
Moradora de Andrel�ndia, na Zona da Mata Mineira, Duda, como � conhecida, buscou atendimento m�dico em Juiz de Fora. Ap�s uma s�rie de exames, recebeu o diagn�stico de aplasia medular, uma doen�a na medula �ssea e que prejudica a circula��o sangu�nea.
“Fiquei muito assustada e comecei a procurar ajuda m�dica. A pandemia atrapalhou, estive muito mal, tentei todo tipo de medica��o, fiquei quatro meses de cama, n�o comia nem consegui tomar �gua, n�o levantava, nem conseguia falar, achei que ia morrer. Minha fam�lia chegou a ser chamada, e os m�dicos disseram que n�o poderiam fazer mais nada por mim”, relatou Duda.
Ap�s diversos tratamentos, a mineira teve uma melhora no quadro cl�nico e foi transferida para o Hospital Universit�rio da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF). Duas vezes por semana, recebia medica��o e transfus�o de sangue.
Medula na Inglaterra
Em uma conversa com os m�dicos, disseram para a Duda que a melhor solu��o para a doen�a era fazer o transplante de medula �ssea. A mineira aceitou a sugest�o, mas esbarrou em dois problemas: nenhum parente tinha medula compat�vel, e n�o havia o �rg�o compat�vel no banco nacional.
Com isso, a equipe do HU precisou expandir as fronteiras e procurar por uma medula compat�vel em bancos localizados no exterior. E foi na Inglaterra que estava o �rg�o que Duda tanto precisava.
“Fiquei muito feliz, aguardando. Com muita f�, eu recebi essas c�lulas. Era muito arriscado, no entanto. Poderia morrer, mas lutando. Fiz o transplante, e logo minha medula ‘pegou’. S� tenho a agradecer toda essa equipe, � enfermagem, aos m�dicos, e a gente � muito bem cuidada aqui, muito bem amparada. Foi um milagre, mas milagres acontecem”, disse Duda.
Processo de vinda da medula
No Brasil, h� o Registro Brasileiro de Doadores Volunt�rios de Medula �ssea (Redome), pertencente ao Minist�rio da Sa�de e fomentado com recursos p�blicos. � por meio do Redome que se faz uma articula��o, a n�vel internacional, para encontrar medulas compat�veis com os pacientes.
“O transplante [da Duda] foi um sucesso, e a recupera��o, �tima, apesar de in�meras intercorr�ncias e novas interna��es”, explicou o m�dico hematologista Abrah�o Hallack, do servi�o de transplante de medula �ssea (TMO) do HU.
O transplante feito em Duda foi o primeiro pelo HU-UFJF, em que o doador n�o era algu�m da fam�lia. “O Hospital Universit�rio tem um diferencial nesses casos, sendo um centro de refer�ncia para transplante de medula �ssea pelo Sistema �nico de Sa�de, recebendo pacientes de v�rios estados”, explicou Hallack.
“A��es como a desse transplante, al�m de demonstrar a excel�ncia na assist�ncia, � de grande import�ncia na forma��o de nossos alunos e residentes e abre espa�os importantes para nossos pesquisadores”, ressaltou o superintendente do HU, Dimas Ara�jo.