O objetivo era cumprir 18 mandados de pris�o e 24 de busca e apreens�o expedidos pelo Ju�zo da 1ª Vara de T�xicos, Organiza��o Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da capital. De acordo com as autoridades, j� s�o pelo menos 28 mortes em fun��o dessa guerra entre as duas fac��es. A opera��o, batizada “Pax Vobis", foi montada para o cumprimento dos mandados em Belo Horizonte, Contagem, Ibirit�, Pedro Leopoldo, Lagoa Santa, S�o Gon�alo do Par� e Vi�osa.
As for�as da Pol�cia Militar foram preparadas para um confronto, devido ao alto risco proporcionado pelas duas gangues. Quando chegaram a Mateus Leme e cercaram um s�tio, os policiais foram recebidos a tiros. Os policiais revidaram e isso resultou na morte de duas pessoas, sendo dois l�deres do tr�fico no Joanna D’Arc, ambos com mandado de pris�o expedidos e penas a cumprir, mais um soldado do tr�fico.

Em Felixl�ndia, os policiais tamb�m foram recebidos com tiros em um s�tio, sendo que no local morreram um l�der da mesma fac��o, que tinha mandado de pris�o em aberto, al�m de um soldado do tr�fico.
Segundo o promotor do Gaeco, Peterson Queiroz Ara�jo, a investiga��o come�ou no ano passado, depois da constata��o de que os homic�dios eram fruto de uma disputa de territ�rio por duas fac��es de traficantes. “A Intelig�ncia da PM detectou que, de setembro de 2022 at� mar�o de 2023, foram 28 mortes numa mesma regi�o, no Barreiro, todas ligadas ao tr�fico de drogas”.
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Chama a aten��o, segundo o promotor, o fato de que at� mesmo a venda de um im�vel tenha sido proibida pelos traficantes, que tinham interesse nessa casa, para controle da regi�o. “Na parede estava escrito: ‘Essa casa n�o pode ser vendida’. Isso � um absurdo”, diz ele.
Um outro caso que chamou a aten��o, segundo o promotor, � que um casal de idosos foi expulso da casa onde moravam "s� porque eram av�s de um integrante da gangue rival”.
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Tudo isso, segundo ele, mostra o dom�nio da regi�o pelos traficantes. “As pessoas eram impedidas de sair de casa depois de determinado hor�rio”.
A major Layla Brunella, porta-voz da Pol�cia Militar, conta que j� existiam queixas de moradores sobre o cerceamento de liberdade e que todos estariam subjugados aos desejos dos traficantes.
“Fizemos um atendimento � necessidade da comunidade dos dois aglomerados. Todos estavam incomodados e privados de liberdade pois, muitas vezes, n�o podiam, sequer, sair de casa”, diz a major Layla, da PM.
N�meros alarmantes
Segundo a major, estima-se que o total de mortes, em fun��o dessa guerra entre as duas gangues, chegue a 100 mortos. At� o momento, al�m das 28 mortes, 14 pessoas foram presas, sendo que sete j� estavam no sistema prisional.
“Essas pessoas, as que est�o em pres�dios, por incr�vel que pare�a, ditavam ordens de dentro de suas celas, o que � inadmiss�vel”, afirma a policial.
E existem, segundo ela, casos de mortes de inocentes. “Uma fam�lia saiu do interior para comprar um filhote de cachorro no Barreiro. Mas quando chegou ao local, aconteceu uma troca de tiros entre integrantes das duas fac��es. Tr�s pessoas morreram, um genro, sogro e um acompanhante. Chegou nesse n�vel”.
Muitas vezes, tamb�m, segundo a major, moradores eram obrigados, por traficantes, a esconder drogas e at� mesmo vender ou fazer entregas de drogas a compradores no varejo.
Abordagens
A major Layla explica que os l�deres das duas fac��es j� n�o moravam mais na regi�o do Barreiro. “Eles se mudaram para longe da �rea de atua��o como traficantes. Mateus Leme era um ponto de reuni�o dos caciques do grupo de Joana D’Arc. Assim como era Felixl�ndia”.
Por isso, as abordagens feitas nesta ter�a-feira foram carregadas de tens�o. “Nosos policiais j� sabiam da possibilidade de revide por parte dos traficantes. E foi o que aconteceu. T�o logo foi dado o alerta da presen�a da PM, eles alvejaram os policiais, que revidaram, o que culminou com as mortes desses homens.”
Os mortos, cujos nomes ainda n�o foram revelados, eram respons�veis, segundo ela, pelo recebimento da droga, distribui��o, contabilidade de tr�fico e lavagem de dinheiro.
Segundo o promotor, no per�odo de um ano, os traficantes chegaram a movimentar R$ 14 milh�es. Nas a��es da manh� desta ter�a, foram apreendidos um fuzil, sete pistolas e rev�lveres, duas pistolas com Kit Roni, que transforma a arma em metralhadora. Foram apreendidos, tamb�m, R$ 50 mil em dinheiro e v�rios celulares.
A major Layla acredita que a opera��o desta ter�a-feira � um duro golpe nas duas gangues. “Alguns dos l�deres est�o fora de combate e s�o os cabe�as desses dois grupos. Eles aguardar�o o julgamento presos”.