
Diante da dificuldade encontrada no processo, os interessados acabam recorrendo � justi�a italiana ou a empresas que se encarregam de facilitar o projeto de agendamento junto ao Consulado Italiano. De acordo com a advogada Shirley de Oliveira, que atua em casos de dupla cidadania, as principais queixas dos clientes s�o em rela��o � comunica��o com a entidade e � demora no processo.
Shirley caracteriza o processo de agendamento como “uma gin�stica”, j� que “todo dia tem que tentar”, para aumentar as chances do cliente ser atendido. A advogada conta que uma de suas clientes chegou at� mesmo a ir pessoalmente ao Consulado da It�lia em Belo Horizonte, mas “foi atendida da porta para fora pelo seguran�a”, e os emails e liga��es foram em v�o.
Italo Astoni, de 51 anos, conseguiu obter o seu passaporte de cidad�o europeu h� quatro anos. De acordo com ele, todo o processo, desde quando requereu o pedido junto ao Consulado at� o dia em que obteve o seu passaporte, durou cerca de 15 anos. “Era uma fila monstruosa, com mais de 10 mil pessoas”, ele conta.
Alternativa para o problema
Conforme �talo, o processo para conseguir a cidadania e o passaporte italiano � “moroso e demorado”, e de acordo com outra cidad� italiana e brasileira, Luisa Temponi, de 36 anos, “a maioria das pessoas prefere pagar uma empresa para fazer toda essa parte burocr�tica. Ficar indo l� n�o � f�cil”.
A advogada italiana Andrea Ferreira que, asssim como a Shirley, oferece assessoria jur�dica em casos de dupla cidadania europeia, afirma que “as pessoas v�m tentando como se fosse uma loteria”.
A advogada italiana Andrea Ferreira que, asssim como a Shirley, oferece assessoria jur�dica em casos de dupla cidadania europeia, afirma que “as pessoas v�m tentando como se fosse uma loteria”.
De acordo com Andrea, quando as pessoas tentam a cidadania pelo Consulado, o procedimento dura cerca de dez anos, enquanto que, recorrendo � justi�a da It�lia, o processo corre entre um ou dois anos. Para ela, torna-se necess�rio “obter a cidadania na justi�a, que substitui o Consulado”.
Por�m, para atuar nos tribunais da Europa, os advogados tamb�m cobram os seus clientes em euro, o que torna esta via mais cara. �talo conta que, quando come�ou a sua jornada em busca da cidadania italiana, as pessoas j� utilizavam esta alternativa, mas ele “n�o tinha condi��es de fazer isso”.
A advogada italiana afirma que “pode ficar mais barato juntando o m�ximo de pessoas no polo ativo da a��o”. Isto significa que, ao ter mais pessoas para mover uma �nica a��o na justi�a italiana, os honor�rios advocat�cios cobrados em euros podem ser divididos entre os clientes que participarem do processo.
J� no Brasil, para resolver a quest�o, Shirley de Oliveira orienta que seus clientes re�nam pelo menos 30 capturas de tela mostrando que tiveram seus pedidos de agendamento negados, para mover uma a��o na justi�a. Al�m do tempo, que � menor, outra vantagem de optar pelo processo nos tribunais � que o cliente � representado por um advogado e n�o precisa comparecer presencialmente nas audi�ncias.
O que disse o Consulado Italiano em BH
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o Consulado Italiano em Belo Horizonte por telefone e via email e, at� o momento, a �nica resposta � que a entidade “n�o tem fila de espera”. A reda��o aguarda mais informa��es da c�nsul, que est� de f�rias.