Encantador de c�es 'rouba a cena' na Feira Hippie no Dia das M�es
No domingo de vaiv�m de pessoas na Feira Hippie, o catador de papel Aldemar Correia de Lima estava na luta, mas feliz por ter a companhia de seus sete cachorros
Sabe aquela velha frase de que o cachorro � o melhor amigo do homem? Pois �, ela nunca fez tanto sentido e � t�o real na vida do catador de papel Adelmar Correia de Lima, morador do bairro Goi�nia, "pr� l� do trevo de Sabar�", na regi�o Nordeste de Belo Horizonte.
Neste domingo de Dia das M�es, no burburinho e vaiv�m das pessoas na Feira Hippie, no Centro da capital, Aldemar estava na luta, sem descanso, na companhia insepar�vel de seus cachorros, os melhores parceiros: "Aqui, comigo, tenho sete, mas s�o dez. Tr�s est�o em casa. Dos dez, criei tr�s e peguei sete na rua porque as pessoas querem o cachorro enquanto est� bonitinho; quando ele fica velho, elas abondonam".
Como "encantador de cachorros", Adelmar chamava a aten��o de quem passeava pela feira. Com seus sete cachorros presos ao carrinho para coletar os produtos frutos do seu sustento, ele revela com orgulho o nome dos amigos, aqueles que o entendem, que t�m uma conex�o especial, o defendem, d�o afeto e carinho e est�o prontos para uma brincadeira: "Hoje est�o comigo Nique, Chimbica, Sofia, Pipoca, Pirulito, Nina e Pretinhha. Em casa, est�o Chic�o, Bob e Princesa. Aqui est�o presos por causa dos carros, mas l� em casa s� ficam soltos".
Sem querer ficar muito tempo longe de nenhum dos cachorros, Adelmar criou uma estrat�gia para t�-los por perto: "Semana que vem, trago para rua os tr�s que ficaram em casa hoje. � assim, revezo".
Em toda amizade h� alguns atritos, nada que n�o se resolvam. Mas Adelmar conta que precisa ficar de olho, colocar uma certa ordem, j� que "os cachorros grandes n�o deixam os pequenos comerem nem beberem �gua." Comigo por perto n�o tem problema, tudo bem, mas se viro as costas...", diz.
Adelmar Correia de Lima conta que seus dez cachorros 'ajudam, defendem e fazem companhia' (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Luta di�ria pela sobreviv�ncia
Como catador de papel, Adelmar revela que fica na rua, trabalhando, tr�s, quatro dias por semana, longe casa: "Assim, deixo tr�s (cachorros) em casa, para tomar conta, j� que s� mora eu e Deus. E tenho de ganhar dinheiro para pagar �gua, luz e comprar comida para mim e para eles".
Mesmo com dificuldade, obst�culos e a dureza da vida, Adelmar tem em seus cachorros a esperan�a de uma vida, pelo menos em alguns instantes, mais leve e certamente com amor: "Eles me ajudam, me defendam, fazem companhia porque sou s� eu e Deus".