O pr�dio hist�rico do Instituto de Educa��o foi atingido por um inc�ndio em 22 de mar�o
(foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O inc�ndio registrado no Instituto de Educa��o de Minas Gerais (Iemg) no primeiro trimestre ainda � problema para os mais de 800 alunos do ensino m�dio da unidade. H� quase tr�s meses, os estudantes assistem �s aulas em um pr�dio comercial na Rua Guajajaras, na Regi�o Central da capital. Longe do ambiente ideal para o ensino, professores e alunos reclamam da demora para o retorno ao pr�dio principal da escola e de falta de apoio do governo nesse per�odo de transi��o. Segundo o Executivo estadual, licita��o para reparos ser� feita ainda este ano.
O Iemg, que fica na Rua Pernambuco, no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, foi atingido por um grande inc�ndio em 22 de mar�o. Desde ent�o, as aulas do ensino m�dio foram suspensas na unidade. As outras turmas seguem frequentando normalmente o pr�dio anexo do col�gio.
No caso das turmas de ensino m�dio, as aulas est�o sendo ministradas em um outro pr�dio, que foi alugado pelo governo e tem custos de mais de R$ 160 mil aos cofres p�blicos. A demora para a conclus�o das obras tem incomodado professores da unidade. “Entendemos que � uma situa��o emergencial, mas nem por isso temos que conviver com essa transfer�ncia �s pressas sem os devidos cuidados. Imagine que em uma quarta-feira acontece o inc�ndio. No s�bado, os professores j� estavam (no outro pr�dio)”, contou Wladimir Coelho, que d� aulas no Iemg h� mais de cinco anos.
Wladimir ressalta que alguns dos alunos chegaram a sair da escola ap�s o incidente. “Imagina sair de um pr�dio onde tem uma piscina, quadras de esporte, biblioteca, laborat�rio de inform�tica muito bem equipado e de repente vamos para um pr�dio comercial, que foi durante algum tempo sede de uma faculdade. Observamos que um determinado quantitativo de alunos saiu da escola por causa da mudan�a da estrutura. Conversamos com alunos que disseram isso”, afirma.
O professor cobrou do Estado tamb�m maior apoio no processo de adapta��o dos alunos. Segundo ele, faltou di�logo para facilitar toda a situa��o. Percebo que h� uma dificuldade de comunica��o da Secretaria (de Educa��o) com a escola e professores. Tivemos que rever todo nosso planejamento pedag�gico. Faltou dar um tempo para discutir como a mudan�a seria feita. Faltou apoio para essa transi��o”, refor�a.
Alunos do ensino m�dio diante do im�vel comercial onde assistem �s aulas atualmente
A reclama��o � a mesma entre os alunos. Geilson Lucas, de 16 anos, cursa o 2º ano no Iemg e diz que o novo local dificulta o acompanhamento das classes. “Nem tem janela nas salas, � s� um ventilador. Faz muito calor dentro da sala, � horr�vel. S�o 40 alunos para um lugar pequeno, fica abafado dentro da classe”, disse.
Uma aluna que n�o quis se identificar contou que as aulas externas e de educa��o f�sica s�o as mais afetadas. “A mudan�a atrapalhou, perdemos nossa privacidade. Querendo ou n�o, somos prejudicados porque n�o temos onde fazer educa��o f�sica ou a aulas que t�nhamos em espa�o livre. Queria muito voltar pro outro pr�dio, mas n�o sabemos quando isso vai ocorrer”, explicou.
O que diz o governo
Atualmente, a obra de reforma do pr�dio principal do Iemg est� a cargo do Departamento de Edifica��es e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG). Em nota, o governo de Minas informou que os reparos est�o em fase de or�amento e a previs�o � de que a licita��o seja feita ainda neste ano. Sobre os questionamentos relacionados � rotina do ensino, a Secretaria de Educa��o disse que “j� apresentou as planilhas com interven��es f�sicas no espa�o para regulariza��o das demandas da comunidade escolar, o que inclui o fluxo de alimenta��o escolar, entre outras.”
No dia 12, a deputada estadual Maca� Evaristo (PT) fez uma visita junto com a Comiss�o de Educa��o, Ci�ncia e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao pr�dio hist�rico da capital. Ap�s a vistoria, ela relatou que a situa��o do pr�dio hist�rico � complicada e reclamou de falta de transpar�ncia por parte do governo. “Fizemos a vistoria e a situa��o � de calamidade. A gente n�o teve acesso ao projeto de reforma, n�o temos nada sobre a licita��o”, disse.
Maca� destacou que aguarda um encontro entre os representantes da escola com as autoridades e que vai pedir uma audi�ncia p�blica na Assembleia Legislativa para discutir o assunto. “A inseguran�a da comunidade escolar � imensa. N�o houve assembleia ou reuni�o para que o governo do estado apresentasse o que vai ser feito para recuperar o pr�dio. Vamos pedir uma audi�ncia p�blica na assembleia para tratar dessa quest�o”, contou.
O inc�ndio
As chamas come�aram por volta das 10h de 22 de mar�o. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teve in�cio no recinto de arquivos, que fica na �ltima sala do primeiro andar, no fundo do pr�dio. A fuma�a foi vista de longe. Toda a escola foi evacuada. Quatro viaturas do CBMMG, com 12 militares, al�m da Pol�cia Militar e o Samu, trabalharam na ocorr�ncia. Apesar do susto, n�o houve feridos graves, mesmo com 44 pessoas tendo sido atendidas em hospitais de Belo Horizonte. Por volta das 11h30, o fogo foi controlado.
Um adolescente de 16 anos foi apreendido ainda na noite daquele dia, suspeito de ter ateado fogo ao pr�dio. O pr�prio jovem teria acionado a pol�cia para confessar o ato. � pol�cia, ele afirmou que estava fumando na sala de arquivos, centro do inc�ndio, quando teria descartado a guimba do cigarro em um local cheio de pl�stico. O jovem afirmou � pol�cia que n�o teve nenhuma inten��o ou vontade de causar o inc�ndio e que eles (o garoto e um colega) n�o repararam se o fogo come�ou na sala. Apenas 10 minutos depois de retornarem para a aula � que notaram a fuma�a.