Carro-biblioteca da UFMG completa meio s�culo de exist�ncia

Voc� conhece o carro-biblioteca da UFMG? A segunda iniciativa de extens�o mais antiga da Universidade Federal de Minas Gerais est� completando meio s�culo de exist�ncia neste ano. Vinculada � Escola de Ci�ncia da Informa��o (ECI), a atividade foi fundada em 1973, em um cen�rio de alta car�ncia de bibliotecas p�blicas.

 

Desde ent�o, a iniciativa visita comunidades perifer�cas da capital e regi�o metropolitana, levando at� esses locais um ponto de cultura, leitura e aprendizado. “O local que j� tem centro cultural, biblioteca, n�o � nosso foco. N�s realmente percorremos aquelas comunidades que n�o t�m esse tipo de assist�ncia”, explica a professora Marina Caja�ba Horta, coordenadora do carro-biblioteca.

Atualmente, o ve�culo circula com cerca de 4 mil livros, trazendo t�tulos da literatura nacional, estrangeira, obras paradid�ticas, dicion�rios, almanaques e enciclop�dias, e passa por tr�s comunidades: Dom Pedro I, em S�o Jos� da Lapa, na Grande BH;  Nova Pampulha, em Vespasiano; e Paulo VI, na Regi�o Noroeste de BH. “A gente vai uma vez por semana e fica por volta de 2h30 no local”, conta ela. O acervo total � de 10 mil livros, adquiridos atrav�s de doa��es, que s�o trocados periodicamente. 

De acordo com a coordenadora do carro-biblioteca, apesar do gosto que a equipe do carro tem em passar pelas comunidades, o objetivo na verdade � que, ao incentivar o h�bito pela leitura, esses locais se mobilizem e criem as pr�prias bibliotecas.

“A gente fica no local enquanto percebe que � necess�rio, mas, �s vezes, com o nosso apoio, a pr�pria popula��o consegue criar o centro cultural”, afirma. Em um cen�rio n�o t�o feliz, �s vezes o carro deixa de passar pelas comunidades pela falta de apoio e desinteresse por parte da popula��o. “Por isso � importante ter um parceiro, como uma ONG, associa��o de bairro e escolas, que ficam respons�veis por movimentar as pessoas e seja porta voz para a manuten��o da iniciativa”, diz Marina. 

 

� o que aconteceu na pandemia, quando a biblioteca itinerante ficou afastada das ruas e acabou perdendo a mobilidade que tinha em regi�es fixas que visitava. No entanto, apesar de ter ficado 2 anos sem rodar, as iniciativas do projeto n�o pararam.

Pelo reconhecimento da import�ncia da atividade, as a��es do carro-biblioteca continuaram a ser realizadas de maneira remota, como encontro com autores, palestras, indica��o de livros, entre outras. Esses espa�os ainda s�o mantidos e permitem a amplia��o do contato com outros p�blicos, al�m de divulgar as a��es do programa.

Para a professora da Escola de Ci�ncia da Informa��o da UFMG, apesar dos resultados n�o serem imediatos, tem sido poss�vel colher os frutos do trabalho realizado no carro-biblioteca ao longo dos 50 anos de exist�ncia.

“N�o � da noite para o dia que voc� faz uma pessoa se encantar com a leitura, voc� apresenta isso para ela, faz media��o atrav�s de t�cnicas como conta��o de hist�ria, at� que ela se encante por isso”, descreve Marina. A professora afirma que, nos corredores da UFMG, � poss�vel encontrar diversos alunos que foram impactados pela iniciativa, que se tornaram �vidos leitores e conheceram sobre a universidade.

“Em 2019 n�s fizemos uma grande campanha de doa��o de acervo aqui no campus. Conseguimos mais de 3,5 mil t�tulos doados. Muitos alunos chegaram para a gente e falaram 'esse carro ia no meu bairro quando eu era pequeno, est� aqui minha retribui��o'”, acrescenta a coordenadora da iniciativa itinerante. 

Para comemorar os 50 anos do carro-biblioteca, diversas atividades foram programadas para o segundo semestre de 2023 na UFMG. Uma delas aconteceu nesta ter�a-feira (24/10), no campus Pampulha, com mesas de conversa, exposi��o fotogr�fica de fotos da hist�ria do carro, homenagens e um sarau liter�rio. O encerramento do evento ficou por conta das bandas Bequadros e Caminante, que uniram leitura e m�sica. O show aconteceu em frente ao carro. 

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“� lindo e emocionante ver tantas pessoas que trabalharam e trabalham no projeto reunidas. Foi uma troca de experi�ncias muito bacana”, conta Marina. “� o projeto de extens�o mais importante da ECI e um dos mais relevantes da universidade no sentido de longevidade. � dif�cil a gente encontrar uma a��o p�blica que tenha uma dura��o t�o consistente, n�s estamos indo a atua��o de 50 anos e nem na �poca da pandemia n�s paramos de atuar. Isso � muito significativo para a gente.”, conclui. 

*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor F�bio Corr�a