
Constru�do nos anos 1950, o Anel Rodovi�rio re�ne, em pouco mais de 27 quil�metros, as BRs 381, 262 e 040 no per�metro urbano de BH. A responsabilidade pelo trecho passou por mudan�as ao longo do tempo, e as diferentes gest�es da via s�o apontadas como um fator complicador para que ela se torne mais segura e as interven��es de infraestrutura mais eficientes e assertivas.
O engenheiro civil e consultor em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade explica como se d� a divis�o do Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte e quem � respons�vel por cada parte da uni�o de rodovias federais.
“Se come�ar pelo trevo do Rio, � s� a 040. Ela entra no anel como 040 e segue at� a sa�da para Bras�lia. No meio do caminho, no trevo com a avenida Amazonas, que � a chegada da 381 e 262 entre amazonas e avenida delta, esse trecho � coincidente. No trecho de coincid�ncias das rodovias federais, a responsabilidade � p�blica, e no trecho exclusivo da BR-040, ela � concedida � Via 040”, explica.
Segundo Andrade, h� d�cadas a responsabilidade pelo Anel Rodovi�rio vive em um misto de neglig�ncia e disputa. Enquanto a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o governo de Minas e o governo federal se alternam em momentos para assumir a gest�o da pista, pouco investimento � feito, e o trabalho de preven��o de acidentes fica comprometido.
Atualmente, a responsabilidade por policiamento, fiscaliza��o e atendimento a acidentes no Anel Rodovi�rio foi concedida pela Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) � Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv). � corpora��o, como explica Silvestre de Andrade, cabe gerenciar as ocorr�ncias e solicitar apoio tanto para o resgate quanto para equipamentos que limpem a via e retomem o tr�nsito.
A PBH j� tentou assumir a jurisdi��o do Anel Rodovi�rio, mas teve o intento negado pela Justi�a Federal que, em 2018, alegou falta de expertise do munic�pio para tal gest�o.
Procurada pela reportagem, a administra��o da capital destacou que tanto as marginais quanto as sa�das do Anel fazem parte da faixa de dom�nio da rodovia. Do Rio de Janeiro-RJ at� a sa�da para Bras�lia-DF, a �rea � de responsabilidade da Via 040, e da sa�da para Bras�lia-DF at� a sa�da para Vit�ria-ES, a responsabilidade � do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A PBH ainda ressaltou que, no ano passado, assinou um conv�nio com o DNIT para a constru��o da �rea de escape na descida do Bairro Bet�nia.
Em nota, o DNIT informou que cabe � autarquia a opera��o e manuten��o da rodovia. Nas ocorr�ncias de tr�nsito, por sua vez, o departamento atua em conjunto com �rg�os como o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e prefeituras para auxiliar na libera��o do tr�fego o quanto antes.
Em nota, o DNIT informou que cabe � autarquia a opera��o e manuten��o da rodovia. Nas ocorr�ncias de tr�nsito, por sua vez, o departamento atua em conjunto com �rg�os como o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e prefeituras para auxiliar na libera��o do tr�fego o quanto antes.
A reportagem procurou o governo de Minas, a PMRv e a Via 040 para perguntar sobre as atribui��es de cada um sobre o Anel Rodovi�rio. At� a �ltima atualiza��o desta mat�ria, n�o houve resposta.
Vale destacar que a Via 040 j� assinou um termo aditivo para devolver o trecho da BR-040 entre Bras�lia e Juiz de Fora ao governo federal. Ainda assim, a concession�ria segue respons�vel pela manuten��o da via, cujo processo de relicita��o est� entre os pontos discutidos entre o estado e a Uni�o.
Via h�brida
Englobado pela cidade, o Anel Rodovi�rio �, al�m de uma uni�o de rodovias interestaduais, uma alternativa para o tr�nsito dentro de Belo Horizonte. Essa caracter�stica h�brida da via � apontada como um fator que torna os acidentes mais frequentes e amplia o impacto das ocorr�ncias no tr�nsito da capital.
“� uma rodovia e uma via urbana. Isso � uma das grandes causas de acidentes, porque � uma mistura de dois tr�fegos bem distintos. Primeiro pela composi��o do tr�fego, as rodovias t�m mais caminh�es, ve�culos pesados, segundo pelo comportamento ao dirigir, o tr�fego urbano � mais lento, exige mais aten��o ao que tem em volta, pedestres e �nibus urbanos, por exemplo. A uni�o de dois tr�fegos distintos � complicada”, explica Silvestre e Andrade.
Para o especialista, o projeto do governo estadual para a constru��o do Rodoanel Metropolitano na Grande BH pode ser uma alternativa importante para aliviar o fluxo no Anel Rodovi�rio, mas n�o deve ser tratado como medida �nica para que os problemas de tr�fego e seguran�a no tr�nsito sejam resolvidos.
“Primeiro precisa existir o novo Rodoanel para tirar o tr�fego rodovi�rio do anel atual, inclusive proibir no anel atual o tr�nsito de ve�culos muito pesados. Al�m disso, a municipaliza��o seria interessante ou at� a estadualiza��o efetiva, trazer para o �mbito mais local as interven��es na via, deixar mais pr�xima a tomada de decis�o para melhorar o tr�nsito”, comenta.