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Estado de Minas 'Horror indescrit�vel'

Ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial completam 75 anos nesta semana

Bombas mataram 200 mil; cerim�nias tradicionais em homenagem �s v�timas est�o prejudicadas em 200 por causa da pandemia


04/08/2020 06:25 - atualizado 04/08/2020 07:40

Nuvem de cogumelo da bomba atômica lançada pelo bombardeiro B-29 Enola Gay sobre a cidade de Hiroshima, em 6 de agosto de 2020(foto: Handout / Hiroshima Peace Memorial Museum / US ARMY / AFP )
Nuvem de cogumelo da bomba at�mica lan�ada pelo bombardeiro B-29 Enola Gay sobre a cidade de Hiroshima, em 6 de agosto de 2020 (foto: Handout / Hiroshima Peace Memorial Museum / US ARMY / AFP )

Esta semana, os bombardeios at�micos de Hiroshima e Nagasaki, no Jap�o, completam 75 anos. Os ataques levaram � morte de 200 mil pessoas e deixaram muitas outras profundamente traumatizadas e at� estigmatizadas. Confira alguns fatos sobre esses eventos devastadores.


As bombas 


A primeira bomba at�mica foi lan�ada sobre a cidade de Hiroshima, no oeste do Jap�o, em 6 de agosto de 1945, por um bombardeiro norte-americano chamado Enola Gay. Ela recebeu o nome de "Little Boy" (garotinho), mas seu impacto foi enorme.


Com uma pot�ncia equivalente a 15 megatons de TNT, a bomba foi detonada a 600 metros do solo e matou 140 mil pessoas. Dezenas de milhares morreram instantaneamente, enquanto as outras sucumbiram a ferimentos ou doen�as ao longo das semanas, meses e anos seguintes.


Apenas tr�s dias depois, os Estados Unidos lan�aram uma segunda bomba, apelidada de "Fat Man", sobre Nagasaki. Mais 74 mil pessoas foram mortas.


Os ataques s�o at� hoje a �nica vez que bombas at�micas foram utilizadas em tempos de guerra.


Os ataques 


Quando a bomba caiu em Hiroshima, a primeira coisa que as pessoas notaram foi uma "intensa bola de fogo", segundo o Comit� Internacional da Cruz Vermelha. A temperatura no epicentro da explos�o atingiu 7 mil °C, pelas estimativas feitas, o que causou queimaduras fatais nas pessoas que estavam em um raio de cerca de 3 km.


Especialistas da Cruz Vermelha afirmam que houve casos de cegueira tempor�ria ou permanente, devido ao forte flash de luz, al�m de danos posteriores � vis�o das v�timas, como catarata.


O turbilh�o de calor gerado pela explos�o tamb�m iniciou milhares de inc�ndios, que queimaram v�rios quil�metros quadrados da cidade, repleta de constru��es de madeira. Uma tempestade de fogo que consumiu todo o oxig�nio dispon�vel causou ainda mais mortes por asfixia.


Estima-se que queimaduras e danos relacionados ao fogo representam mais da metade das mortes imediatas em Hiroshima.


Al�m disso, a explos�o criou uma onda de choque gigante que, em alguns casos, literalmente carregou as pessoas. Outras foram soterradas sob pr�dios desabados, ou feridas ou mortas por detritos voadores.


"Lembro-me dos corpos carbonizados de crian�as pequenas espalhados pela �rea do hipocentro, como pedras negras", contou Koichi Wada, que tinha 18 anos na �poca do ataque a Nagasaki.


Efeitos da radia��o 


Os ataques a bomba soltaram uma radia��o que se mostrou mortal tanto logo ap�s o bombardeio quanto a longo prazo. Doen�as e sintomas associados � radia��o foram relatados por muitos que sobreviveram ao impacto inicial.


Os sintomas da s�ndrome aguda de radia��o incluem v�mitos, dores de cabe�a, n�useas, diarreia, hemorragia e perda de cabelo. Para grande parte dos afetados, a doen�a � fatal dentro de algumas semanas ou meses.


Conhecidos como "hibakusha" no Jap�o, os sobreviventes dos ataques tamb�m sofreram com efeitos no longo prazo, incluindo riscos elevados de c�ncer de tireoide e leucemia. Ambas as cidades atacadas registraram taxas mais altas de incid�ncia de c�ncer ap�s o ocorrido.


Segundo estudo da Funda��o de Pesquisa de Efeitos de Radia��o do Jap�o-EUA, que analisou 50 mil v�timas de Hiroshima e Nagasaki, aproximadamente 100 morreram de leucemia e 850 sofreram de c�ncer induzido por radia��o.


O instituto, por�m, n�o encontrou evid�ncias de um aumento significativo de defici�ncias cong�nitas graves nos filhos dos sobreviventes.


As consequ�ncias 


Com o duplo bombardeio at�mico, o Jap�o imperial sofreu seu golpe final e, em 15 de agosto de 1945, se rendeu, pondo fim � Segunda Guerra Mundial. Historiadores debatem se os ataques, no fim das contas, salvaram vidas ao cessarem o conflito e evitarem uma invas�o terrestre.


Para os sobreviventes, no entanto, esses c�lculos n�o significam nada. Muitos lutaram por d�cadas contra traumas f�sicos e psicol�gicos, fora o estigma �s vezes atrelado a ser um "hibakusha". Frequentemente eles eram marginalizados, em especial para casamentos, gra�as ao preconceito com a exposi��o � radia��o.


Sobreviventes e seus apoiadores viraram algumas das vozes mais potentes na oposi��o ao uso de armas nucleares. J� estiveram com l�deres mundiais no Jap�o e em outros pa�ses para a defesa de sua causa.


Ano passado, o papa Francisco se encontrou com v�rios deles em visitas �s cidades bombardeadas, prestando homenagens �s v�timas de um "horror indescrit�vel".


Em 2016, Barack Obama se tornou o primeiro presidente dos EUA a visitar Hiroshima. Ele n�o pediu desculpas pelos ataques, mas abra�ou os sobreviventes e defendeu um mundo livre de armas nucleares.


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