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Estado de Minas CAMPANHA ELEITORAL

Conhe�a as promessas do aluno da UFMG candidato a presidente do Congo

Em entrevista, Louison Mbombo conta como surgiu a ideia de entrar para a carreira pol�tica e o que pretende fazer se for eleito


04/07/2023 07:26 - atualizado 04/07/2023 08:26
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Louison Mbombo
Louison pretende voltar ao Brasil para concluir o semestre faltante da UFMG (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)

Em meio � agenda corrida de um candidato a presidente, Louison Mbombo tirou um tempo na agenda para conversar com a reportagem do Estado de Minas. O pol�tico j� � um velho conhecido: concedeu entrevista em 2019, quando recebeu o pr�mio Melhor Inova��o Humanit�ria da The Dutch Coalition for Humanitarian Innovation (DCHI).


Mbombo anunciou a candidatura dele � presid�ncia da Rep�blica Democr�tica do Congo na �ltima quarta-feira (28/6), Ele tamb�m concorre ao cargo de deputado nacional de Lukunga, estado congol�s onde reside. Louison se mudou para o Brasil em 2013, por conta da instabilidade pol�tica de seu pa�s. 

 


Por aqui, ele criou a ONG Solidariedade na Mokili, voltada para o combate � mal�ria e melhoria da condi��o de vida para os congoleses. Em 2015, ele ingressou no curso de Medicina da UFMG, onde foi eleito um dos pesquisadores mais influentes do mundo.


Em 2020, ele voltou ao Congo, por causa da pandemia, e acabou concluindo a forma��o por l�, para poder ajudar seus conterr�neos durante a crise da COVID-19. Do pa�s africano, Louison acompanhou as elei��es presidenciais no Brasil, sendo um forte apoiador de Lula (PT). O ent�o pr�-candidato a presidente chegou a fazer um post elogiando o pesquisador, em 2018.


Com a experi�ncia na realidade congolesa e brasileira e as observa��es feitas em viagens para fora do pa�s, Mbombo percebeu que podia contribuir para mudan�as na terra natal. Com a bagagem da medicina e da pesquisa acad�mica, Louison encontrou na pol�tica uma forma de garantir um futuro melhor para os congoleses.


O pleito acontece no dia 20 de dezembro, em um cen�rio complexo historicamente. At� l�, Mbombo segue a rotina de campanha, tentando conversar com congoleses de todas as idades para conquistar os votos. Confira a entrevista exclusiva com Louison.

Louison Mbombo junto a congoleses
Em seu perfil nas redes sociais, Louison Mbombo compartilha momentos de campanha de rua (foto: Reprodu��o / redes sociais)
 


Estado de Minas:  De onde veio a vontade de se candidatar?

Louison Mbombo: A vontade de concorrer � presid�ncia da Rep�blica Democr�tica do Congo (RDC) surgiu de uma variedade de motiva��es e circunst�ncias. Sempre quis trazer uma mudan�a positiva em meu pa�s. O cen�rio pol�tico da RDC, com sua complexa hist�ria de conflito, corrup��o e desafios socioecon�micos, me estimularam a resolverem os problemas por conta pr�pria e a lutarem por posi��es de lideran�a que possam moldar o futuro da na��o.


O desejo de concorrer � presid�ncia veio em experi�ncias pessoais com a minha ONG  na determina��o de abordar quest�es como pobreza, desigualdade e abusos dos direitos humanos. Al�m disso, a paix�o pelo servi�o p�blico, a firme cren�a nos princ�pios democr�ticos e o compromisso de garantir um futuro melhor para todos me levaram a buscar o mais alto cargo pol�tico na RDC


EM: Como � o processo eleitoral no pa�s? Como est� o cen�rio atual?

LM: O processo eleitoral na Rep�blica Democr�tica do Congo (RDC) � um aspecto complexo e significativo do sistema democr�tico do pa�s. A RDC tem um sistema pol�tico multipartid�rio, onde os cidad�os t�m o direito de votar e participar do processo eleitoral. O processo come�a com o recenseamento dos eleitores aptos, a que se segue a constitui��o e registo dos partidos pol�ticos. As elei��es na RDC s�o realizadas em v�rios n�veis, incluindo elei��es presidenciais, parlamentares e provinciais. A Comiss�o Nacional Eleitoral Independente (CENI) � respons�vel pela organiza��o e supervis�o do processo eleitoral, garantindo a sua transpar�ncia e equidade.

No entanto, o processo eleitoral na RDC enfrentou desafios e controv�rsias no passado, incluindo alega��es de fraude e irregularidades. Apesar desses desafios, a RDC tem feito esfor�os para melhorar seu sistema eleitoral, incluindo o uso de registro biom�trico de eleitores para aumentar a precis�o e a transpar�ncia. Em geral, o processo eleitoral na RDC desempenha um papel vital no desenvolvimento democr�tico do pa�s, e os esfor�os cont�nuos para fortalec�-lo e melhor�-lo s�o cruciais para garantir elei��es livres e justas.


EM: Quais ser�o suas estrat�gias de campanha?

