Semana Santa come�a com express�o de f� nas ruas e igrejas de Minas
Com missas e prociss�es, cat�licos iniciam nesta quinta (6/4) a celebra��o do tr�duo pascal, para rememorar a vida, morte, paix�o e ressurrei��o de Cristo
Volunt�rios ornamentam a imagem de Nossa Senhora das Dores no Santu�rio Arquidiocesano Santa Luzia. Andor � preparado para a Prociss�o do Encontro, com as imagens de Maria e do Senhor dos Passos (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
Minas Gerais mergulha profundamente nas celebra��es da Semana Santa, que, a partir desta sexta-feira (7/4), tem como destaque o tr�duo pascal, lembrando vida, morte, paix�o e ressurrei��o de Cristo. Nas igrejas e capelas da capital e do interior, especialmente nas cidades de passado colonial, sacerdotes e equipes de volunt�rios preparam os andores para as prociss�es.
Nesta quarta (5/4), no Santu�rio Arquidiocesano Santa Luzia, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Prociss�o do Encontro, com os cortejos Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor dos Passos, levou centenas de moradores e visitantes ao Centro Hist�rico. � frente da programa��o, est� o reitor e p�roco do santu�rio, padre Felipe Lemos de Queir�s.
“Eu me sinto muito honrada em ajudar, com a equipe da Igreja e de volunt�rios, no andor de Nossa Senhora das Dores, pois, desde crian�a, vinha � Matriz de Santa Luzia com minha tia, Luzia Fonseca, falecida aos 104 anos. Eram tia Luzia e dona L�cia Dolabella as encarregadas da ornamenta��o, e ela pediu que eu mantivesse a tradi��o que passa de gera��o a gera��o”, contou a moradora Goretti Gabrich, tamb�m respons�vel pelas figuras b�blicas que saem nas prociss�es.
Respons�vel pela decora��o dos andores, Wellington Rodrigo Moreira Corr�a, zelador do santu�rio de Santa Luzia, tamb�m se sente honrado. “Aprendi essa arte na inf�ncia, com os mais velhos, e fico feliz por manter a tradi��o de nossa cidade. Minha melhor forma de agradecer e retribuir a Deus, pelo dom que Ele me deu, � decorando os andores da Semana Santa, a Semana Maior da Igreja.”
Missas e rituais
Nesta quinta, �s 9h, ser� realizada na Catedral Cristo Rei, em constru��o no Bairro Juliana, na Regi�o Norte da capital, a tradicional Missa da Unidade, a partir das 9h. Para a celebra��o, s�o esperados os padres da Arquidiocese de Belo Horizonte que v�o renovar seus votos de servi�o � Igreja, e dois fi�is de cada comunidade de f�. De acordo com a Arquidiocese de BH, durante a Missa da Unidade o arcebispo aben�oa os �leos que depois ser�o partilhados com todas as par�quias (no territ�rio da arquidiocese) para as celebra��es dos sacramentos: batismo, crisma e un��o dos Enfermos.
Tamb�m nesta quinta, �s 19h30, na Catedral Cristo Rei, haver� a missa com o rito de Lava-p�s, presidida por dom Walmor. Nesta noite, a Igreja rememora a �ltima ceia de Jesus, quando Ele lava o p� de seus disc�pulos, indicando o caminho do servi�o e da humildade. Na �ltima ceia, ao partilhar o p�o e o vinho, Jesus tamb�m institui o sacramento da Eucaristia, a sua presen�a no p�o e vinho consagrados.
A quinta-feira da Semana Santa, dia da institui��o da eucaristia, marca dois momentos: s� se pode celebrar a Missa da Unidade e n�o outras. “Relembra, tamb�m, a �ltima ceia de Jesus com os 12 ap�stolos. Num gesto de humildade, o Messias lavou os p�s dos disc�pulos. Neste dia, come�a o tr�duo pascal, que vai at� o domingo”, diz o p�roco e reitor do Santu�rio Arquidiocesano da Sant�ssima Eucaristia (Igreja Boa Viagem), padre Marcelo Carlos da Silva.
J� na tricenten�ria Sabar� (RMBH), revive nesta quinta, no in�cio do tr�duo pascal, um momento muito emocionante da Paix�o de Cristo. Com in�cio �s 15h, na Igreja S�o Francisco, no Centro Hist�rico, come�a a cerim�nia do Santo Sepulcro. O ritual remonta ao s�culo 18 e � considerado �nico no pa�s, pois retrata a morte de Jesus na quinta-feira – na v�spera, portanto, da sexta-feira da Paix�o, quando os cat�licos relembram a crucifica��o e acompanham a Prociss�o do Enterro.
A Paix�o
Na Sexta-feira da Paix�o ou Sexta-feira Santa, n�o h� missas nem toque de sino, apenas o som das matracas rompendo o sil�ncio. Neste dia, h� o Serm�o das Sete Palavras, a cerim�nia do Descendimento da Cruz, com a retirada de Jesus da cruz, e a Prociss�o do Enterro. Moradores de Belo Horizonte poder�o assistir �s 18h, na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul, a via-sacra encenada pela juventude redentorista. Para logo ap�s, est� prevista prociss�o at� o Santu�rio Arquidiocesano da Sant�ssima Eucaristia (Igreja Boa Viagem), com a imagem de Nosso Senhor Morto.
