Israel enterra nesta segunda-feira seu chefe de guerra e ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, "her�i" popular em seu pa�s e "criminoso de guerra" para os palestinos. "Arik" (diminutivo de Ariel) ser� enterrado �s 14h locais (10h de Bras�lia) com honras militares na fazenda de sua fam�lia no sul de Israel, n�o muito longe da Faixa de Gaza.
O general Sharon expressou seu desejo de repousar ao lado de sua segunda esposa, Lily. Seus dois filhos, Gilad e Omri, e o chefe do Estado-Maior, Benny Gantz, pronunciar�o os elogios f�nebres.
Diante da proximidade de Gaza, controlada pelo movimento islamita palestino Hamas, a pol�cia israelense enviou refor�os ao sul de Israel, onde est�o mobilizadas baterias do sistema antim�sseis m�vel "Iron Dome".
Mais cedo,era realizada uma homenagem nacional a Sharon no Parlamento israelense, em Jerusal�m, na presen�a de autoridades do Estado e de delega��es estrangeiras.
"A terra da qual voc� veio te abra�a com os bra�os c�lidos da hist�ria de nossa na��o, � qual voc� somou um cap�tulo inesquec�vel", declarou o presidente israelense Shimon Peres na cerim�nia transmitida ao vivo pela televis�o.
O falecimento no s�bado do homem forte da direita nacionalista, aos 85 anos e que passou oito anos em estado de coma, afundou Israel em uma atmosfera de luto nacional. Cerca de 20 mil israelenses passaram no domingo diante do caix�o exposto no exterior do Parlamento. Muitos lembravam o carisma e a bravura do d�cimo primeiro chefe de Governo de Israel.
"Nunca conheci 'Arik' pessoalmente, apenas como l�der, um dos �ltimos que restavam em Israel", declarou Meir Gavron, de 56 anos e que viajou de Ramat Gan, perto de Tel Aviv. "Me identificava muito com o homem", completou.
Arauto da coloniza��o
O conselho de ministros semanal, presidido por Benjamin Netanyahu, observou um minuto de sil�ncio. O primeiro-ministro voltou a saudar seu rival pol�tico como um de "nossos mais eminentes l�deres e audazes comandantes".
J� a imprensa israelense fazia um balan�o equilibrado da "heran�a de Sharon". "Fou um g�nio generoso e cruel ao mesmo tempo", resumiu o jornal de direita Maariv. Inclusive o Haaretz, da esquerda e firme advers�rio do "buld�zer" (um dos apelidos de Sharon), dedicou elogios ao ex-l�der.
"Desde a sa�da de Sharon, Israel carece de uma lideran�a pol�tica que reconhe�a os limites da for�a, mantenha a alian�a com os Estados Unidos e demonstre valor nos Territ�rios (palestinos) sem se deixar impressionar pelos colonos", declarou.
Campe�o da coloniza��o, Sharon foi, no entanto, o l�der que retirou as tropas e os 8 mil colonos da Faixa de Gaza em 2005. Uma decis�o pela qual n�o � perdoado pelos ex-colonos do enclave palestino. Tamb�m entrar� para a Hist�ria como o art�fice em 1982 da desastrosa invas�o do L�bano quando era ministro da Defesa.
Uma comiss�o investigadora israelense determinou a responsabilidade indireta, mas pessoal, de Sharon no massacre de centenas de civis palestinos por seus aliados falangistas crist�os libaneses nos campos de refugiados de Sabra e Chatila em Beirute em setembro de 1982.
De Gaza a Ramallah, de Yenin aos campos de refugiados no L�bano, os palestinos expressaram sua imensa alegria com a not�cia da morte do "criminoso Sharon" e lamentaram que o general israelense tenha falecido sem ter comparecido perante a justi�a internacional.