Empatia. Palavra que melhor descreve a atitude do m�dico Leandro Brand�o, de Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas. O otorrinolaringologista fantasia crian�as para percorrerem o caminho at� o bloco cir�rgico. Por causa da iniciativa, um v�deo que mostra a a��o viralizou na internet comovendo internautas.
Com 14 anos de profiss�o, 12 deles operando crian�as, Brand�o adotou a estrat�gia para causar menos apreens�o e ansiedade e transformar o momento tenso em divers�o. No v�deo, aparecem v�rios “pacientes her�is”. Alguns vestidos de Batman, Mulher Maravilha e at� de Frozen. Eles chegam andando ou “voando” ao centro cir�rgico.
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“Vou estar sempre ao lado de voc�s! Tentando fazer com que esse momento tenso seja o mais leve poss�vel. Contem comigo”, publicou o m�dico.
A iniciativa acontece h� sete anos. “Veio do inc�modo de entrar com as crian�as chorando e que �s vezes n�o queriam se separar dos pais para entrarem em um ambiente t�o frio quanto o do hospital. Ent�o, fui pensando no que eu podia fazer para o momento ficar mais tranquilo”, relata o m�dico ao Jornal Estado de Minas.
� �poca, tamb�m nascia a primeira filha de Brand�o. “Acho que veio dessa empatia das mudan�as que vivi”, completa.
O m�dico se espelhou em um projeto que participava ainda na faculdade, com t�cnicas de palha�o para entreter pacientes de hospitais.
“Trabalhei na faculdade com um grupo tipo os ‘Doutores da Alegria’. Eu tinha muita experi�ncia com as t�cnicas de palha�o, ent�o, fui tentando misturar com meus pacientes e isso come�ou a acalm�-los. E uma das t�cnicas � colocar as fantasias para a crian�a entrar na brincadeira e n�o notar que est� indo para o bloco cir�rgico”, explica.
Efeito cascata
A interven��o l�dica, segundo Brand�o, reflete nas crian�as, mas tamb�m impacta os pais.
“Em alguns trabalhos � apresentado que a interven��o l�dica tem a mesma efic�cia que um ansiol�tico para os pais e para as crian�as no pr�-operat�rio. E n�o tem efeito colateral. � muito bom, vejo que ajuda a melhorar o ambiente do hospital e do centro cir�rgico”, enfatiza.
O v�deo foi postado no dia 4 de mar�o, mas a repercuss�o come�ou nesta semana. J� s�o 6,3 milh�es de visualiza��es e mais de 530 mil curtidas apenas no perfil do m�dico, que saltou de 5 mil para mais de 100 mil seguidores. O conte�do foi compartilhado em v�rias outras p�ginas.
Em uma publica��o mais antiga, durante a pandemia da COVID-19, ele disse que fantasiar as crian�as pode “fazer com que a experi�ncia de uma consulta m�dica, um exame e mesmo de uma cirurgia seja o m�nimo traum�tica poss�vel”, e que isso � o que o move.
“� o que me deixa com o cora��o quentinho. Sigo tentando melhorar a cada dia e agrade�o imensamente aos pais dos meus ‘pacientinhos’ por confiarem no meu trabalho, que fa�o com tanto amor”.
Exemplo
A repercuss�o tem espalhado a hist�ria de canto a canto no pa�s. O reflexo? M�dicos t�m feito contato para se espelharem e replicarem a pr�tica.
“Nunca imaginei que fosse acontecer isso. Posto muito porque estimula outros m�dicos a fazerem. Isso � o que me deixa feliz. Para mim, n�o vai mudar muito, n�o vou virar blogueiro. Nada disso. Tem muita gente entrando em contato pedindo o contato de quem faz as fantasias. M�dicos perguntando se podem fazer. Eu n�o tenho que deixar. Quanto mais gente fizer � melhor, n�o tenho vaidade de ser o �nico”, afirma.
A t�cnica do otorrinolaringologista transcende o pr�-operat�rio. No consult�rio, as atividades tamb�m s�o desenvolvidas para deixar as consultas mais l�dicas e as crian�as mais confort�veis.