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Estado de Minas INC�NDIO FLORESTAL

Brigadistas da Lapinha da Serra combatem inc�ndio que j� durava dois dias

Chamas que consumiram grande parte de �rea verde teriam sido causadas pela a��o humana na 'limpeza' de pastos


26/09/2023 04:00 - atualizado 26/09/2023 07:33
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Brigadistas debelando incêndio na Lapinha da Serra
Per�odo das queimadas de 2023 promete ser um dos mais severos (foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
Minas Gerais registrou, em setembro, at� esta segunda-feira (25/9), 1.803 ocorr�ncias de inc�ndios, seja em vegeta��o ou edifica��es. J� esperado para acontecer ao longo do inverno, o per�odo das queimadas de 2023 promete ser um dos mais severos, uma vez que o crescimento das ocorr�ncias est� diretamente relacionado com a seca. Na regi�o da Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho, na Regi�o Central de Minas Gerais, brigadistas volunt�rios debelaram na manh� desta segunda um inc�ndio que j� perdurava por dois dias. 
As chamas, que consumiram grande parte de �rea verde, teriam sido causadas pela a��o humana. Em entrevista ao Estado de Minas, Cristiano Reis, coordenador da Brigada Florestal Volunt�ria Guardi�es da Serra, explicou que, normalmente, os inc�ndios t�m sido causados por pessoas para a revitaliza��o de pasto.

“O que acontece � sempre a mesma hist�ria. A pessoa que coloca o fogo sempre imagina que ele vai ser bonzinho, que ele n�o vai fugir do per�metro que ela precisa queimar [...] Estamos em uma regi�o que venta muito, uma regi�o de terra muito seca, a vegeta��o nessa �poca fica muito seca. O fogo para queima de um pasto para virar um inc�ndio florestal � s� quest�o de realmente n�o ter ningu�m para control�-lo”, diz. 

Nove brigadistas foram empenhados no combate �s chamas que come�aram no s�bado (23/9). Reis conta que, al�m de esperar pelo momento prop�cio para que as equipes conseguissem entrar dentro do inc�ndio, a a��o teve que aguardar que volunt�rios estivessem dispon�veis. 

“Foi um fogo que queimou tr�s dias direto e, pela complexidade de subir na serra e juntar volunt�rios, queimou dois dias sem nenhum combate. Somente hoje [segunda-feira] n�s conseguimos montar a equipe para subir e combater”, afirma. 

Combate 

Guadiões da Serra salvaram casa de ser consumida pelo fogo
Guadi�es da Serra salvaram casa de ser consumida pelo fogo (foto: Maria Clara Reis/Guardi�es da Serra)

Nessa ocorr�ncia, a equipe se dividiu em tr�s frentes para combater focos diferentes. At� chegarem onde as chamas estavam, os brigadistas tiveram que andar cerca de oito quil�metros. De acordo com o coordenador da Guardi�es da Serra, um dos focos de inc�ndio estava dentro dos per�metros de uma fazenda e se aproximava de uma casa e de um curral. 

“O in�cio do combate foi na trilha para a travessia. N�s combatemos um fogo que estava na mata do terreno de uma fazenda. Ele saiu do pasto e foi para a mata e j� estava avan�ando para a benfeitoria da fazenda, para a casa e para o curral. L� tinha animais e n�s tivemos que tir�-los porque n�o tinha ningu�m na casa. Com isso, n�s defendemos o per�metro da casa e conseguimos debelar o inc�ndio que estava na mata”, relata. 
At� o momento n�o � poss�vel calcular qual foi a �rea atingida pelas chamas, uma vez que ser� preciso uma imagem a�rea. Mesmo assim, os brigadistas afirmam que este foi o maior inc�ndio na regi�o desde 2020. 

Outros focos 

Incêndio Lapinha da Serra
No vilarejo, brigadistas tiveram que combater a dois focos de inc�ndios que come�aram em quintais de resid�ncias (foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
A equipe do Estado de Minas esteve na Lapinha da Serra acompanhando o trabalho de rescaldo das chamas pelos brigadistas volunt�rios. No local, j� pr�ximo ao vilarejo, dois outros focos de inc�ndio mobilizaram os profissionais, que estavam combatendo o fogo desde as 4 horas da manh�. As chamas altas estavam nos quintais de duas resid�ncias. 

Em um v�deo encaminhado � comunidade, o coordenador da Guardi�es da Serra fez um apelo para que os moradores n�o fizessem a queima de materiais org�nicos. “Estamos passando por um per�odo cr�tico de seca. Estamos em um dos dias mais quentes do ano. [...] N�o � a melhor �poca para queimar lixo, resto de folha e galhos em quintal. Est� ventando muito, est� muito seco, e a gente sabe que o vento da Lapinha n�o perdoa. Pe�o que a gente repense algumas atitudes. Por favor n�o queime o seu lixo, a sua limpeza de quintal, reserve em um canto, deixa l�, vai virar mat�ria org�nica e daqui a pouco tem chuva”. 

Cerrado 

Risco de quiemadas na Lapinha da Serra
Brigada Florestal Volunt�ria Guardi�es da Serra disp�s cartaz com o n�vel do perigo das queimadas na serra (foto: Leandro Couri / EM / D.A Press)
No estado, o bioma predominante � o cerrado, considerado o segundo maior da Am�rica do Sul (o maior � a floresta amaz�nica). Entre as adversidades mais comuns, enfrentadas pelas esp�cies de fauna e flora das regi�es, est�o aqueles causados pelo fogo. O professor do Instituto de Geoci�ncias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Bernardo Gontijo explica que o cerrado j� � adaptado para resistir �s queimadas, no entanto, n�o aquelas de grande propor��o, normalmente provocadas pela a��o humana.

“A quest�o dos inc�ndios em se tratando do bioma do cerrado � algo j� bem conhecido e esperado. Principalmente no auge da esta��o seca, no auge da aus�ncia de �gua do ecossistema. E � em fun��o disso que o material combust�vel, ou seja, a vegeta��o seca, se torna extremamente propensa para a queima, desde que claro, haja a exist�ncia de oxig�nio e calor”, explica. 

Mesmo com toda a propens�o a queimadas, um dos principais gatilhos para os inc�ndios em grande propor��o que acontecem no cerrado, e n�o s� em Minas Gerais, � a a��o humana. Cristiano Reis, coordenador da Brigada Florestal Volunt�ria Guardi�es da Serra, que atua na Lapinha da Serra, na Regi�o Central, explica que existem dois tipos de chamas provocadas por a��es naturais – uma pela queda de descargas el�tricas e outra quando h� incid�ncia solar em alguma part�cula refletora, como vidro. 
No entanto, esses tipos de ocorr�ncias s�o facilmente diferenciadas. Cristiano explica que, no caso das descargas el�tricas, normalmente, a queimada acontece logo antes de uma precipita��o de chuva. O professor da UFMG afirma que uma das principais discrep�ncias � em rela��o � propor��o. 

“Quando ocorre o fogo por fatores naturais, ele tende a evoluir pouco e a� acaba sendo algo de pequena propor��o. Qualquer inc�ndio em grande propor��o, dependendo da �poca do ano, voc� pode ter certeza que mais de 90% ou mais foram fruto de a��o humana, deliberada ou n�o. Aquela coisa do doloso ou culposo. Culposo sempre �. Agora, quando tem o dolo a� a coisa complica, e �s vezes isso acontece. De forma tr�gica, mas acontece”, enfatiza Bernardo Gontijo. 


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