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Estado de Minas Arbovirose em Minas

Dengue desafia o inverno e mata 17 pessoas em 14 dias

Relaxamento da preven��o preocupa especialistas, apesar de a esta��o ser adversa para o Aedes, vetor da doen�a


12/07/2023 04:00 - atualizado 12/07/2023 05:24
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Agente de zoonoses verifica recipientes durante ação em BH: o controle de focos do Aedes aegypti é essencial para controlar a proliferação da dengue
Agente de zoonoses verifica recipientes durante a��o em BH: o controle de focos do Aedes aegypti � essencial para controlar a prolifera��o da dengue (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 2/8/19)
Em duas semanas, Minas Gerais registrou 17 mortes em decorr�ncia da dengue, elevando o acumulado do ano para 139 �bitos. Esse total, que considera casos e mortes at� 3 de julho, representa aumento de 363,3% em rela��o aos �bitos verificados nos 12 meses de 2022, quando 30 pessoas perderam a vida em decorr�ncia da doen�a em Minas Gerais. Apesar de a tend�ncia ser de queda do n�mero de casos nesta �poca do ano, devido ao avan�o do inverno, o relaxamento com as medidas de preven��o contra o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya, tem preocupado especialistas e pode ser aliada para o aumento dos casos.

At� o dia 3 deste m�s, data da divulga��o do �ltimo boletim epidemiol�gico das autoridades de sa�de de Minas sobre essas arboviroses, 139 pessoas haviam morrido em decorr�ncia da dengue no estado. Os �ltimos �bitos registrados Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) ocorreram em oito munic�pios: Belo Horizonte, Estrela do Sul (Alto Parana�ba), Ita� de Minas (Sul), Jo�o Pinheiro (Noroeste), Paracatu (Noroeste), Patos de Minas (Alto Parana�ba), Piumhi (Centro-Oeste) e Uberl�ndia (Tri�ngulo). Sendo que esta �ltima � a com maior mortalidade, com 12 �bitos, desde o in�cio do ano.

Ao todo, 237.710 casos de dengue foram confirmados em Minas. Outros 163.493 est�o sendo tratados como casos prov�veis e ainda precisam ser confirmados via exames laboratoriais. O infectologista Estev�o Urbano avalia que as pessoas perderam o h�bito de se preocupar com a dengue. Ele recomenda que, mesmo com o avan�o das frentes frias – que diminuem a capacidade de reprodu��o do mosquito vetor – a popula��o continue com as medidas de preven��o. “As pessoas perderam o h�bito de se preocupar com a dengue, deixando os focos em casa. H� um certo relaxamento nas condutas de preven��o e, s� agora, nos �ltimos dias, que podemos estar contando com o inverno”, disse.

Epidemia c�clica

Em Belo Horizonte, a situa��o n�o � diferente do restante de Minas nem da Regi�o Metropolitana. De acordo com o boletim epidemiol�gico divulgado pela prefeitura da capital na sexta-feira (7/7), 8.943 pessoas j� foram contaminadas pela dengue. Sete pessoas morreram. H� tr�s anos, em 2020, eram 4.009. Em 2021, 673. Em 2019, chegou a 59.985 contaminados, apenas at� a primeira semana de julho.

O padr�o se repete desde 2010, primeiro ano de registros da PBH que est�o dispon�veis para livre consulta. Em 2016, at� o fim do sexto m�s do ano, foram 107.754 casos. Dois anos antes – em 2013 –, 51.753. Em 2010, 37.604. Al�m disso, durante os intervalos epid�micos os casos at� junho n�o passaram de 3 mil, com exce��o de 2011 e 2015, quando foram registradas 6.007 e 8.005 contamina��es.

De acordo com o virologista, professor da UFMG e presidente da Associa��o Brasileira de Virologia, Fl�vio da Fonseca, apesar de “assustadoras”, as epidemias de dengue j� s�o esperadas pelos pesquisadores, pelo menos enquanto n�o h� vacina��o em massa contra a doen�a. Ele afirma que a oscila��o de per�odos end�micos acontece desde o primeiro caso registrado no pa�s, em 1980.

“Embora seja assustadora, a dengue tem essa caracter�stica e, como a gente ainda n�o tem uma vacina amplamente utilizada e n�o existe rem�dio contra a dengue, a �nica forma de combate maci�o � o controle do vetor, que a gente sabe que tem sido muito ineficaz. A gente n�o consegue mais dar conta do Aedes aegypti porque ele se distribui para todo lado. � muito dif�cil combater o vetor porque ele est� muito bem adaptado ao ambiente urbano”, diz o especialista.

N�o � s� a dengue que preocupa. Na capital mineira, foram confirmados 4.276 casos de chikungunya at� o dia 7, sendo 1.444 aut�ctones, 173 importados e 2.659 casos de local com origem indefinida. Outros 1.339 notificados estavam pendentes de resultados. At� a mesma data, 43 casos de zika haviam sido notificados em Belo Horizonte, mas nenhum foi confirmado. Outros 34 casos foram descartados e nove seguiam pendentes de resultado.

Combate ao mosquito

Na capital, a administra��o municipal mant�m as a��es de combate ao Aedes aegypti em todas as regionais do munic�pio, com vistorias nos im�veis e refor�ando orienta��es sobre os riscos do ac�mulo de �gua, al�m de orientar sobre como eliminar os focos e, se necess�rio, fazer a aplica��o de biolarvicidas.

Em 2023, at� 30 de junho, foram mais de 2,7 milh�es de vistorias. Al�m disso, a Secretaria Municipal de Sa�de aplica inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em �reas com casos suspeitos de transmiss�o local e tamb�m utiliza drones para a aplica��o de larvicida diretamente nos locais de risco, quando estes s�o de dif�cil acesso.

Outra alternativa praticada � o m�todo Wolbachia e a continuidade das libera��es dos mosquitos em todas as regi�es de BH. A Wolbachia � um microrganismo intracelular e n�o pode ser transmitido para humanos ou animais. Mosquitos que carregam o microrganismo t�m capacidade reduzida para a transmiss�o das arboviroses, diminuindo assim o risco de surtos das doen�as e da febre amarela. Esse m�todo n�o envolve qualquer modifica��o gen�tica do vetor Aedes aegypti.

Arboviroses

Jordana Coelho dos Reis, professora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que as arboviroses s�o um grupo de v�rus diferentes, transmitidos por artr�podes ou mosquitos, como a mal�ria, dengue, zika, chikungunya e febre amarela, que em sua forma urbana, que n�o ocorre no Brasil desde a d�cada de 1940, tamb�m pode ser transmitida pelo Aedes.

A especialista explica que as arboviroses causam doen�as associadas ao sangue. No caso da dengue, a infec��o diminui a produ��o de plaquetas dos indiv�duos, causando edemas no corpo. “O que a gente acredita que est� acontecendo � que, antes da pandemia da COVID-19, tivemos um melhor controle da prolifera��o dos vetores das arboviroses. Nunca foi o ideal, mas a gente tinha um controle marginal pelas campanhas que sempre aconteciam. Durante a pandemia, essas campanhas sumiram, e, por isso, n�o existe mais o est�mulo para que a popula��o fa�a o controle dos focos”, diz.


A doen�a m�s a m�s em BH*
M�s - Casos confirmados �bitos
Janeiro - 286 
Fevereiro - 752 - 2
Mar�o - 2.723 - 1
Abril - 3.370 - 3
Maio - 1.691 - 1
Junho - 121 - 
Julho - -
Total 8.943 - 7
*At� 7/7/23
Fonte: Sinan/GVIGE/DPSV/SMSA/PBH


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