
Em �udios enviados pela escriv� para uma amiga em que a reportagem teve acesso, ela demonstra medo. “N�o quis tomar provid�ncia porque ia me expor. Isso � Caranda�, cidade pequena. Com certeza ia se voltar contra quem? Contra a mulher. Eu deixei, prefiro abafar. Eu s� n�o quero olhar na cara desse bo�al nunca mais”, narra a escriv�.
Os servidores eram os principais alvos das den�ncias de Rafaela, que os acusava de ass�dio moral e sexual. Rafaela diz ainda que foi aconselhada a deixar os problemas de lado, que deveria esquecer o que desagradasse. Conta ter sofrido o ass�dio sexual de um colega, em 2022. “Eu nem contei pra voc�s, porque, sabe, umas coisas que me desgastam. Quanto mais eu falo, mais a energia volta. Fiquei calada. Fiquei quieta na minha, achando que as coisas iriam melhorar. Eu n�o incomodo muita gente, mas, enfim, agora chega”, disse Rafaela.
Nessa quinta-feira (23), o caso passou para a Corregedoria-Geral da Pol�cia Civil, de forma exclusiva. Em nota, a institui��o informou que “refor�a que as investiga��es continuar�o sendo conduzidas de maneira isenta e imparcial.”
Relembre o caso
Rafaela Drumond, de 32 anos, foi v�tima de suic�dio. Na sexta-feira (9), ela estava na casa dos pais, na cidade de Ant�nio Carlos, na regi�o do Campo das Vertentes, quando tirou a pr�pria vida.
A escriv� trabalhava em uma delegacia em Caranda�. Nos �ltimos meses, Rafaela teve mudan�as em sua personalidade, passando a ficar mais retra�da e calada. O fato chegou a incomodar os pais que, ap�s uma conversa com ela, foram informados de que ela estava estudando para um concurso de Delegada da institui��o.
Semanas antes do ocorrido, Rafaela chegou a denunciar casos de ass�dio moral e sexual dentro da delegacia em que era lotada. Imagens e �udios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os ass�dios que sofria. Ela tamb�m reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas. “Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso de fazer uma carne. Ele come�ou a falar na minha cabe�a, e eu ficava com cara de deboche, n�o respondia esse grosso. De repente ele falava que pol�cia n�o � lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos �udios.
Pol�cia Civil
A reportagem entrou em contato com a Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMMG) e aguarda retorno.