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Estado de Minas

Destrui��o da base na Ant�rtida � uma grande perda cient�fica para o Brasil


postado em 26/02/2012 14:16 / atualizado em 26/02/2012 14:31

A destrui��o total da base Comandante Ferraz na Ant�rtida no inc�ndio que matou dois militares representa uma grande perda no campo da pesquisa biol�gica para o Brasil, afirmam os especialistas. "Todo o n�cleo central, onde est�o concentrados os equipamentos, se perdeu. O grau exato do que aconteceu ainda deve ser alvo de per�cias, mas a avalia��o � que tudo se perdeu", declarou na noite de s�bado o ministro da Defesa, Celso Amorim.

Enquanto o governo avalia os alcances dos danos, um avi�o da For�a A�rea deve repatriar os evacuados da base - 32 civis, 12 oficiais da Marinha, um alpinista e um representante do Minist�rio do Meio Ambiente - de Punta Arenas, no sul do Chile, para o Brasil, informou o governo.

A Ag�ncia Brasil indicou que o avi�o pousar� numa base a�rea na periferia do Rio de Janeiro no final deste domingo ou in�cio de segunda-feira. Consultados pela AFP, a Marinha e a Secretaria da Comiss�o Interministerial de Recursos do Mar n�o quiseram dar a hora ou o local exato da chegada.

Especialistas brasileiros estudam as consequ�ncias dos danos depois do inc�ndio de s�bado, que come�ou numa �rea que abrigava os geradores el�tricos da base Comandante Ferraz, localizada na ba�a de Almirantazgo, na ilha Rey Jorge, perto da ponta da pen�nsula Ant�rtica.

A base, foi estabelecida em 1984, tinha 2.600 m2 de �rea constru�da e realizava pesquisas cient�ficas centradas nos ecossistemas costeiros e marinhos. O complexo contava com laborat�rios, oficinas, estacionamentos para ve�culos e embarca��es, lancha oceanogr�fica, heliporto, biblioteca, gin�sio e panificadora, entre outros.

O Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o afirmou que os cientistas da base realizavam estudos sobre os efeitos das mudan�as clim�ticas na Ant�rtida e seu impacto no planeta, al�m de pesquisas sobre a vida marinha e a atmosfera. "Perdemos muito mais que material, perdemos vidas. Perdi toda minha pesquisa, e era uma das mais baratas. Foram perdidas algumas pesquisas de milh�es de reais", afirmou ao site do jornal O Estado de S�o Paulo um dos sobreviventes, o biof�sico Jo�o Paulo Machado Torres, de 46 anos, contatado por telefone em Punta Arenas. "Poucas pessoas conseguiram salvar alguma coisa. S� recuperei meu computador porque consegui chegar � biblioteca, mas n�o fui at� o camarote, era muito arriscado", contou.

"Deixaram tudo para tr�s, documentos, pesquisas, equipamentos. � uma perda irrepar�vel (...) Estamos consternados, parece que n�o restou nada", afirmou Yocie Yoneshigue Valentin, coordenadora do Instituto Nacional de Ci�ncia e Tecnologia Ant�rtida da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

"Estamos fazendo estudos cient�ficos de ponta na Ant�rtida, estudos com importantes implica��es para o clima no Brasil, os recursos pesqueiros e a biodiversidade", afirmou a bi�loga Lucia Siqueira Campos, membro do Comit� Nacional de Pesquisas Ant�rticas, ao jornal O Globo. O continente desempenha um papel crucial na regula��o do clima e circula��o oce�nica na Am�rica do Sul.

Al�m da perda de equipamento muito valioso e toda a informa��o coletada desde dezembro, o fogo deixa dezenas de grupos de estudo brasileiros sem uma base fixa na regi�o, segundo os especialistas.

A Ant�rtida abriga sob sua camada gelada continental enormes recursos minerais e os mares circundantes est�o repletos de recursos biol�gicos. As geleiras da Ant�rtida cont�m 90% da �gua fresca do mundo.

O crescente valor estrat�gico da regi�o explica por que cerca de 30 pa�ses, todos signat�rios do Tratado Ant�rtico, operam esta��es durante todo o ano ou no vers�o no continente.

O tratado, que entrou em vigor em 1961 e atualmente tem 49 Estados-membros, estabelece a Ant�rtida como um territ�rio cujo objetivo � estritamente cient�fico, garante a liberdade para a pesquisa e pro�be a atividade militar.

A presidente Dilma Rousseff prometeu que a base Comandante Ferraz ser� reconstru�da e Amorim garantiu que os planos para isso ter�o in�cio na segunda-feira.


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