
Um brinde � vida, um abra�o pela longa amizade e as boas-vindas ao Rei Momo, que chega em grande estilo para mais um carnaval. � no alto astral da alegria, e embalado por d�cadas de hist�ria afetiva, que um grupo de “setent�es”, alguns com um pouco menos, outros um pouquinho � frente na idade, promove uma tradicional confraterniza��o para lembrar os velhos tempos, contar causos e falar de planos para o futuro.
Com direito a estandarte, enredo e marchinha para celebrar a amizade, a turma far� seu pr�ximo encontro na tarde deste s�bado (11/2), no bar Barbazul, no Bairro Funcion�rios, na Regi�o Centro-Sul da capital. “A tecnologia facilitou nossos contatos, e, assim, os encontros ficaram mais frequentes. Num dos �ltimos, tivemos 100 pessoas”, diz o engenheiro Ant�nio Augusto Soares, de 71, residente em Belo Horizonte.
Tudo come�ou h� mais de 60 anos, em 1959, em Pe�anha, na Regi�o do Rio Doce, a 304 quil�metros da capital, quando a turma de meninos e meninas, entre seis e oito anos, come�ou a estudar no Grupo Escolar Senador Sim�o da Cunha – na �poca, faziam o curso prim�rio. Quatro anos mais tarde, foram cursar o ginasial na Escola Normal Oficial Doutor Ant�nio da Cunha Pereira.
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“Em 1966, com a conclus�o dos estudos no gin�sio, cada um seguiu sua vida, uns continuando em Pe�anha, outros mudando de cidade e alguns adolescentes, como eu, vindo estudar em BH, onde me formei em engenharia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”, conta Ant�nio Augusto, casado com Priscila e pai de L�sia e M�rcia.
Conex�o
Mesmo com as mudan�as de rumo na vida, a turma de Pe�anha continuou pr�xima. “O principal ponto de conex�o sempre foi a festa do nosso padroeiro, Santo Ant�nio, em 13 de junho. Na igreja ou nas barraquinhas da pra�a, as pessoas se encontravam. Por morar muitos anos em S�o Paulo, eu n�o podia comparecer sempre, mas, nos �ltimos 10 anos, ficou mais f�cil para todos, pois a maioria est� aposentada. E o legal � que a amizade � a mesma, parece que o tempo n�o passou”, afirma o engenheiro.
No s�bado passado, a turma fez um “esquenta” no Barbazul, com direito a estandarte e brinde com cerveja gelada. Um dos mais animados era o publicit�rio Ant�nio Victor de Sousa J�nior, o Vivite, de 71, casado com Eliana Pio. Bem-humorado, ele explica que, como as idades diferem um pouco, o estandarte desta vez ser� “Setenta e uns”. E a� vai um esclarecimento, espelhado nas pesquisas eleitorais: “Tr�s pontos percentuais para cima, tr�s pontos percentuais para baixo”.
Considerado um l�der do grupo, que arrebanha contempor�neos dos tempos escolares, familiares e agregados, Vivite se mostra feliz com os reencontros, e adianta o curioso enredo do bloco no estilo concentra, mas n�o sai. “Setenta e uns sa�da os foli�es, pede passagem e um saquinho para eventualidades.” Para entender o duplo sentido, s� mesmo aceitando o convite da turma para entrar na folia.
Livro
A turma de 1959 planeja a edi��o de um livro, fruto de cria��o coletiva, contando suas hist�rias. “Estamos reunindo coment�rios, poemas e reflex�es dos colegas. Um deles, o Zez� Sim�es, escreveu: ‘Eu sa� de Pe�anha, mas Pe�anha n�o saiu de mim. E me busca sempre’”, revela Ant�nio Augusto, ressaltando que a terra natal sempre primou pela cultura.