moto, mas estava bem, pois tinha machucado apenas o p�. Disse tamb�m que uma ambul�ncia estava a caminho. Eu estava sem carro na hora, e um vizinho se disp�s a me levar ao local do acidente, mas, quando chegamos l�, a ambul�ncia j� estava saindo. Ent�o, a seguimos at� chegar ao pronto-socorro – onde tomei ci�ncia do atropelamento e da gravidade”, conta a m�e.
Antes disso, um menino, que estava perto do local do acidente e conhece dona Neusa, disse: “Tia, ela est� muito mal”. Foi com essa frase na mente que a m�e foi atr�s da ambul�ncia. “Quando chegamos ao hospital percebi que a perna dela estava dilacerada. Senti na hora que ela n�o tinha mais vida, mas a equipe m�dica mesmo assim tentou fazer o que era poss�vel e a intubaram. Aquele foi o pior dia da minha vida.”
Na noite do atropelamento, Tiago Dalp�rio seguiu para a C�mara Municipal com o objetivo de participar de uma reuni�o, que foi transmitida ao vivo em uma rede social do Legislativo. Na ocasi�o, ele agradeceu a Deus pela oportunidade de estar ali, destacou obras na cidade, entre outros pontos. Para a m�e da jovem, esse comportamento revela muito sobre quem � o prefeito.
“O que me restou � a dor de lembrar dela”
“Ao ir para a C�mara ap�s o acidente, ele escondeu o carro ao estacionar em uma garagem particular. Na sess�o, falou naturalmente, como se nada tivesse acontecido. Estava tranquilo. Agora, o que me restou � a dor de lembrar dela, olhar as roupas no guarda-roupa e saber que nunca mais vou poder abra��-la”, lamenta.
Na �ltima sexta-feira (3/2), dona Neusa, amigos e familiares fizeram uma manifesta��o em frente � Prefeitura de Tombos. “Ele [o prefeito] mandou fechar a entrada ao meio-dia. As pessoas apenas foram l� para manifestar solidariedade e pedir justi�a. Quero dizer para ele: 'venha encarar a m�e da jovem que voc� matou!' Mas ele n�o tem coragem porque � um covarde”, afirma.
Filha de 4 anos � acompanhada por psic�logo
Funcion�ria da Prefeitura de Porci�ncula (a cerca de 10km de Tombos), onde exercia o cargo de inspetora de alunos na Escola Municipal Jo�o Braz desde 2022, Maria Almeida Florindo deixa a filha Maria Antonela, de 4 anos.
“O pai nunca deu assist�ncia. S� veio aqui quando a crian�a fez 1 ano. Eles tentaram viver juntos como fam�lia por cerca de um m�s, em Uberl�ndia, mas n�o deu certo, e ela voltou para continuar morando comigo e meu esposo”, conta Neusa, destacando que a filha estava estudando para concursos e j� estava no quarto per�odo do curso de matem�tica na Universidade do Estado de Minas Gerais, em Carangola.
Ainda conforme a m�e, a crian�a, em decorr�ncia da pouca idade, foi poupada da not�cia do falecimento. “Estamos com uma psic�loga para acompanh�-la. Estou fazendo de tudo para deix�-la o menos poss�vel aqui em casa para que ela n�o procure tanto pela m�e. Por enquanto, eu, meu marido e ela estamos morando com minha irm�”, finaliza.