Programa��o
Quinta-feira (6/4)
Em Belo Horizonte
» �s 9h – Missa da Unidade, na Catedral Cristo Rei
» �s 19h30 – Solene celebra��o eucar�stica da institui��o da eucaristia e do sacerd�cio e rito do lava-p�s, na Catedral Cristo Rei.
» �s 15h, em Sabar�, na Grande BH – Abertura do Santo Sepulcro, na Igreja de S�o Francisco.
Sexta-feira (7/4)
» �s 4h da madrugada, em Sabar�, na Grande BH, tem a caminhada da Igreja S�o Francisco at� a Capela do Bom Jesus, no Morro da Cruz.
» �s 7h, na Serra da Piedade, em Caet�, na Grande BH – Via sacra no Santu�rio Bas�lica Nossa Senhora da Piedade.
» �s 18h, na Pra�a da Liberdade, em BH, tem a Via-sacra encenada pela juventude redentorista. Em seguida, prociss�o at� a igreja da Boa Viagem, com a imagem de Nosso Senhor Morto.
S�bado (8/4)
» �s 19h30, em Santa Luzia, na Grande BH – Seresta e b�n��o do fogo novo, no adro da Igreja do Ros�rio. Em seguida, prociss�o no Centro Hist�rico.
» De s�bado pra domingo, haver�, em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas, confec��o dos tapetes. Desta vez, grupos de serestas acompanham os moradores.
Domingo (9/4)
» Prociss�o da Ressurrei��o ap�s a missa das 7h, na Matriz Nossa Senhora da Concei��o de Ant�nio Dias, no Centro Hist�rico de Ouro Preto
Procura por peixes mant�m tradi��o no Bairro Bonfim
Leandro Couri e S�lvia Pires
�s v�speras da Sexta-feira da Paix�o, a procura por ingredientes para celebrar a Semana Santa movimenta lojas e supermercados de Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (5/4), a Rua Bonfim, mais conhecida como rua do Peixe, na regi�o Noroeste, amanheceu com filas, lojas cheias e carregadores trazendo suprimentos, enquanto o barulho da serra fita -l�mina que corta peixe e outras carnes- embalava a corrida dos consumidores para garantir a ceia de P�scoa.
Mesmo com a alta no movimento, as vendas, segundo comerciantes ouvidos pela reportagem do Estado de Minas, ainda est�o aqu�m do esperado. “Se comparar com o in�cio do m�s, a venda est� muito boa. Mas, ano passado, apesar de ainda terem restri��es da pandemia, as vendas foram mais fortes do que esse ano”, avalia Sandro Josu�, peixeiro h� 21 anos. A expectativa � de melhores neg�cios nos pr�ximos dois dias.
Peixeiro h� 21 anos, Sandro Josu� exibe o favorito dos clientes da Uai Peixes, na Semana Santa, o bacalhau. Mas h� op��es variadas (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Um dos pratos mais t�picos do domingo de P�scoa, o bacalhau, continua sendo l�der de vendas, embora esteja com um pre�o mais alto neste ano. “Primeiramente, o mais procurado � o bacalhau, depois as pessoas procuram peixe para fazer frito, moqueca”, disse Josu�. Mesmo com pre�os mais salgados, a popula��o encontra alternativas para adaptar o card�pio. “Tem bastante peixe, para todos os gostos e para deixar a Semana Santa melhor”, declara Josu�.
Varia��o de pre�os
Segundo a pesquisa Mercado Mineiro, o item registrou um aumento expressivo. O bacalhau tipo cod, por exemplo, foi de R$ 152,68 para R$ 171,57 (12,37%). O bacalhau tipo porto imperial, dos R$ 177,88 para R$ 196,43 (10,43%). E o bacalhau tipo saithe, dos R$ 78,83 para R$ 83,32 (5,7%). Apesar de o bacalhau ser a estrela do feriado, comerciantes relatam um aumento da procura de outros tipos de peixes, dos mais baratos, como surubim e til�pia, at� os mais caros, como o salm�o. Entre os peixes frescos, a pesquisa do Mercado Mineiro aponta o maior aumento entre a sardinha (11,07%, dos R$ 17,92 para R$ 19,90), do dourado (9,84%, dos R$ 40,90 para R$ 44,93) e do tambaqui (9,7%, dos R$ 25,34 para R$ 27,80).
Peixeira h� 45 anos, Marisa das Dores Ara�jo Leal diz que, embora n�o comercializem bacalhau, o estabelecimento est� sempre lotado nesta �poca do ano. Segundo ela, o surubim dourado � o primeiro a esgotar, seguido pelo gurijuba. “� amanh� que o bicho pega”, confessa. Na peixaria Lambari, onde Marisa trabalha, a fila constante e o barulho da serra fita -m�quina que corta o peixe- n�o cessa um minuto.
Para n�o pesar no bolso, os consumidores tamb�m devem ficar atentos �s varia��es de pre�o entre os estabelecimentos. “A recomenda��o � comprar somente o necess�rio, escolher o pescado de acordo com o pre�o e o prato que vai ser feito, para que o consumidor possa economizar”, comentou Feliciano Abreu, economista e coordenador do Mercado Mineiro e aplicativo ComOferta.
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