
Segundo o levantamento, os principais motivos s�o as condi��es de moradia para alunos de gradua��o, p�s-gradua��o e o alto pre�o dos alugu�is. A situa��o, segundo o relat�rio, se agrava em alunos classificados em vulnerabilidade socioecon�mica. Este grupo corresponde a 20% do total de matr�culas.
Preocupado com esse cen�rio, o diretor do Instituto de Ci�ncias Humanas e Sociais (ICHS), Mateus Henrique de Faria Pereira, coautor do relat�rio, falou sobre o assunto. Segundo ele, o problema dos elevados custos de alugu�is em Mariana, al�m de atingir a comunidade universit�ria, tamb�m afeta a popula��o marianense como um todo.
Faria Pereira conta que os dois campi levam at� � cidade hist�rica cerca de tr�s mil pessoas matriculadas anualmente. Segundo a pesquisa feita pelo Programa de Educa��o Tutorial (PET), do Instituto de Ci�ncias Sociais Aplicadas (ICSA), a comunidade da UFOP movimenta cerca de R$ 30 milh�es por ano.
O professor ressalta que, em 2017, um estudo feito pela Funda��o Jo�o Pinheiro demonstra que 47,5% da popula��o da cidade trabalha no setor de servi�os em geral. E, por isso, a renda desse setor foi consideravelmente impactada com a diminui��o da comunidade universit�ria. “Quando comparamos ao setor da minera��o, s�o 20% da popula��o impactada”.
“Esses dados ilustram a import�ncia da UFOP como polo educacional para a cidade de Mariana, uma verdadeira ind�stria verde real�ando o natural retorno financeiro, comercial e cultural que � gerado pela comunidade ufopiana”.
Inseguran�a habitacional
Nove estudantes de uma rep�blica particular, localizada no centro da cidade hist�rica, convivem diariamente com o medo de perder a moradia. O estudante do curso de Hist�ria, Francisco Alvim, conta que veio de S�o Paulo para estudar na UFOP, mas que, a cada ano, ele os outros moradores da rep�blica n�o sabem se conseguir�o concluir o curso.
“Minha casa consegue sintetizar esse problema de moradia na cidade. Vivemos com duas situa��es complicadas. A primeira � a especula��o imobili�ria criada por causa da empresa Vale no munic�pio. A empresa chega com muito trabalhadores, que vem de fora da cidade, para fazer o trabalho de minera��o. Eles precisam ter um local para morar na cidade. A segunda situa��o � o risco de desabamento e soterramento de casa por causa das chuvas”, conta o estudante.
O estudante afirma que ocupar os casar�es localizados no centro de Mariana � mais interessante para a Vale porque a empresa consegue concentrar uma maior quantidade de funcion�rios. Isso facilita o transporte de todos para a empresa.
“Se antes a casa estava anunciada por R$ 2 mil por m�s, a empresa paga R$4 mil e, assim, vira uma concorr�ncia desleal porque os donos dos im�veis acabam fechando o aluguel com a empresa”.
Busca de solu��o
Em busca de uma solu��o, o relat�rio foi apresentado � Comiss�o de Participa��o Popular da C�mara Municipal de Mariana e ao presidente da C�mara Municipal de Mariana, Fernando Sampaio, no dia 15 de mar�o.
Na reuni�o, o presidente da C�mara Municipal nomeou uma comiss�o especial para fazer um levantamento de dados e buscar uma solu��o para o problema habitacional.
Segundo Fernando Sampaio, a comiss�o pretende marcar uma reuni�o com a Funda��o Renova, criada pela Samarco e as empresas Vale e BHP Billiton, e com a Promotoria de Justi�a da Comarca de Mariana para discutirem uma solu��o. “Entendemos que a empresa tem responsabilidade sobre o aumento do custo de moradias em Mariana e queremos ver o que a Samarco pode fazer nesse sentido”.
Sampaio conta que a comiss�o especial da C�mara Municipal vai fazer um levantamento sobre o que pode ser feito em rela��o � situa��o em Mariana. “Mas n�o temos ainda uma agenda marcada com o Minist�rio P�blico e nem com a Renova. Acreditamos que, no m�ximo na semana que vem, j� teremos uma data marcada para essa reuni�o”.