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Estado de Minas TOMBADO PELO PATRIM�NIO

Inc�ndio no Instituto de Educa��o: '� um grito de socorro', diz arquiteta

Apesar do passado hist�rico, datado na mesma �poca de constru��o de BH, pr�dio do Iemg sofre com a a��o do tempo e diversos problemas estruturais


22/03/2023 17:24 - atualizado 22/03/2023 17:29

fachada do Iemg
Instituto de Educa��o, em BH, pegou fogo (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

O inc�ndio que atingiu o pr�dio do Instituto de Educa��o de Minas Gerais (Iemg), na manh� desta quarta-feira (22/3), � um sinal de alerta para a seguran�a e falta de manuten��o da constru��o, que h� anos cobra recursos para conserva��o do espa�o, tombado pelo patrim�nio hist�rico em 1982.

Na avalia��o da arquiteta e urbanista Celina Borges Lemos, professora da Escola de Arquitetura da UFMG, o pr�dio clama pela preserva��o para que seu legado arquitet�nico n�o se perca. "Esse acidente � um sinal de alerta, um grito de socorro, de uma edifica��o que merece ser assegurada. Uma estrutura com essa envergadura e essa sofistica��o precisa, como qualquer outro patrim�nio, de cuidado e reparo, que vai muito al�m da mera adapta��o em situa��es emergenciais", afirma.

Com a mesma idade de Belo Horizonte, 125 anos, o edif�cio � testemunha de parte significativa da hist�ria da cidade. O pr�dio foi constru�do em 1897, projetado pelo arquiteto Edgar Nascentes Coelho para abrigar o Gin�sio Mineiro que se transferia de Ouro Preto para nova capital. "Em estilo ecl�tico, ele traz elementos arquitet�nicos e ornamentais da tradi��o neocl�ssica europeia", detalha Celina.


Atualmente, a escola atende cerca de 2 mil alunos do ensino fundamental, ensino m�dio e Educa��o de Jovens e Adultos (EJA). Com voca��o educacional, o edif�cio j� abrigou, em 1906, a Escola Normal de Belo Horizonte e a Escola Normal Modelo, voltada � prepara��o de mo�as da sociedade belo-horizontina para o magist�rio, em uma �poca em que reformas da educa��o na �poca demandavam uma maior forma��o de professores para o ensino prim�rio.

"Seus espa�os s�o uma refer�ncia para a cidade, ele se torna um dos edif�cios mais importantes at� mesmo para o estado e de uma for�a identit�ria muito grande. � um lugar de educa��o, do coletivo. � um lugar em que o p�blico e o privado, muitas vezes, se sobrep�em", comenta a arquiteta e urbanista.

Entre 1906 e 1930, o pr�dio passou por expressivas reformas, sem descaracterizar a estrutura original. A fachada, j� ecl�tica, ganhou um novo monumento, estrutura que cobre a entrada de edif�cios, pal�cios e templos. O p�rtico foi estruturado com colunas de dupla altura. Al�m disso, as janelas foram sobrepostas �s portas de acesso. "Permanece esse ecletismo, mas agora com ares de pal�cio tal qual as secretarias de BH, � �poca abrigadas na Pra�a da Liberdade", descreve a arquiteta.

Al�m do conjunto arquitet�nico, os jardins comp�em outro detalhe art�stico da constru��o, tamb�m inspirados na tradi��o europeia. "H� um enobrecimento do edif�cio com esses jardins", pontua Celina. Em 1982, o pr�dio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), com inscri��o nos livros tombo de belas artes e tombo hist�rico.

Problemas estruturais




Apesar do passado hist�rico, o instituto sofre com a destrui��o do tempo e diversos problemas estruturais, como paredes descascando, janelas danificadas e pisos soltos. Em 2019, um projeto de restaura��o, or�ado em R$ 25 milh�es, deveria ter garantido uma s�rie de melhorias na estrutura. A verba recebida, por�m, n�o chegou a 10% do total necess�rio para a manuten��o.

Para driblar os desafios do alto custo de conserva��o do espa�o, a professora da UFMG sugere parcerias com institui��es privadas e faculdades de arquitetura. "S�o alguns caminhos que temos visto sucesso em v�rias regi�es do Brasil. A parceria com faculdades, por exemplo, pode contribuir com um estudo mais aprofundado de todas as car�ncias do edif�cio, e estrat�gias para a recupera��o e requalifica��o da estrutura", prop�e.

Na avalia��o de Celina, os moradores de BH tamb�m precisam ser inclu�dos no debate. "Criar essa sequ�ncia de investimentos a partir da pr�pria identifica��o do belo-horizontino com o espa�o, que � seu patrim�nio e guarda muito da mem�ria da cidade", afirma.


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