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Estado de Minas CONEX�O BH

Atravessar BH: coletivo promove caminhada por parques da regi�o Oeste

D�cima travessia a p� pelas ruas de Belo Horizonte em trajeto de 15km. Edi��o tem apoio do coletivo Verdejar BH que atua pela preserva��o das �reas verdes


01/03/2023 18:51 - atualizado 01/03/2023 20:06

Pessoas caminhando durante o Atravessar BH
Atravessar BH surgiu em 2018 com o intuito de conhecer a capital mineira com um olhar diferente do cotidiano (foto: Prussiana Fernandes/Atravessar BH/Divulga��o)
Caminhar por Belo Horizonte definitivamente n�o � uma tarefa f�cil. Com as pr�prias pernas, os pouco mais de 331 km² de extens�o se tornam uma "vida inteira" considerando os grandes morros da cidade. Mas h� quem tente, como � o caso do coletivo Atravessar BH, que realiza no pr�ximo s�bado (4/3) sua d�cima travessia pelas ruas da capital Mineira, desta vez em um trajeto que passa por parques e �reas verdes da regional Oeste.

Em conjunto com o coletivo Verdejar BH - criado em 2020 e que realiza plantios de �rvores pela cidade - o grupo, de mais ou menos 20 pessoas, vai percorrer uma dist�ncia a p� de 15 km a partir das 8h30. A ideia principal dos exploradores � observar a cidade de uma maneira incomum para a rotina acelerada do trabalhador belo-horizontino, que gasta uma quantidade consider�vel de tempo nos meios de transporte.

A jornalista e pesquisadora Prussiana Fernandes, idealizadora do Atravessar BH, explica que caminhar proporciona novas percep��es do espa�o, contribuindo para o aprofundamento no conhecimento da cidade. “A gente percebe a cidade de um jeito mais lento, com mais aten��o, sem aquela ideia de ter que passar pelos lugares rapidamente para chegar ao trabalho. Tamb�m conseguimos conhec�-la e aprend�-la (BH) de outras formas, percebendo as semelhan�as e diferen�as entre os bairros e regi�es”, disse.

Para contribuir com o aprendizado, o grupo vai fazer pequenas rodas de conversa com pessoas que atuam nas �reas verdes do caminho. Com um tempo de caminhada estimado em quatro horas, a partida ser� do Campus 1 do Cefet, no Nova Su��a, fazendo a seguinte rota:
  • Parque Jardim Am�rica (Jardim Am�rica)
  • Centro Municipal de Agroecologia e Educa��o Ambiental - CEMAR (Estoril)
  • Parque Jacques Cousteau (Bet�nia)
  • Recanto das Nascentes (Bet�nia)
  • Cefet Campus 2 (Nova Gameleira) - dispers�o
Organizador do Verdejar BH e analista socioambiental, Filipe Martins observa a regi�o Oeste como um local extremamente delicado para a cidade, devido ao direcionamento do excesso de �gua da chuva das regi�es mais altas, como Buritis, para o Ribeir�o Arrudas, o que contribui para os transbordamentos.

“S�o �reas verdes que v�o al�m do interesse para a sa�de p�blica e mental das pessoas, com a integra��o da cidade. S�o �reas importantes de capta��o que evitam que mais �gua v� para o Ribeir�o Arrudas, evitando as inunda��es de BH”, afirma Filipe.


Caminhar junto

A princ�pio, a caminhada deste s�bado (4/3) estava com inscri��es abertas para 15 pessoas, mas o interesse pelo projeto tem crescido, e o grupo deve fechar em 20, mas o importante � “caminhar junto, em grupo”, exclama Prussiana. A idealizadora observa que ter poucas pessoas ajuda a n�o perder a conversa em longas filas que podem se formar na cal�ada.

“Nas travessias que a gente j� fez sempre tem gente que mora em v�rios lugares da cidade, e algumas delas moram em lugares que estamos passando, ent�o elas trazem hist�rias e conhecimentos que elas t�m sobre o lugar. A gente vai compartilhando impress�es e um pouco do que � a vida de cada um na cidade”, expressa a jornalista.

Apesar de haver inscri��es, elas s�o gratuitas, e o grupo ainda se disponibiliza a ajudar quem precisar em pequenas despesas, como o almo�o e a passagem da volta. Os caminhantes tamb�m n�o se importam se outros transeuntes toparem e aderirem trajeto, se sentindo “lisonjeados e felizes com o interesse”.
Para Filipe Martins, o projeto ajuda as pessoas a se reconectarem com a cidade, j� que muitos ficam concentrados nos bairros em que trabalham e moram. “A travessia por bairros de regionais distintas faz com que as pessoas vejam realidades distintas”, disse Filipe, que tamb�m observa a necessidade de ocupar e chamar aten��o do poder p�blico para esses locais.

“Tenho a percep��o que os parques de Belo Horizonte precisam ter mais atividades, pois � com o uso que pressionamos o poder p�blico a fazer uma melhor manuten��o desses espa�os. E vamos passar por algumas �reas que est�o em disputa com a especula��o imobili�ria, como a mata do Jardim Am�rica, chamando aten��o para as necessidades das �reas verdes remanescentes”, completa Filipe Martins.


Venda Nova ao Barreiro

Os 15 quil�metros da d�cima caminhada do Atravessar BH assusta quem n�o est� acostumado com as dist�ncias da capital mineira. Por outro lado, o grupo j� fez caminhadas maiores e mais “sem no��o”, como diz a pr�pria Prussiana. O projeto come�ou em 2018 literalmente j� atravessando a cidade, indo de Venda Nova ao Barreiro.

Partindo da Esta��o Vilarinho at� a Esta��o Barreiro, o percurso a p� tem 24 km e, segundo o Google Maps, dura em m�dia cinco horas. No mesmo ano, o grupo tamb�m fez outras duas travessias completando uma esp�cie de circuito pelas bordas da cidade, indo do Barreiro at� o Santa Tereza (16 km), na regi�o Leste, e da Esta��o Santa Tereza at� a Vilarinho (15 km). 

J� em 2019, o Atravessar BH tamb�m explorou cidades da Regi�o Metropolitana, andando de Venda Nova at� Santa Luzia e Ribeir�o das Neves, do Barreiro at� Ibirit�, e do Santa Tereza at� Sabar�. “Fomos e voltamos no mesmo dia”, disse Prussiana.

Objeto de pesquisa

Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Prussiana segue na �rea acad�mica e procura explorar BH em seus projetos. “Tenho muito interesse em pensar ‘sentidos de cidade’. Que sentido as pessoas no dia a dia produzem sobre a cidade!”, conta a pesquisadora que no trabalho de conclus�o de curso fez um “Guia a p� sobre Belo Horizonte”.

No mestrado, ela pesquisou as narrativas de vendedores ambulantes da capital mineira. No doutorado ela pesquisa sobre saraus e slams, que s�o tipos de eventos de express�o art�sticas -  enquanto o primeiro � voltado para a confraterniza��o, o segundo � marcado pela competi��o -, com o objetivo de entender quais sentidos, imagin�rios e afetos eles produzem para a cidade por meio dos seus eventos e das redes de coletivos e de poetas que eles formam.

“O que amarra esse percurso �, principalmente, conhecer e compreender como as pessoas conhecem e fazem a cidade cotidianamente e o ‘Atravessar BH’ surge nesse meio do caminho”, completa Prussiana Fernandes.

*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Thiago Prata


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