
Para tentar amenizar os efeitos provocados pelo forte calor, o professor do Instituto Federal de Educa��o, Ci�ncia e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), F�lvio Cupolillo, acredita que os setores de planejamento urbano deveriam desenvolver planos de a��o.
Entre as medidas citadas por ele deveria haver preocupa��o com o tipo de material utilizado nas constru��es, al�m de destacar a import�ncia dos parques naturais dentro das �reas urbanas. Cupolillo cita a cidade de Maring�, no Paran�, que possui v�rios parques para amenizar a sensa��o de calor.
Ele destaca que as grandes cidades como BH t�m ilhas de calor em seu territ�rio, problema que se agrava em ano de El Ni�o. “A sociedade precisa se preparar para essa situa��o.”
A arquiteta e urbanista Elisabete Andrade tamb�m destaca a constru��o civil como uma das grandes respons�veis pelo aumento da sensa��o de calor nas grandes cidades. “Existe uma l�gica de que quanto mais se constr�i, melhor �. Mas isso aumenta o calor. As grandes edifica��es absorvem e emitem mais calor.”
Ela cita o concreto e o ferro usados nesses empreendimentos, que t�m muita capacidade de absorver e devolver calor para a atmosfera. “Essas edifica��es ajudam a esquentar mais os ambientes, al�m de impermeabilizar o solo, o que deixa menos �rea com capacidade de absorver �gua das chuvas. � preciso pensar em toda essa estrutura da economia da cidade. Ela � um grande causador de aquecimento.”
A arquiteta diz que a forma como a cidade � feita cria ilhas de calor. “A cidade vai sendo constru�da em lugares valorizados, fazendo com que esses lugares sejam cada vez mais atrativos e os demais v�o ficando sem infraestrutura. Temos que pensar a cidade como um espa�o de todos. A urbaniza��o � um grande inimigo, temos que mesclar entre concentra��o e espraiamento, mas principalmente procurar t�cnicas mais naturais, com menos impermeabilidade.”
Ela lembra que o Plano Diretor de BH prev� algumas iniciativas para amenizar as consequ�ncias do calor. “Cria��o de hortas, passeios drenantes, terra�os filtrantes, manuten��o de espa�os verdes. S�o iniciativas para absorver a �gua e ajudar a diminuir a temperatura. Mas tudo isso est� sempre amea�ado por esse modelo econ�mico.”
A��ES PARA ALIVIAR CALOR�O
MINIFLORESTAS URBANAS
Desde 2022 a Prefeitura de Belo Horizonte vem implantando as miniflorestas. Com plantios mais adensados, o objetivo � criar ilhas de biodiversidade em �reas pouco vegetadas, al�m de novos espa�os de resfriamento, tornando a cidade mais sustent�vel. Atualmente s�o cinco sistemas nesse formato, com o plantio de mais de 1,7 mil novas �rvores. At� o final deste ano, ser�o implantadas mais oito miniflorestas. Por meio de a��es da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, os empreendimentos interessados ficam respons�veis por adquirir, implantar e fazer a manuten��o das mudas por um prazo pr�-estabelecido.
PROJETO MONTES VERDES
Criado em 2016, � um programa de indu��o � recupera��o e revegeta��o de �reas degradadas da capital. O objetivo � identificar, caracterizar e elaborar estrat�gias de recupera��o das �reas verdes p�blicas. Teve in�cio na �rea da Serra do Engenho Nogueira e no Parque Fernando Sabino. As �reas receberam desde ent�o mais de 25 mil plantios. A meta � plantar 60 mil novas �rvores em quatro anos. Entre as medidas est�o tamb�m distribui��o de mais de 110 mil kits de joaninhas; implanta��o de 11 sistemas agroflorestais; implementa��o de um Jardim de Chuva no Parque Municipal Lagoa do Nado; realiza��o de atividades de educa��o ambiental, com capacita��o de mais de 2 mil pessoas; envolvimento da sociedade civil no desenvolvimento de pol�ticas p�blicas; aumento da conscientiza��o ambiental sobre o papel da fauna na melhoria da qualidade
de vida na cidade.
PLANTIO DE �RVORES
Em 2021, foram plantadas 16.325 novas �rvores em BH. Em 2022, o n�mero chegou a 17.446 mudas plantadas. Em 2023, j� foram plantadas 8.468 unidades. Em outubro ser�o mais 4.600 mudas, como a��o compensat�ria relativa � constru��o da Arena MRV. As mudas v�o para o Parque Municipal Ursulina de Andrade Melo, no bairro Castelo, e no Parque Fernando Sabino, no Ouro Preto.