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Estado de Minas POL�CIA CIVIL

Delegado envolvido no caso da escriv� Rafaela Drumond � indiciado

Rafaela Drumond tirou a pr�pria vida no dia 9 de junho deste ano. O inqu�rito foi conclu�do e repassado ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais


14/09/2023 16:37 - atualizado 14/09/2023 17:03
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Rafaela Drumond tirou a própria vida no dia 9 de junho deste ano
Rafaela Drumond tirou a pr�pria vida no dia 9 de junho deste ano (foto: Redes sociais)
O inqu�rito da Pol�cia Civil que investiga as causas da morte da escriv� Rafaela Drumond, que tirou a pr�pria vida no dia 9 de junho deste ano, foi finalizado com o indiciamento do delegado Itamar Cl�udio Neto, que trabalhava na delegacia de Caranda�, a mesma em que Rafaela era lotada.
 
O delegado foi indiciado pelo crime de condescend�ncia criminosa, quando o superior deixa, por indulg�ncia, de responsabilizar o subordinado que cometeu infra��o no exerc�cio do cargo ou, quando lhe falte compet�ncia, n�o levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.
 
No inqu�rito, a Pol�cia Civil tamb�m indiciou o investigador Celso Trindade de Andrade pelo crime de inj�ria. O processo contra ele ser� descontinuado e arquivado, j� que o prazo para que se d� entrada judicial em crimes contra a honra, como a inj�ria, � de seis meses. A investiga��o apontou que os fatos ocorridos entre Celso e Rafaela aconteceram em 2022.

Citados nos �udios vazados e que foram gravados pelo celular de Rafaela como os prov�veis autores por ass�dios sofridos por Rafaela, o delegado e o investigador chegaram a ser transferidos duas vezes ap�s as den�ncias.
Primeiramente, ambos foram realocados para uma delegacia em Conselheiro Lafaiete. Mas, ap�s novos fatos que surgiram na investiga��o, como a inclus�o de uma nova testemunha dos ass�dios, que estaria trabalhando na nova cidade dos servidores, eles foram novamente transferidos. 

O delegado Itamar estava lotado na Delegacia de Belo Vale, e o investigador Celso foi enviado para a Delegacia de Congonhas. Este segundo, no �ltimo dia 18, pediu uma licen�a m�dica de 60 dias. O motivo n�o foi divulgado.

Defesa comemora a decis�o

O atual advogado da fam�lia de Rafaela, Hugo Viol Faria, comemorou a decis�o. Ele diz esperar que o processo interno dentro da institui��o termine em responsabiliza��o dos culpados. “� um importante passo na condu��o dos processos, porque vai servir para corroborar a sindic�ncia e responsabiliza��o dos agentes. Vamos trabalhar para que o processo interno tamb�m tenha sequ�ncia e para que outras pessoas n�o sejam vitimadas como a Rafaela”, disse.

O que diz o Sindicato dos Escriv�es da Pol�cia Civil (SINDEP-MG)

"Vamos acompanhar de perto. Nosso objetivo � denunciar os ass�dios. Entendemos que esses dois crimes s�o menores. Vamos olhar com o jur�dico para acompanhar o procedimento. N�o queremos que a morte da Rafaela seja encerrada assim, como uma decis�o menor, s� para tentar qualquer resposta. Queremos uma apura��o profunda, que fa�a transforma��es nos modelos de subordina��o da chefia com o resto da pol�cia", disse o diretor do sindicato, Marcelo Horta, ao Estado de Minas.

Confira a nota do Minist�rio P�blico

O Inqu�rito policial foi recebido ontem, dia 13.09.2023.  Ser� analisado e dentro do prazo legal de 15 dias o Minist�rio P�blico se manifestar�. Houve indiciamento do Delegado, Dr. Itamar Cl�udio Neto por pr�tica do crime previsto no artigo 320 do CP e foi reconhecida a ocorr�ncia de decad�ncia em rela��o crime previsto no artigo 140 do CP, envolvendo o investigador Celso Trindade de Andrade
 

Confira a nota da Pol�cia Civil

A Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que devido ao sigilo decretado nos autos, e a tramita��o da sindic�ncia, n�o � poss�vel a divulga��o de informa��es mais detalhadas. Seguem as informa��es poss�veis de serem repassadas no momento: A Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que concluiu o inqu�rito policial que apurou as circunst�ncias da morte da escriv� de pol�cia Rafaela Drumond. O procedimento foi relatado e remetido, dentro do prazo legal, nesta quarta-feira (13/9), � promotoria de justi�a na comarca de Caranda�/MG. Tratou-se de uma investiga��o minuciosa e complexa, em que foram realizadas diversas dilig�ncias, destacando-se as oitivas de testemunhas e de envolvidos, a extra��o e an�lise dos dados do aparelho telef�nico da escriv�, al�m da elabora��o de outros laudos periciais. O inqu�rito policial, que tramitou sob sigilo, ser� analisado pelo Minist�rio P�blico, �rg�o de fiscaliza��o e controle externo da atividade policial, a quem cabe propor eventual a��o penal. A PCMG esclarece que tramita na Corregedoria-Geral de Pol�cia Civil sindic�ncia administrativa com o objetivo de apurar poss�veis infra��es disciplinares por parte de seus servidores.

Relembre o caso

A escriv� Rafaela Drumond, de 31 anos, tirou a pr�pria vida em 9 de junho, na casa de seus pais no distrito de Ant�nio Carlos, na Regi�o do Campo das Vertentes. Ela trabalhava em uma delegacia em Caranda� e, meses antes do fato, enviou �udios para a fam�lia e amigos relatando situa��es de abuso e ass�dio por parte de colegas. O caso ainda est� sendo apurado pela Corregedoria-Geral da Pol�cia Civil de Minas Gerais. Os suspeitos de assediar a mulher foram transferidos da unidade em que trabalhavam, mas permanecem trabalhando.

Tanto o celular de Rafaela quanto v�deos enviados por ela aos amigos come�aram a ser periciados pela Pol�cia Civil. Nos �udios obtidos pela investiga��o, Rafaela relata situa��es de ass�dio moral e sexual, persegui��o, boicote e at� uma tentativa de agress�o f�sica por parte de um colega de trabalho. Em uma das mensagens, ela explica que n�o queria tomar provid�ncias em rela��o aos fatos por medo.

"N�o quis tomar provid�ncia porque ia me expor. Isso � Caranda�, cidade pequena. Com certeza ia se voltar contra quem? Contra a mulher. Eu deixei, prefiro abafar. Eu s� n�o quero olhar na cara desse bo�al nunca mais", narra.

Em outra grava��o, a escriv� disse estar cansada dos epis�dios, que se mostravam recorrentes. Os �udios teriam sido enviados em fevereiro, quatro meses antes da morte de Rafaela. "Eu nem contei para voc�s, porque, sabe, umas coisas que me desgastam. Quanto mais eu falo, mais a energia volta. Fiquei calada. Fiquei quieta, na minha, achando que as coisas iriam melhorar. Eu n�o incomodo muita gente, mas, enfim, agora chega", diz Rafaela, na grava��o.


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