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Estado de Minas CORRIDA CONTRA O TEMPO

Mineiro quer hub de inova��o na favela e pode ganhar curso no MIT, nos EUA

O juiz-forano Kennedy Vasconcelos pede ajuda para captar R$ 15 mil necess�rios para a realiza��o de curso no Instituto de Tecnologia de Massachusetts; entenda


05/08/2023 07:00 - atualizado 05/08/2023 10:33
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Kennedy Vasconcelos Júnior
'Quero ser ponte de oportunidades para pessoas do meu bairro e nos entornos', diz Kennedy Vasconcelos J�nior, presidente da Nossa ONG (foto: Bruno Luis Barros/EM/D.A Press)
O mineiro Kennedy Vasconcelos J�nior, de 30 anos, corre contra o tempo para captar R$ 15 mil necess�rios � realiza��o de um curso sobre lideran�a e inova��o no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology - MIT), que � uma universidade privada de pesquisa em Cambridge, nos Estados Unidos. Caso consiga atingir o valor, ele pretende usar os conhecimentos adquiridos para criar um hub de inova��o tecnol�gica na comunidade em que nasceu: o Bairro Santa Rita de C�ssia, na periferia da Zona Leste de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. 
 
Ativista sempre envolvido em movimentos sociais em favor da popula��o perif�rica e negra, Kennedy tem at� a pr�xima quarta-feira (9/8) para capta��o, por meio de doa��es, do recurso. Caso o montante necess�rio para pagar a forma��o no MIT n�o seja atingido, os valores depositados via plataforma de financiamento coletivo s�o estornados aos doadores. Mas, se tudo der certo, Kennedy participar� das aulas online entre 3 de outubro e 28 de novembro. At� o fechamento desta publica��o, 11% da meta haviam sido atingidos. Doa��es podem ser feitas por meio de Pix
 
A oportunidade no MIT teve origem em 2022, quando o ativista se candidatou em um edital da funda��o paulista Tide Setubal, que selecionou, entre 382 candidatos, 71 lideran�as negras no pa�s para receber R$ 15 mil de aporte em cursos de forma��o profissional. O valor foi pago em 11 de mar�o do ano passado. Ap�s presta��o de contas, o edital contemplou mais R$ 15 mil, em abril deste ano, que tamb�m s� poderiam ser utilizados em atividades educacionais. Agora, a terceira etapa do edital determina a necessidade de mais R$ 15 mil para forma��o no MIT por meio do financiamento coletivo. Por�m, a cada R$ 1 doado a Kennedy, a funda��o Tide Setubal deposita mais R$ 2. 


“Quero ser ponte de oportunidades para pessoas do meu bairro e nos entornos. Ao longo dos anos, convivendo com os moradores e questionando as necessidades deles, sempre notei que havia aqui um grande problema: a falta de oportunidades e a evas�o escolar, causando assim um grande �ndice de analfabetismo”, afirma Kennedy, que v� na tecnologia um caminho para a transforma��o social. “Quero usar o conhecimento adquirido no MIT para transformar a realidade na qual eu nasci e cresci. Sonho em fazer daqui um local de oportunidades”, completa. 
 

“Nossa ONG” e o projeto Programa��o na Quebrada

Como parte de seu ativismo, Kennedy se articulou com mais 20 pessoas para a cria��o da “Nossa ONG” — uma organiza��o de atua��o nacional em defesa do meio ambiente e dos direitos sociais das favelas, aldeias ind�genas, povos quilombolas e ribeirinhos. As lideran�as est�o espalhadas — mas em constante articula��o — por Minas, Rio de Janeiro, S�o Paulo, Bras�lia, Cear�, Bahia e Portugal. 
 
