
O papa Francisco desembarcou nesta quinta-feira em Seul para promover o catolicismo na �sia e defender a reconcilia��o entre as duas Coreias, mas Pyongyang respondeu com uma salva de m�sseis ao mar. No primeiro discurso na capital sul-coreana, diante da presidente Park Geun-Hye e de v�rias autoridades do pa�s, o papa elogiou "os esfor�os feitos a favor da reconcilia��o e da estabilidade na pen�nsula coreana, o �nico caminho para uma paz duradoura".
"A diplomacia, como arte do poss�vel, se baseia na convic��o firme e perseverante de que se pode alcan�ar a paz atrav�s da escuta tranquila e do di�logo, mais do que atrav�s de recrimina��es m�tuas, cr�ticas est�reis e mobiliza��o de for�as", destacou o pont�fice. O papa, que falou em ingl�s pela primeira vez em um evento oficial, evitou cuidadosamente citar o regime comunista norte-coreano, apesar das refer�ncias �s injusti�as, persegui��es e mobiliza��o de for�as que representaram uma alus�o a Pyongyang.
Francisco afirmou a sua anfitri�, a presidente sul-coreana, que espera "do fundo do cora��o" a reconcilia��o das duas Coreias, separadas desde 1953. O pont�fice argentino vai celebrar uma missa para "a paz e a reconcilia��o" na catedral de Myeong-dong de Seul no dia 18 de agosto, ao fim de sua visita de cinco dias.
O Papa foi recebido no aeroporto de Incheon pela presidenta sul-coreana Park Geun-Hye e por estudantes com flores. Tamb�m se encontrou no tapete vermelho com dois refugiados norte-coreanos e parentes das v�timas da balsa Sewol. O naufr�gio da embarca��o em 16 de abril deixou mais de 300 mortos, a maioria estudantes.
Ele saudou a multid�o de dentro de um carro durante seu deslocamento pela cidade. Quase simultaneamente, a Coreia do Norte disparou em dire��o ao mar tr�s m�sseis de curto alcance, um m�todo que o regime de Pyongyang utiliza regularmente para demonstrar o descontentamento e e amea�ar Seul e seus aliados.
Mais crist�os que budistas
Ao contr�rio do Norte, onde o catolicismo � muito perseguido, no Sul os crist�os, entre todas as diferentes denomina��es, s�o mais numerosos que os budistas. Os cat�licos (10,7% da popula��o) integram uma Igreja din�mica, influente, mas amea�ada por um certo 'aburguesamento' que Francisco pretende ajudar a dissipar. A �ltima visita de uma papa a Coreia do Sul havia acontecido em 1989.
O programa do primeiro dia de visita incluiu uma cerim�nia na "Casa Azul" (sede da presid�ncia), na presen�a de 800 personalidades do pa�s, e depois um encontro com 35 bispos. O pont�fice, de 77 anos, tamb�m pretende levar uma mensagem aos jovens de 23 pa�ses em uma mini-JMJ (Jornada Mundial da Juventude) do continente. E deve deixar claro que os cat�licos chineses est�o em seus pensamentos.
"O papa Francisco vai dirigir-se a todos os pa�ses do continente, com uma mensagem para o futuro da �sia", declarou o n�mero dois do Vaticano, o secret�rio de Estado Pietro Parolin. A �ltima viagem de um sumo pont�fice ao continente asi�tico havia sido feita por Jo�o Paulo II, que visitou a �ndia em 1999.
124 m�rtires crist�os
O papa, que envia sistematicamente uma mensagem aos pa�ses que sobrevoa em suas viagens, transmitiu os "melhores desejos" ao presidente chin�s Xi Jinping e a seus compatriotas e implorou pela "b�n��o divina de paz e bem-estar" para a China. Na visita de Jo�o Paulo II a Coreia do Sul h� 25 anos, Pequim proibiu o avi�o que transportava o papa a sobrevoar seu territ�rio. Vaticano e China, que tem milh�es de cat�licos, n�o mant�m rela��es diplom�ticas desde 1951.
De acordo com fontes citadas pela ag�ncia cat�lica AsiaNews, o governo chin�s advertiu v�rios padres que est�o na Coreia do Sul para participar na jornada cat�lica asi�tica que ter�o problemas em seu retorno, caso acompanhem a visita de Francisco.
Um dos momentos mais importantes da visita de Francisco ser� a beatifica��o no Port�o de Gwanghwamun, em Seul, de Paul Yun Ji-chung e outros 123 m�rtires do in�cio do cristianismo na Coreia. A cerim�nia � uma forma de homenagear a resist�ncia dos crist�os asi�ticos ante as persegui��es do passado, al�m de destacar o papel dos laicos na Igreja, pois a f� crist� foi propagada com ajuda dos leigos.
Na sexta-feira, dia da Assun��o e feriado nacional, Francisco celebrar� uma missa no World Cup Stadium de Daejeon. No domingo visitar� o santu�rio de Solmoe, local do mart�rio do primeiro sacerdote coreano, Santo Andr� Kim Taegon, com todos os bispos da �sia, quando sem d�vida aproveitar� para enviar uma mensagem a todo continente. (Com informa��es da AFP)
