
K�tia Cristina Alves Robes, m�e dos meninos, est� presa desde o dia 6 de fevereiro, suspeita pela morte de outro filho, na �poca com seis anos. De acordo com a Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp), a dire��o do pres�dio recebeu den�ncias de “poss�veis amea�as” que teriam sido feitas por Terezinha contra K�tia.
Ainda conforme a pasta, as duas mulheres est�o em celas separadas “com as devidas medidas de seguran�a aplicadas na rotina da unidade”. O Estado de Minas questionou a Sejusp se elas possuem contato, mas n�o obteve resposta quanto a isso.
A reportagem procurou o advogado das mulheres. O defensor de Terezinha afirmou que as den�ncias s�o falsas e que a “informa��o n�o procede”. J� a defesa de K�tia n�o se pronunciou.
Suspeita de c�rcere privado
Depois que j� estava presa, K�tia escreveu uma carta contando sobre como come�ou a morar no mesmo lote que a fam�lia de Terezinha. Segundo seu relato, ela, os quatro filhos e o marido, Wellington Camelo Gomes, chegaram a Belo Horizonte h� cerca de um ano e meio, vindos de Jo�o Pinheiro, na regi�o Noroeste de Minas Gerais. Ainda na rodovi�ria da capital, ela teria conhecido a mulher que ofereceu trabalho em seu s�tio, em S�o Joaquim de Bicas.
Em entrevista ao EM, no dia 24 de fevereiro, o antigo advogado de K�tia relatou o que teria acontecido � fam�lia logo depois que chegaram a S�o Joaquim de Bicas. O ent�o defensor contou que, depois de dois meses no s�tio, Terezinha e Lalesca teriam dito � K�tia e Wellington que eles poderiam receber indeniza��es da Vale pelo rompimento da Barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019. As mulheres teriam se oferecido tamb�m para fazer o cadastro do casal, mas teriam requerido parte do valor.
Conforme o relato de K�tia, escrito na Penitenci�ria de Vespasiano, logo ap�s a reuni�o para falar sobre a poss�vel indeniza��o, ela e os filhos foram levados para Belo Horizonte. Ela contou, ainda, que depois que voltou para o s�tio na Grande BH nunca mais viu seu marido. "Quando chegamos no s�tio, ela falou para mim que meu marido tinha ido embora. A� eu comecei a chorar e ela disse para eu n�o preocupar com nada que ela ia me ajudar".
Ainda segundo a mulher, no dia 4 de janeiro de 2022, Terezinha e Lalesca a levaram para a capital para que ela tivesse sua filha ca�ula, que nasceu prematura. Dez dias depois do parto, Terezinha teria informado que um m�dico do Hospital Sofia Feldman, onde o procedimento foi realizado, ligou afirmando que a beb� deveria voltar para a unidade para ficar internada. A rec�m-nascida foi ent�o retirada dos bra�os da m�e sob o pretexto de que durante a interna��o teria que ficar sozinha.
K�tia conta que assim que a filha foi levada, ela voltou para o s�tio de S�o Joaquim de Bicas e, depois de um tempo, foi informada que a filha havia morrido. No entanto, em outubro do mesmo ano, nove meses ap�s o nascimento do beb�, Terezinha teria a informado que a filha n�o havia morrido.
Ainda no per�odo de puerp�rio, antes de saber que a filha ca�ula estava viva, K�tia relatou que sempre era mantida separada dos filhos homens e que os via muito pouco, apenas quando estava molhando as plantas do terreiro do s�tio. Mesmo assim, ela explica que n�o conseguia ter contato pr�ximo com os meninos.
Em um trecho da carta, a m�e das crian�as conta que certa vez foi levada para um "quarto subterr�neo" e que, dias depois, durante a noite, conseguiu conversar com o filho mais velho. Ela contou que o menino dizia estar com saudade e que ele e os irm�os tamb�m eram mantidos presos, sendo permitido apenas que trabalhassem. O garoto ainda teria dito que Terezinha o havia obrigado a gravar um v�deo e que caso n�o o fizesse, iria apanhar.
Ainda de acordo com um dos primeiros advogados de K�tia, logo depois da conversa ela nunca mais soube dos filhos mais velhos, de 6 e 9 anos. Ainda segundo o advogado, K�tia achava que os filhos estavam mortos.