Mauricio Evaristo Luciano Júnior
� direita, Mauricio Evaristo Luciano J�nior, de 21 anos, morador do Bairro Santa Rita de C�ssia (foto: Bruno Luis Barros/EM/D.A Press)
Nessa toada, o primeiro projeto da ONG, intitulado Programa��o na Quebrada, pretende atender 12 jovens da comunidade, que j� faziam parte do Clube do Livro de Escritores Negros, outra iniciativa do ativista juiz-forano. “Estou mirando na constru��o, em um futuro pr�ximo, de um hub de inova��o, e esse curso gratuito de programa��o � s� o in�cio de um conjunto de atividades que pretendo desenvolver na comunidade at� esse dia chegar”, conta Kennedy, destacando que a iniciativa Programa��o na Quebrada, em desenvolvimento h� cerca de tr�s meses, j� recebeu oito computadores do projeto educacional Lotus, no munic�pio. 
 
Os moradores do Bairro Santa Rita de C�ssia, Mauricio Evaristo Luciano J�nior, de 21 anos, e Kellvin Farley de Souza, de 18, est�o entre os jovens que v�o participar do curso de programa��o. Para eles, essa � uma oportunidade �nica. “A gente n�o costuma ver pessoas na comunidade fazendo isso. N�o � comum. Ent�o � importante valorizar iniciativas como essa”, comenta Mauricio. 
 
Kellvin Farley de Souza
Kellvin Farley de Souza, de 18 anos, morador do Bairro Santa Rita de C�ssia (foto: Bruno Luis Barros/EM/D.A Press)
J� Kellvin, al�m de garantir que vai comparecer a todas as aulas quando o projeto der a largada, diz que est� dispon�vel para “ajudar no que precisarem”. O jovem, inclusive, conta que tem o sonho de viver da m�sica. “Escrevo e canto meu rap, mas n�o � pensando na fama. � algo que fa�o por amor e me vejo trabalhando com isso no futuro. O Kennedy at� j� me ajudou a entrar em projetos dentro da m�sica aqui na comunidade”, lembra. 
 
Empreendedor e programador, Mateus Costa, que conheceu Kennedy em um evento de tecnologia no segundo semestre do ano passado, em Juiz de Fora, aceitou o desafio de comandar de forma volunt�ria as aulas do projeto. “Vamos usar um programa chamado Scratch, que ensina a base da programa��o de forma interativa. O maior desafio � fazer os alunos pensarem nela como uma profiss�o que pode mudar suas vidas”, reflete Mateus. 
 
O Scratch, disponibilizado a partir de 2007, foi criado por um grupo de desenvolvimento tecnol�gico do MIT em colabora��o com cientistas da Universidade da Calif�rnia. Trata-se de um software com uma sintaxe mais intuitiva se comparada com outras linguagens de programa��o. 
 

Secret�ria no Cear� se alia ao ativista mineiro

Com sede em Juiz de Fora, em uma pequena casa comprada com recursos pr�prios por Kennedy no bairro onde sempre morou, a ONG tem na vice-presid�ncia a secret�ria de desenvolvimento econ�mico e turismo de Cascavel, no Cear�, Raquel Dias. Gestora p�blica h� 17 anos, ela pontua que suas primeiras coloca��es profissionais v�m de organiza��es n�o governamentais. Ela tamb�m � diretora de educa��o e articula��o social da plataforma �w�re Educa, respons�vel pela gest�o de projetos sociais para povos e comunidades tradicionais e origin�rias. A �w�re � uma iniciativa do Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT) em conjunto com a Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef). 
 
“Desenrolar a sobreviv�ncia � minha arte”, revela Raquel, que diz ainda sempre ter mirado a oportunidade de estar envolvida de alguma forma na lideran�a de uma ONG. “Acredito na for�a do terceiro setor quando se consegue despender tempo, boas ideias e dedica��o. E eu enxerguei isso na Nossa ONG. Por isso me juntei ao Kennedy, que conheci em 2019, quando ele veio [em Bras�lia] para um evento do partido Cidadania. � �poca, eu j� estava por l� desde 1999. Sou fundadora do n�cleo interno chamado Igualdade 23, que � onde ele milita. Foi assim que nos misturamos pela primeira vez”, lembra. 
 



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