
O advogado Thiago Lenoir, defensor da da biom�dica Lorena Marcondes, suspeita de homic�dio doloso com dolo eventual, afirmou, nesta sexta-feira (11/5), que ela “nunca teve a inten��o de matar”. Uma paciente, de 46 anos, morreu na segunda-feira (8/5), ap�s sofrer parada cardiorrespirat�ria em uma cl�nica de est�tica em Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas.
Ele tratou a morte da mulher como “fatalidade”. “A defesa refuta as suspeitas de dolo eventual. O dolo, mesmo que eventual, a pessoa tem a inten��o de matar, ela assume o risco de matar e a Lorena nunca teve a inten��o de matar ou de assumir o risco de matar essa v�tima”, afirmou o advogado, que ganhou proje��o nacional ap�s atuar na defesa do goleiro Bruno.
A paciente chegou a ser levada pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) em estado grav�ssimo para o Complexo de Sa�de S�o Jo�o de Deus (CSSJD). L�, foi transferida para o Centro de Terapia Intensiva (CTI), onde morreu no mesmo dia.
- Mulher morre depois de procedimento est�tico em Divin�polis
A biom�dica est� presa desde a madrugada de ter�a-feira (9/5), quando teve a pris�o em flagrante decretada. As investiga��es da Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) apontam, inicialmente, que a paciente foi submetida ao procedimento de lipoaspira��o ou lipoescultura, al�m de enxerto nas n�degas.
A defesa nega e diz que seria executado a lipo laser – um procedimento que a biom�dica dizia ser sem cortes, com protocolos desenvolvidos por ela e com resultados iguais aos de cirurgia. “A causa morte ainda � indefinida. Temos que aguardar todos os laudos e a per�cia. Mas lipoaspira��o ela n�o fez”, enfatizou o defensor.
Oculta��o de provas
A suspeita de oculta��o de provas tamb�m foi contestada por Lenoir. Durante depoimento, uma testemunha relatou que um dos funcion�rios da cl�nica foi visto saindo com um saco pl�stico ap�s a complica��o da paciente.
Imagens das c�meras de seguran�a foram colhidas pela per�cia para verificar se houve altera��o na cena e tamb�m oculta��o de provas.
Ele alega que Lorena contribuiu a todo o momento com as investiga��es. “Apagar provas, vest�gios, neste sentido, n�o existe”, enfatizou. Ap�s a complica��o com a paciente, a biom�dica ligou para o cardiologista que fez os primeiros atendimentos e tamb�m acionou o Samu.
“Uma pessoa que pratica um crime grav�ssimo de homic�dio com dolo eventual, sabendo que corria o risco de matar algu�m, ela n�o ficaria parada no local. Ela n�o teve essa maldade porque foi uma fatalidade”, completou.
O advogado confirmou que Lorena mantinha uma “parceria comercial” com a m�dica Daniela Nery Faria. Entretanto, afirma desconhecer qualquer alega��o de fraude. Pacientes apresentaram receitu�rios que teriam sido entregues pela biom�dica com suposto carimbo e assinatura da m�dica que realiza procedimentos cir�rgicos.
Lenoir disse que essa quest�o n�o consta no processo. “Se for arguido, a gente, no devido tempo e com a t�cnica necess�ria, vai analisar todas as provas da pol�cia”, disse. J� a m�dica, em entrevista ao jornal Agora, negou que tenha cedido carimbo ou assinado receitas. Falou em fraude.
Pedido de liberdade

A biom�dica teve o pedido de pris�o domiciliar negado em primeira inst�ncia. Devido a essa decis�o, a defesa impetrou o pedido de habeas corpus no Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG).
A liminar foi negada, nessa quinta-feira (10/5), pela desembargadora Paula Cunha e Silva que alegou que a “decis�o � necess�ria para garantir a ordem p�blica, diante dos ind�cios de autoria e gravidade concreta do delito”.
Ela citou tamb�m a aus�ncia de alvar� sanit�rio da cl�nica – vencido desde outubro do ano passado.
Agora, a defesa aguarda o julgamento do m�rito, sem data para ocorrer. “A defesa entende que ela n�o deveria estar presa, primeiro porque � um direito constitucional dela de aguardar o processo em liberdade. Voc� n�o pode fazer nenhum ju�zo prematuro antes de ser devidamente comprovado. A pessoa s� pode ser presa depois de uma senten�a penal condenat�ria. O crime que ela est� respondendo � um crime grav�ssimo, tanto para a sociedade como para ela pr�pria tamb�m”, afirma o advogado.
Ele tamb�m criticou a decis�o que reverteu a pris�o em flagrante por preventiva. “O fundamento da pris�o preventiva ele fala da como��o social. Respeito o magistrado, � um grande juiz da comarca de Divin�polis, mas � direito da defesa de recorrer contra esses argumentos. A pessoa n�o pode ficar presa por conta de uma como��o social.”
T�cnica de enfermagem
Tamb�m est� presa a t�cnica de enfermagem Ariele Cristina de Almeida Cardoso. Ela trabalhava com a biom�dica no momento da pris�o. Segundo apurado, ela havia sido contratada h� menos de uma semana.
O advogado Rui Nascimento, que trabalha para que Ariele deixe o pres�dio, disse que entrou com o pedido da revoga��o da pris�o preventiva e ado��o da pris�o domiciliar. Na noite dessa quinta-feira (11/5), ele tamb�m protocolou o habeas corpus.
Outro advogado vai assumir a defesa da t�cnica. A reportagem n�o conseguiu localizar o respons�vel.
*Amanda Quintiliano especial para o EM