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Estado de Minas SABIA N�O, UAI!

Museu no Centro de BH tem obras raras, mas nunca funcionou

Pr�dio centen�rio na Rua da Bahia guarda desde 1993 um rico acervo de relev�ncia hist�rica. Associa��o espera verbas para, enfim, expor as obras oficialmente


06/10/2023 18:00 - atualizado 15/10/2023 16:54
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Um edif�cio tombado da d�cada de 1920, no Centro de Belo Horizonte, re�ne preciosidades � espera de recursos p�blicos para serem exibidas para a popula��o. Quem passa pela constru��o com ar de abandono, localizada em um quarteir�o praticamente deserto no comecinho da Rua da Bahia, nem imagina que l� dentro est�o guardadas cerca de 2 mil pe�as e livros praticamente prontos para virar um museu de ci�ncia e tecnologia.

O acervo integra o Centro da Mem�ria da Engenharia, criado em 1993 para se transformar em museu e gerido pela Associa��o dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, mas que tr�s d�cadas depois ainda n�o virou realidade.

O Centro da Mem�ria da Engenharia re�ne o acervo colecionado por anos por Hugo Luiz Sep�lveda, professor em�rito da UFMG, falecido em 2009, al�m de maquin�rios e pe�as pertencentes � Escola de Engenharia, fundada em 1911, antes mesmo da cria��o da universidade federal mineira.

Entre as raridades do acervo est�o um fon�grafo (aparelho de som) de 1877, inventado por Thomas Edison – conhecido mundialmente pela cria��o da l�mpada el�trica –, uma central telef�nica de 1920, do tipo casti�al muito visto em filmes que se passam no come�o do s�culo passado, al�m de livros raros e muitos equipamentos que foram se tornando obsoletos, mas que deram origem ao que h� de mais moderno hoje em termos de comunica��o, computa��o e diversas �reas da engenharia.
Ver galeria . 11 Fotos Dos aproximadamente 600 títulos da biblioteca, cerca de 200 foram publicados entre 1600 e 1900Jair Amaral/EM/D.A Press
Dos aproximadamente 600 t�tulos da biblioteca, cerca de 200 foram publicados entre 1600 e 1900 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press )

S�o muitos telefones, aparelhos de som e radiodifus�o, telex, motores de avi�o, computadores da primeira gera��o surgida no mundo e balan�as de precis�o, teodolitos (equipamentos usados h� centenas de anos para medi��o de �ngulos), al�m de m�veis antigos. Tudo muito bem organizado e j� com cara de museu, apesar de fechado ao p�blico, gra�as ao trabalho incans�vel do engenheiro Bernardo Abra�o, que comandou a Associa��o dos Ex-Alunos por oito anos. Foi ele quem come�ou a dar ao pr�dio a forma de um t�o sonhado museu.

Recupera��o gradual

Bernardo conta que quando assumiu a gest�o, em 2016, come�ou a organizar o pr�dio, retirando biombos, derrubando tapumes improvisados e descartando material acumulado que estava no pr�dio. “Come�amos a recuperar o pr�dio e aos poucos fomos alcan�ando uma melhoria espacial, est�tica e funcional com essas interven��es e come�ou a aparecer um museu”, diz Bernardo, um apaixonado pelo patrim�nio hist�rico e pela engenharia que, segundo ele, est� presente em tudo na vida: "Da cadeira que a gente senta at� o mais moderno equipamento e edif�cio", comenta.

"Um acervo rico, variado e bem conservado j� temos. Falta recursos para transformar tudo em um museu e abrir para a popula��o"

Consuelo Beth�nico M�ximo, presidente da Associa��o dos Ex-Alunos da Escola de Engenharia da UFMG



Hoje a associa��o � comandada por Consuelo Beth�nico M�ximo, de 82 anos, formada em engenharia pela UFMG em 1965 e sucessora de Bernardo, n�o s� no comando da associa��o, mas no sonho de transformar o local em um museu. "Um acervo rico, variado e bem conservado j� temos. Falta recursos para transformar tudo em um museu e abrir para a popula��o", conta.

Esse � o desejo de todos os ex-alunos integrantes da associa��o que cuidam do acervo com zelo e parcos recursos oficiais, muitas vezes custeando do pr�prio bolso a manuten��o do belo pr�dio onde as pe�as est�o guardadas.

