
Um dos irm�os de M�rcia, Marcos Dutra, mora nos Estados Unidos e, quando soube que a irm� tinha planos de imigrar ilegalmente para o pa�s, se op�s � ideia, assim como toda a fam�lia. Por�m, o namorado de M�rcia j� estava nos EUA e insistiu que ela fosse tamb�m, alegando que a travessia era segura.
“Eu, por ter vindo, ter feito esse processo, relatei para ela que n�o era seguro”, relata Marcos. Os demais familiares tamb�m n�o apoiavam o sonho de M�rcia. “Ningu�m apoiou porque ela n�o tinha a sa�de boa para isso”, conta o irm�o. A mulher sofria, desde pequena, com bronquite e asma, o que tornava a travessia ainda mais dif�cil.
Al�m da m�e e dos irm�os, a caratinguense tamb�m deixou uma filha de 11 anos. A m�e de M�rcia contou a um jornal local que ela teria dito que deixava a filha para a av� “de papel passado”. A menina tamb�m era um fator que, para a fam�lia, deveria contribuir para impedir a travessia.c“N�o � lugar para uma crian�a nem para uma mulher vir sozinha”, conta Marcos.
A viagem rumo ao sonho
M�rcia Cristina planejava a viagem h� oito meses e o desejo se intensificou especialmente depois de o namorado e o irm�o terem conseguido atravessar a fronteira. A fam�lia da mulher estava mantendo contato com ela, at� que ela passou a n�o responder mais. O namorado afirmou que ningu�m sabia onde ela estava e entrou em contato com Marcos, irm�o dela.
Marcos pediu ajuda ao Consulado do Brasil em San Diego, na Calif�rnia. Depois, recebeu uma liga��o do Consulado brasileiro em Los Angeles, informando que a mulher havia sido encontrada em um lugar remoto, precisando at� de um helic�ptero para resgatar o corpo. De acordo com a entidade, M�rcia teria desmaiado ao longo da travessia e n�o acordou depois. Na opini�o do irm�o, ela foi deixada pela equipe que realizava a imigra��o ilegal, os chamados coiotes.
Os perigos da travessia ilegal
Marcos Dutra mora nos Estados Unidos h� um ano e meio e conta que passou pela travessia que a irm� tentou realizar. De acordo com ele, “� muito sofrimento. Eu n�o indico isso para ningu�m”. “Se tiver algu�m querendo vir, n�o venha, n�o”, ele adverte. Al�m dos riscos legais, os imigrantes ainda sofrem com condi��es extremas nos trajetos feitos na companhia dos coiotes.
O irm�o de M�rcia conta que realizou uma caminhada de tr�s horas e quarenta minutos, com sede e prestando socorro �s outras pessoas que tamb�m tentavam atravessar a fronteiro para os Estados Unidos. “A travessia � de muito risco. Se eu soubesse, nunca teria nem tentado”, ele diz.
Vaquinha para trazer corpo de M�rcia para Caratinga
O corpo da caratinguense ainda est� nos Estados Unidos, em uma institui��o m�dica que n�o � de conhecimento da fam�lia. Os parentes desejam realizar um vel�rio para M�rcia na cidade em que ela morava. Por�m, o custo para trazr o corpo de volta ao Brasil � alto e deve ser pago em d�lares.
Por isso, a fam�lia da mulher organizou uma vaquinha online para arrecadar US$ 18 mil. O valor serviria para custear desde a documenta��o necess�ria para liberar o corpo at� o transporte at� o Brasil. At� agora, foram arrecadados US$ 7.463 d�lares, e � poss�vel doar pelo link: https://www.gofundme.com/f/brasileira-com-sonho-interrompido-na-fronteira?utm_campaign=p_cp+share-sheet&utm_medium=copy_link_all&utm_source=customer
Posicionamento dos �rg�os competentes
"O Minist�rio das Rela��es Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles, est� em contato com as autoridades locais para apurar as circunst�ncias que levaram ao �bito da nacional e tem prestado a assist�ncia cab�vel a seus familiares.
Em caso de falecimento de cidad�o brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poder�o prestar orienta��es gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedi��o de documentos, como o atestado consular de �bito, t�o logo terminem os tr�mites obrigat�rios realizados pelas autoridades locais.
Em observ�ncia ao direito � privacidade e ao disposto na Lei de Acesso � Informa��o e no decreto 7.724/2012, informa��es detalhadas poder�o ser repassadas somente mediante autoriza��o dos familiares diretos. Assim, o MRE n�o poder� fornecer dados espec�ficos sobre casos individuais de assist�ncia a cidad�os brasileiros."