
As chamas, que consumiram grande parte de �rea verde, teriam sido causadas pela a��o humana. Em entrevista ao Estado de Minas, Cristiano Reis, coordenador da Brigada Florestal Volunt�ria Guardi�es da Serra, explicou que, normalmente, os inc�ndios t�m sido causados por pessoas para a revitaliza��o de pasto.
“O que acontece � sempre a mesma hist�ria. A pessoa que coloca o fogo sempre imagina que ele vai ser bonzinho, que ele n�o vai fugir do per�metro que ela precisa queimar [...] Estamos em uma regi�o que venta muito, uma regi�o de terra muito seca, a vegeta��o nessa �poca fica muito seca. O fogo para queima de um pasto para virar um inc�ndio florestal � s� quest�o de realmente n�o ter ningu�m para control�-lo”, diz.
Nove brigadistas foram empenhados no combate �s chamas que come�aram no s�bado (23/9). Reis conta que, al�m de esperar pelo momento prop�cio para que as equipes conseguissem entrar dentro do inc�ndio, a a��o teve que aguardar que volunt�rios estivessem dispon�veis.
“Foi um fogo que queimou tr�s dias direto e, pela complexidade de subir na serra e juntar volunt�rios, queimou dois dias sem nenhum combate. Somente hoje [segunda-feira] n�s conseguimos montar a equipe para subir e combater”, afirma.
Combate

Nessa ocorr�ncia, a equipe se dividiu em tr�s frentes para combater focos diferentes. At� chegarem onde as chamas estavam, os brigadistas tiveram que andar cerca de oito quil�metros. De acordo com o coordenador da Guardi�es da Serra, um dos focos de inc�ndio estava dentro dos per�metros de uma fazenda e se aproximava de uma casa e de um curral.
“O in�cio do combate foi na trilha para a travessia. N�s combatemos um fogo que estava na mata do terreno de uma fazenda. Ele saiu do pasto e foi para a mata e j� estava avan�ando para a benfeitoria da fazenda, para a casa e para o curral. L� tinha animais e n�s tivemos que tir�-los porque n�o tinha ningu�m na casa. Com isso, n�s defendemos o per�metro da casa e conseguimos debelar o inc�ndio que estava na mata”, relata.
At� o momento n�o � poss�vel calcular qual foi a �rea atingida pelas chamas, uma vez que ser� preciso uma imagem a�rea. Mesmo assim, os brigadistas afirmam que este foi o maior inc�ndio na regi�o desde 2020.
Outros focos

Em um v�deo encaminhado � comunidade, o coordenador da Guardi�es da Serra fez um apelo para que os moradores n�o fizessem a queima de materiais org�nicos. “Estamos passando por um per�odo cr�tico de seca. Estamos em um dos dias mais quentes do ano. [...] N�o � a melhor �poca para queimar lixo, resto de folha e galhos em quintal. Est� ventando muito, est� muito seco, e a gente sabe que o vento da Lapinha n�o perdoa. Pe�o que a gente repense algumas atitudes. Por favor n�o queime o seu lixo, a sua limpeza de quintal, reserve em um canto, deixa l�, vai virar mat�ria org�nica e daqui a pouco tem chuva”.
Cerrado

“A quest�o dos inc�ndios em se tratando do bioma do cerrado � algo j� bem conhecido e esperado. Principalmente no auge da esta��o seca, no auge da aus�ncia de �gua do ecossistema. E � em fun��o disso que o material combust�vel, ou seja, a vegeta��o seca, se torna extremamente propensa para a queima, desde que claro, haja a exist�ncia de oxig�nio e calor”, explica.
Mesmo com toda a propens�o a queimadas, um dos principais gatilhos para os inc�ndios em grande propor��o que acontecem no cerrado, e n�o s� em Minas Gerais, � a a��o humana. Cristiano Reis, coordenador da Brigada Florestal Volunt�ria Guardi�es da Serra, que atua na Lapinha da Serra, na Regi�o Central, explica que existem dois tipos de chamas provocadas por a��es naturais – uma pela queda de descargas el�tricas e outra quando h� incid�ncia solar em alguma part�cula refletora, como vidro.
No entanto, esses tipos de ocorr�ncias s�o facilmente diferenciadas. Cristiano explica que, no caso das descargas el�tricas, normalmente, a queimada acontece logo antes de uma precipita��o de chuva. O professor da UFMG afirma que uma das principais discrep�ncias � em rela��o � propor��o.
“Quando ocorre o fogo por fatores naturais, ele tende a evoluir pouco e a� acaba sendo algo de pequena propor��o. Qualquer inc�ndio em grande propor��o, dependendo da �poca do ano, voc� pode ter certeza que mais de 90% ou mais foram fruto de a��o humana, deliberada ou n�o. Aquela coisa do doloso ou culposo. Culposo sempre �. Agora, quando tem o dolo a� a coisa complica, e �s vezes isso acontece. De forma tr�gica, mas acontece”, enfatiza Bernardo Gontijo.