LM: Como candidato nas elei��es presidenciais e parlamentares da Rep�blica Democr�tica do Congo (RDC), minhas estrat�gias de campanha se concentrariam na transpar�ncia, na inclus�o e no atendimento das necessidades prementes do povo. Em primeiro lugar, eu priorizaria a transpar�ncia garantindo que todas as finan�as e atividades de campanha sejam contabilizadas e tornadas p�blicas para evitar qualquer suspeita de corrup��o. Al�m disso, estabeleceria uma forte presen�a online e utilizaria plataformas de m�dia social para me conectar com a gera��o mais jovem, que tem uma influ�ncia significativa no cen�rio pol�tico. Em termos de inclus�o, eu me esfor�aria para envolver diversas comunidades em todo o pa�s, realizando reuni�es municipais e f�runs p�blicos para ouvir suas preocupa��es e aspira��es. Al�m disso, eu trabalharia para construir uma coaliz�o de candidatos com ideias semelhantes que compartilham valores e objetivos semelhantes para criar uma frente unificada para mudan�as progressistas. Por �ltimo, eu me concentraria em atender �s necessidades imediatas das pessoas, como melhorar o acesso � sa�de, educa��o e desenvolvimento de infraestrutura. Ao apresentar solu��es pr�ticas e vi�veis, pretendo ganhar a confian�a e o apoio dos eleitores, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e levadas em considera��o no governo.


EM: O que voc� leva da experi�ncia como pesquisador para a candidatura?

LM: Como pesquisador, adquiri habilidades e experi�ncias valiosas que acredito serem altamente aplic�veis � administra��o do cargo de presidente e do deputado nacional. Em primeiro lugar, minha experi�ncia como pesquisadora me ensinou a import�ncia do pensamento cr�tico e da tomada de decis�o baseada em evid�ncias. Aprendi a analisar problemas complexos, reunir dados relevantes e fazer escolhas informadas com base nas informa��es dispon�veis. Isso seria crucial no papel do presidente e do congresso, pois serei  respons�vel pela tomada de decis�es que impactam a vida de milh�es de pessoas. 


Al�m disso, minha experi�ncia em pesquisa me ensinou o valor da colabora��o e do trabalho em equipe. No campo da pesquisa, � comum trabalhar com um grupo diversificado de indiv�duos com diferentes �reas de especializa��o. Isso me ensinou a import�ncia de ouvir diferentes perspectivas, encontrar um terreno comum e trabalhar juntos para um objetivo comum. Essas habilidades seriam inestim�veis na arena pol�tica, onde a colabora��o e a forma��o de consenso s�o essenciais para uma governan�a eficaz. Al�m disso, minha experi�ncia como pesquisador incutiu em mim um forte compromisso com a integridade, transpar�ncia e responsabilidade. Esses valores s�o cr�ticos para manter a confian�a do p�blico e garantir a tomada de decis�es �ticas no governo. No geral, minha experi�ncia como pesquisador me equipou com as habilidades, a mentalidade e os valores que seriam inestim�veis na gest�o do cargo de presidente e do congresso.

 

EM: Voc� j� chegou a interagir pelas redes sociais com o Lula, como � essa rela��o hoje?

LM: Hoje sou um admirador do Presidente Lula, todo mundo sabe como eu apoiei ele na campanha, inclusive perdi amizade pois a maioria dos meus amigos era oposto ao partido dele.


EM: Se eleito, como pretende usar o cargo na quest�o das rela��es internacionais?

LM: Se eleito, priorizarei a quest�o das rela��es internacionais como aspecto crucial da minha lideran�a. A RDC � um pa�s rico em recursos naturais e tem potencial para crescimento econ�mico e desenvolvimento. No entanto, muitas vezes enfrentou desafios em seu relacionamento com a comunidade internacional. Minha abordagem seria promover la�os diplom�ticos e parcerias mais fortes com outras na��es, concentrando-se em acordos mutuamente ben�ficos que promovam a coopera��o econ�mica, o com�rcio e o investimento. Ao me envolver ativamente em f�runs e negocia��es internacionais, eu procuraria defender os interesses e direitos do povo congol�s no cen�rio global. Al�m disso, pretendo fortalecer a coopera��o com organiza��es regionais, como a Uni�o Africana e a Comunidade Econ�mica dos Estados da �frica Central, para enfrentar desafios compartilhados e trabalhar em prol da estabilidade e integra��o regional. Al�m disso, priorizaria iniciativas para abordar quest�es globais como mudan�a clim�tica, direitos humanos e desenvolvimento sustent�vel, colaborando com outras na��es para encontrar solu��es eficazes e equitativas. Ao promover o di�logo, o entendimento e a colabora��o, acredito que a RDC pode se estabelecer como um ator respeitado e influente na comunidade internacional, fomentando um relacionamento positivo e mutuamente ben�fico com o resto do mundo.


EM: Voc� chegou a concluir o curso na UFMG? Como est� essa quest�o?

LM: Formei M�dico no Congo na Universidade Tecnol�gica Bel Campus ano passado em 2022 durante a pandemia. Universidade onde comecei o curso de medicina antes de vir para o Brasil. Quando fui fazer meu internato na Ginecologia/Obstetr�cia no Congo e n�o tinha como voltar para o para o brasil pandemia e como queria muito trabalhar no Congo como m�dico e o processo para revalida��o demora muito, resolvi formar l�. No Brasil ainda estou na UFMG pois falta um semestre para concluir o curso de medicina. Isso me permitir� atuar nos dois pa�ses (Congo e Brasil).

 


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