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Estado de Minas MOSCOU

R�ssia: a lenda intacta de Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar no espa�o

60 anos depois do m�tico voo espacial, a popularidade do cosmonauta permanece intacta e ele continua sendo um s�mbolo para o Kremlin


07/04/2021 07:20 - atualizado 07/04/2021 09:15

(foto: AFP )
(foto: AFP )
A imensa popularidade de Yuri Gagarin, 60 anos depois de seu m�tico voo espacial, permanece intacta e continua sendo um s�mbolo para o Kremlin e sua pol�tica de grandeza da R�ssia.

A cada 12 de abril, data do voo, os estudantes russos celebram a "Festa da Cosmon�utica" com leituras e apresenta��es. Todos os anos s�o depositadas flores nos monumentos em homenagem a Gagarin, enquanto a imprensa conta sua hist�ria.

"� uma figura absolutamente consensual que une a na��o, um raro exemplo de unanimidade", afirma o escritor Lev Danilkin.

Um culto que se deve, sobretudo, ao avan�o tecnol�gico que o cosmonauta representa e sua vit�ria sobre o grande rival, Estados Unidos. Gagarin simboliza o destino de um homem que mudou a hist�ria.

"Ele fez o ser humano passar de um simples ser vivo para uma esp�cie de intelig�ncia que vai al�m da Terra", resume o historiador Alexander Jelezniakov.

Gagarin era filho de um carpinteiro e de uma camponesa que sofreram com a ocupa��o nazista. Ele se formou como oper�rio metal�rgico antes de virar piloto. Por este motivo, encarna o her�i popular.

O sorriso largo e seu otimismo permanecem vivos em fotografias, cartazes, document�rios, roupas, tatuagens e objetos com sua imagem.

Al�m disso, ele era elogiado como um bom companheiro, corajoso e apaixonado por suas filha e esposa, Valentina Gagarina, a quem escreveu uma comovente carta de despedida em caso de morte durante a miss�o.

"Se algo der errado, pe�o a voc�, especialmente a voc�, Valyusha, que n�o morra de tristeza. � assim que a vida �", escreveu.

Em 2011, o cosmonauta Boris Volynov contou � AFP que lembrava de Gagarin como um homem que, apesar de ter todos os privil�gios, passava horas ao telefone para conseguir um medicamento, ou um leito no hospital, para um conhecido com menos sorte.
(foto: AFP )
(foto: AFP )

Propaganda

Em seu retorno � Terra, Yuri Gagarin se tornou o centro de uma intensa propaganda sobre a superioridade do modelo sovi�tico, capaz de transformar um plebeu em conquistador.

O escritor Lev Danilkin destaca que, por este motivo, parte da "intelligentsia" anti-Kremlin considera Gagarin como uma "pe�a da engrenagem na gigantesca m�quina de viol�ncia" da URSS.

Porque sua fa�anha serviu para "incutir na popula��o" que as v�timas das repress�es sovi�ticas e do Gulag "n�o foram em v�o", explica Danilkin.

Ele destaca que Vladimir Putin segue esta l�gica para transformar a atual R�ssia na herdeira dos triunfos do passado.

"O atual poder se apropria metodicamente dos cultos populares: primeiro, o da vit�ria durante a Segunda Guerra Mundial; depois, o da conquista do espa�o e de Gagarin", afirma o escritor, antes de recordar que o Estado combate paralelamente todas as "interpreta��es alternativas" dos acontecimentos.

Os russos t�m consci�ncia de que a Uni�o Sovi�tica acabou perdendo a corrida espacial depois que astronautas americanos chegaram � Lua. Mas a venera��o por Gagarin permite "neutralizar" esta amargura, opina Danilkin.

Como todos os grandes her�is russos - sobretudo, um que o iguala em prest�gio, o poeta Alexander Pushkin -, Yuri Gagarin tamb�m � um s�mbolo tr�gico.

Sua morte aos 34 anos durante um voo de treinamento, em 1968, continua sendo um mist�rio, porque as autoridades nunca publicaram um relat�rio completo da investiga��o sobre as causas do acidente.

De acordo com arquivos parciais do Kremlin, a vers�o "prov�vel" da trag�dia � uma colis�o de seu avi�o com um bal�o meteorol�gico.

Diante da falta de transpar�ncia, ainda circulam muitas teorias. A mais conhecida alega que Gagarin pilotava embriagado. Outras afirmam que o Kremlin o matou por considerar a popularidade do piloto uma amea�a.

Independentemente das vers�es, sua morte ainda comove os russos. "Como � poss�vel que o primeiro cosmonauta, um homem t�o jovem e bom, morresse assim, de repente?", questiona o historiador Alexander Jelezniakov. "Na realidade, as pessoas ainda tentam superar".


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