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Estado de Minas FRAUDES

Golpes por todo lado fazem 363 v�timas por dia em Minas

Por inoc�ncia ou ambi��o, mais de 65 mil pessoas foram v�timas de estelionato em Minas neste ano. Criminosos agem na rua, por telefone e pela internet


01/10/2023 04:00 - atualizado 01/10/2023 07:46
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golpes virtuais
Golpe do falso sequestro, esquema de pir�mide, investimentos em lotes inexistentes, a lista de trapa�as � infinita (foto: Pixabay)

 
Em tempos de redes sociais e compras pela internet, as pessoas se preocupam cada vez mais com os riscos de serem v�timas de fraudes virtuais. Entretanto, golpes antigos, praticados h� anos, continuam frequentes e dando muito preju�zo a quem � enganado pela l�bia dos golpistas. S�o fraudes aplicadas no meio da rua ou pelo telefone, sem qualquer tipo de sofistica��o ou grandes aparatos tecnol�gicos. Conhecido pela g�ria “171”, uma refer�ncia ao artigo que tipifica o crime no C�digo Penal, o estelionato fez, em m�dia, 363 v�timas por dia em Minas Gerais no primeiro semestre de 2023. Foram mais de 65 mil ocorr�ncias do tipo registradas pela Secretaria de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica (Sejusp).

A pr�tica criminosa induz a pessoa ao erro e, geralmente, mexe com a inoc�ncia e ambi��o das v�timas com a promessa de altos retornos financeiros. Golpe do falso sequestro, esquema de pir�mide, investimentos em lotes inexistentes, a lista de trapa�as � infinita. No dia 20, m�e e filha foram presas em flagrante, suspeitas de integrar um esquema de estelionato conhecido como “golpe do falso emprego” em Belo Horizonte. Em sua maioria menores de idade e jovens adultos em busca de emprego, as v�timas eram abordadas pelo telefone e convidadas para entrevistas na empresa, localizada na Rua dos Goitacazes, onde elas atuavam como propriet�rias. As v�timas recebiam promessas de empregos garantidos e compravam cursos de capacita��o, que chegavam a custar quase R$ 2 mil. Ainda n�o h� informa��es sobre n�mero de pessoas prejudicadas.
 

O estelionato, segundo especialistas, est� ligado a duas quest�es: v�timas vulner�veis, como os idosos e pessoas com defici�ncia mental, e tamb�m casos em que a pessoa acredita que ter� vantagem, que “vai se dar bem”. “O perfil da v�tima � fundamental para entender isso. O estelionat�rio escolhe seus alvos, ele quer facilidade. Ele j� sabe em menos de cinco minutos de conversa se a pessoa vai cair ou n�o, n�o vai perder tempo”, aponta Jorge Tassi, advogado criminalista e pesquisador em seguran�a p�blica.


Cada vez mais criativos, os golpistas se adaptam regularmente para fazer novas v�timas. Com muita l�bia, os golpistas se passam at� mesmo por �rg�os oficiais e empresas para enganar as pessoas, trajando at� mesmo uniformes e crach�s. “Em lugares de maior fluxo de pessoas, como rodovi�rias, tem a figura do 'olho de tolo’, por exemplo, aquela pessoa que quer se aproveitar de uma oportunidade e acaba correndo riscos maiores para fazer qualquer tipo de neg�cio”, comenta o especialista.

GOLPES DIGITAIS

Se antes os criminosos tinham necessariamente que se aproximar das v�timas para aplicar os golpes, hoje eles conseguem agir � dist�ncia, sem mostrar o rosto, e tem uma s�rie de estrat�gias para chamar aten��o das pessoas pela tela do celular e do computador. Somente no primeiro semestre deste ano, foram registradas mais de 27 mil ocorr�ncias de crimes cibern�ticos em Minas Gerais, uma m�dia de 112 casos por dia. O ponto de partida para esses golpes s�o a��es de phishing –t�cnica que conduz as pessoas a compartilharem informa��es confidenciais. A explica��o para isso, segundo o especialista em ciberseguran�a Jos� Luiz Santana, � a chamada engenharia social, que � como uma manipula��o psicol�gica. “O criminoso apela para a parte sentimental. Geralmente s�o golpes muito simples, mas que, na hora, mexem muito com o sentimento da pessoa. Se ele parar, respirar e pensar, vai sacar que � golpe. Por isso, � sempre uma jogada muito r�pida, sen�o o fraudador perde esse apelo”, explica.

Uma das estrat�gias mais recorrentes acontece quando os golpistas criam um n�mero falso usando a foto de um conhecido da v�tima e entram em contato com mensagens do tipo: “oi, m�e, troquei o n�mero, voc� salva?”. Tamb�m � comum o uso de p�ginas falsas que simulam sites oficiais e promo��es, enviadas por e-mail, SMS e WhatsApp. A regra para n�o cair em golpes � simples: desconfie. “� como diz o ditado, quando a esmola � muita o santo desconfia. Os bancos nunca ligam para o cliente pedindo para que ele instale algum tipo de aplicativo em seu celular. Tamb�m nunca pedem senha nem o n�mero do cart�o ou ainda para que o usu�rio fa�a uma transfer�ncia ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar um problema na conta”, destaca o especialista em ciberseguran�a. Santana alerta, ainda, que as pessoas n�o devem clicar em links desconhecidos ou passar dados pessoais.

Al�m de levar a perdas financeiras, o crime gera um sentimento de culpa e vergonha, especialmente entre os idosos. No caso de fraudes virtuais, a pessoa ainda fica nervosa, apaga o contato e todos os registros do crime, o que dificulta a formaliza��o da den�ncia. “A rea��o inicial � sempre apagar tudo, mas, ao contr�rio, � importante preservar a prova do contato feito. Tudo que acontece no meio digital deixa muito mais rastro”, afirma Alexandre Atheniense, advogado especialista em direito digital. O contexto familiar refor�a o sil�ncio, principalmente entre os idosos, e ainda contribui para uma subnotifica��o de casos. A pessoa fica constrangida por ter ca�do na conversa do golpista, como se ela fosse a errada, e os familiares fazem piada com a situa��o ou endossam o sentimento de culpa. “Muitos ficam t�o constrangidos com o fato de terem ca�do em um golpe que n�o revelam nem mesmo para as pessoas mais pr�ximas. A pessoa fica inebriada”, conta Atheniense.

Mas, engana-se quem pensa que os nativos digitais est�o imunes aos golpes virtuais. Eles podem at� ser requisitados pelos av�s para ensinarem a usar os recursos digitais, mas, quando o assunto � seguran�a cibern�tica, tamb�m t�m muito o que aprender. Segundo Santana, muitos jovens v�m perdendo dinheiro em fraudes na internet. “A hist�ria � diferente, mas o apelo � sempre sentimental. � o Playstation a R$ 200, promo��es imperd�veis. Tem muitos jovens, que inclusive nasceram no mundo digital, sendo ludibriados”, alerta o especialista. A falsa promessa de encontrar um produto com pre�o incrivelmente baixo parece ser o calcanhar de Aquiles dos jovens e adultos, segundo o especialista. Os golpes de compras na internet representam 64% dos relatos de preju�zos, segundo pesquisa da Better Business Bureau (BBB, na sigla em ingl�s), organiza��o internacional que avalia o desempenho e a confiabilidade de outras empresas.


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