(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas LUTA PARA SOBREVIVER

Conhe�a a Pretinha, cadelinha com leishmaniose que busca tratamento e lar

O caso da cadela Pretinha � um alerta sobre a falta de incentivo �s pesquisas sobre as vacinas contra a Leishmaniose Visceral Canina no pa�s


19/05/2023 16:18 - atualizado 19/05/2023 16:36
432


Cadela que escapou da eutanásia está sob os cuidados de vários moradores do bairro
Cadela que escapou da eutan�sia est� sob os cuidados de moradores do bairro (foto: Divulga��o/Arquivo pessoal)
 
Uma cadela diagnosticada com Leishmaniose Visceral Canina (LVC) luta para sobreviver. Pretinha morou por quatro anos nas ruas de Congonhas e, diagnosticada com a doen�a, a solu��o encontrada pela Unidade de Vigil�ncia de Zoonoses da prefeitura de Congonhas foi a eutan�sia.
 
O caso da cadela Pretinha � um alerta sobre a falta de pesquisas sobre as vacinas contra a Leishmaniose Visceral Canina. Um Projeto de Lei tramita no Congresso desde 2018, enquanto pesquisas sobre um imunizante eficaz e outras medidas sanit�rias em universidades aguardam por investimentos.
O procedimento da eutan�sia que leva � morte do animal n�o foi aceito pela mantenedora comunit�ria, Claudia Guerra, que assinou um termo de compromisso e assumiu o tratamento da doen�a. A cadela aguarda por um tutor permanente enquanto vive provisoriamente com moradores do bairro.
 
“Ficamos sabendo que a Pretinha passaria pela eutan�sia no dia 3 de maio e, desde ent�o, venho recolhendo dinheiro para os custos do tratamento da doen�a. J� gastei R$ 1.613 com a medica��o e uma coleira espec�fica para o tratamento da doen�a”.

Em busca de um lar

 
A servidora p�blica conta que a prefeitura n�o fornece o medicamento Milteforan, indicado para o tratamento da Leishmaniose Visceral e que ap�s a medica��o, a cadelinha ainda precisar� de outro tratamento. Por ser um animal sem um tutor permanente, corre o risco de passar pela eutan�sia.
 
“A Pretinha precisar� de passar por cuidados e exames ao longo da vida para a redu��o do parasita em seu organismo e por isso, precisa de um tutor respons�vel que acompanhe o caso dela”.
 
Em Congonhas, o que � feito anualmente s�o testes r�pidos para detectarem a doen�a nos animais que, se comprovada, passam pela eutan�sia.
 
Leishmaniose no pa�s
 
Segundo a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) n�o existe comprova��o de cura da leishmaniose visceral canina e os medicamentos dispon�veis apenas aliviam os sinais da doen�a e melhoram a qualidade de vida dos c�es infectados.
 
Ainda segundo a Fiocruz, a leishmaniose visceral n�o � transmitida pelo contato direto entre c�o e humano e o tratamento medicamentoso do c�o n�o est� dispon�vel atualmente no servi�o p�blico.
 
Conforme o Minist�rio da Sa�de, atualmente existe uma vacina anti leishmaniose visceral canina em comercializa��o no Brasil. Os resultados do estudo apresentado pelo laborat�rio produtor da vacina atenderam �s exig�ncias da Instru��o Normativa Interministerial n° 31 de 09 de julho de 2007, o que resultou na manuten��o de seu registro pelo Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento. Por�m, ainda n�o existem estudos que comprovem a efetividade do uso dessa vacina na redu��o da incid�ncia da leishmaniose visceral em humanos.
 
Diante disso, o professor de Parasitologia Cl�nica da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Alexandre Barbosa Reis, explica que para o Minist�rio da Sa�de considerar a vacina como finalidade de sa�de p�blica coletiva, e assim ter uma Campanha Nacional de Vacina��o, � importante que o imunizante proteja os c�es de se infectar e consequentemente retirar deles a condi��o de reservat�rio, diminuindo o risco de pessoas adoecerem.
 
Em rela��o � eutan�sia, o parasitologista afirma que a comunidade cient�fica n�o quer manter essa medida, mas considera arriscado tratar os c�es apenas com medicamentos.
 
“Este � um dos procedimentos que infelizmente ainda � utilizado como uma medida para minimizar o risco de crian�as, idosos e pessoas imunossuprimidas e/ou mesmo adultos saud�veis que convivem pr�ximos aos c�es infectados possam se infectar, j� que estes agem como reservat�rio do parasita para os insetos transmissores”.
 
Falta de pesquisa
 
Est� tramitando no Congresso um Projeto de Lei que pretende tornar obrigat�ria a vacina��o anual de animais contra a Leishmaniose em todo o pa�s, por�m a aprova��o est� parada, desde 2018, porque faltam pesquisas que evidenciem a efic�cia da vacina��o na sa�de p�blica.
 
O parasitologista, Alexandre Barbosa Reis, afirma que faltam incentivos �s pesquisas nessa �rea em todo o pa�s e na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) diversos projetos est�o parados desde 2016.
“Precisamos retomar com investimentos em Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o para que pesquisas que est�o interrompidas desde 2016 retornem e possam gerar novas vacinas, tratamentos e outras medidas que impe�am a infec��o canina e humana. O nosso grupo n�o consegue dar continuidade aos estudos das nossas vacinas, nem dos tratamentos como a vacinoterapia que demonstra ser altamente eficazes”.
 
Sobre o Projeto de Lei, o professor acredita que a proposta apresentada no Congresso entra em uma seara sanit�ria e n�o apenas pol�tica.
 
“Tenha certeza que quando for demonstrado que ao vacinar c�es reduz a preval�ncia e incid�ncia da infec��o Canina e humana de Leishmaniose Visceral, o Minist�rio da Sa�de vai incorporar vacinas no Programa de Vigil�ncia e Controle da Leishmaniose Visceral no Brasil”.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)