Pe�as raras no acervo

Tombado pelo patrim�nio hist�rico, a edifica��o em estilo ecl�tico, com belas colunas, piso de peroba, janelas e escadas de madeira nobre e cer�mica belga e m�veis antigos, j� abrigou o antigo Instituto de Qu�mica e a Escola de Engenharia da UFMG, transferidos para o campus da Pampulha em 1993. Desde ent�o segue fechado e guardando raridades.
fachada do museu do Centro da Memória da Engenharia
O Centro da Mem�ria da Engenharia re�ne o acervo colecionado por anos por Hugo Luiz Sep�lveda (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Entre as pe�as mais antigas est� um livro 1598 que tem a cartografia de toda a Am�rica, at� chegar ao sul do Brasil. Apesar da idade, o papel � bem conservado e os mapas perfeitos, conta Consuelo, que admite que seu xod� � a biblioteca. Esse livro ningu�m sabe a origem, somente que ele fazia parte do acervo da universidade. Segundo ela, entre os aproximadamente 600 t�tulos da biblioteca, cerca de 200 foram publicados entre 1600 e 1900.

Al�m dos ex-alunos, a associa��o tamb�m conta com a ajuda volunt�ria de outros apaixonados por antiguidade e hist�ria. Eduardo Contin Gomes, colecionador, restaurador e expositor h� muitos anos da Feira e Antiguidades de BH, que acontece todo s�bado na Avenida Caranda�, no Bairro Funcion�rios, � um deles.

"Eles contam a hist�ria da telefonia"

Segundo ele, o acervo de objetos do Centro de Mem�ria � "riqu�ssimo". Especializado em identifica��o e restauro de telefones antigos, ele explica que no acervo h� um telefone raro chamado "sistema p� de ferro", dos prim�rdios da telefonia, datado de 1890.

Naquela �poca, as liga��es n�o eram feitas diretamente e dependiam de uma telefonista. "� um aparelho bem primitivo, dos prim�rdios da telefonia", comenta Gomes. Segundo ele, todo o conjunto � muito importante: s�o mais de 50 modelos de telefones. "Eles contam a hist�ria da telefonia desde seu in�cio at� o atual".

Outra raridade, � a obra completa de Descartes, falecido em 1794, considerado o pai da filosofia moderna. Essa cole��o � datada de 1794 e, de acordo com Consuelo, no mundo, s� tem conhecimento de seis cole��es dessa, uma delas no Louvre. Sua origem tamb�m � desconhecida, mas ele fazia parte da biblioteca da mais que centen�ria Escola de Engenharia da UFMG.

"Vamos estudar para saber o que podemos fazer para democratizar o acesso da popula��o a essas preciosidades"

Igor Gomes, secret�rio-adjunto de Cultura e Turismo de Minas Gerais



O secret�rio-adjunto de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Igor Gomes, esteve recentemente visitando o Centro de Mem�ria para conhecer o acervo, que ele desconhecia existir. Gomes foi convidado pela Associa��o que busca apoio financeiro para inaugurar pelo menos uma mostra permanente com uma sele��o das pe�as mais representativas de todo o acervo.
montagem com fotos de peças do museu
O Centro da Mem�ria da Engenharia foi criado em 1993 e fica no Centro de BH (foto: Arte EM)

"O Centro de Mem�ria da Engenharia � importante n�o s� para a capital, mas para todo o estado, pois aqui conserva a hist�ria n�o s� da engenharia, mas tamb�m do patrim�nio arquitet�nico com belo esse pr�dio. Por isso, � preciso tornar isso p�blico, tradicionalizar esse material e cuidar. O primeiro passo � conhecer para ver como podemos ajudar na manuten��o do equipamento, na cataloga��o do acervo, na preven��o de inc�ndio. Vamos estudar para saber o que podemos fazer para democratizar o acesso da popula��o a essas preciosidades".

Sabia N�o, Uai!

O Sabia N�o, Uai! mostra de um jeito descontra�do hist�rias e curiosidades relacionadas � cultura mineira. A produ��o conta com o apoio do vasto material dispon�vel no arquivo de imagens do Estado de Minas, formado tamb�m por edi��es antigas do Di�rio da Tarde e da revista O Cruzeiro.

Sabia N�o, Uai! foi um dos projetos brasileiros selecionados para a segunda fase do programa Acelerando Neg�cios Digitais, do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), programa apoiado pela Meta e desenvolvido em parceria com diversas associa��es de m�dia (Abert, Aner, ANJ, Ajor, Abraji e ABMD) com o objetivo de atender �s necessidades e desafios espec�ficos de seus diferentes modelos de neg�cios.


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