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Estado de Minas ABUSO

Por que ass�dio de m�dico brasileiro preso no Egito revoltou �rabes

A BBC News Brasil ouviu mulheres eg�pcias, brasileiras no Cairo, jornalistas e ativistas para entender porque o caso do m�dico brasileiro repercutiu t�o fortemente em pa�ses onde h� diversos outros incidentes de ass�dio contra mulheres.


07/06/2021 04:57 - atualizado 07/06/2021 08:40


Mdico Victor Sorrentino filmou e publicou um vdeo em que pergunta para uma vendedora em Luxor: 'Vocs gostam mesmo  do bem duro n?'
M�dico Victor Sorrentino filmou e publicou um v�deo em que pergunta para uma vendedora em Luxor: "Voc�s gostam mesmo � do bem duro n�?" (foto: Reprodu��o/ M�dias sociais)

deten��o de um m�dico brasileiro no Cairo, investigado por assediar uma vendedora em loja de papiros, ganhou manchetes n�o s� no Egito como em diversos outros lugares no mundo �rabe — inclusive em na��es onde h� relatos de graves abusos aos direitos das mulheres.

No domingo (06/06), o m�dico ga�cho e influencer digital Victor Sorrentino foi solto e retornou ao Brasil, depois de passar uma semana detido no Egito, onde o Minist�rio P�blico manteve audi�ncias e investiga��es sobre o caso.

Leia tamb�m: M�dico brasileiro preso no Egito oferecia consultas em Portugal sem ter autoriza��o

Sorrentino havia postado no m�s passado em seu Instagram — com quase um milh�o de seguidores — um v�deo em que aparece na cidade tur�stica de Luxor fazendo coment�rios obscenos de conota��o sexual e duplo sentido a uma vendedora em uma loja de papiros.

"Voc�s gostam mesmo � do bem duro, n�? E comprido tamb�m fica legal, n�?", diz Sorrentino, em meio a risos, � vendedora, enquanto ela lhe mostrava papiros.

Ap�s a repercuss�o negativa do v�deo nas redes sociais brasileiras — e antes de o caso ganhar notoriedade no Egito e nos pa�ses �rabes — o m�dico voltou no dia seguinte � loja e gravou um novo v�deo, em que aparece pedindo desculpas � vendedora. Na segunda-feira da semana passada (31/05), Sorrentino foi detido por autoridades eg�pcias.

Depois que o v�deo foi traduzido para o �rabe com ajuda de ativistas e blogueiros brasileiros, o caso teve enorme repercuss�o no Egito e no pa�s �rabe — sendo principal t�pico de discuss�o na segunda-feira no Twitter e ganhou reportagens de capa em jornais do Egito, Ar�bia Saudita, Emirados �rabe e outros pa�ses.

O caso tamb�m foi amplamente noticiado nas televis�es em �rabe da BBC, Al-Jazeera, Al-Arabiya e Sky.

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Mas por que o epis�dio envolvendo o m�dico brasileiro recebeu tanta aten��o no Egito — um dos pa�ses com um dos piores hist�ricos de ass�dio sexual contra mulheres no mundo?

Ativistas no Egito dizem que o problema do ass�dio sexual � quase uma "epidemia" no pa�s. Um relat�rio da ONU de 2013 cita uma pesquisa em que 83% das mulheres eg�pcias relataram ter sofrido algum tipo de ass�dio sexual — entre mulheres estrangeiras, o percentual era de 98%.

A BBC News Brasil ouviu mulheres eg�pcias, brasileiras no Cairo, jornalistas e ativistas para entender porque o caso do m�dico brasileiro repercutiu t�o fortemente no Egito e outros pa�ses do mundo �rabe.

A BBC News Brasil tamb�m buscou contato com pessoas pr�ximas ao m�dico, mas n�o obteve retorno (confira no fim da reportagem).

Primeiro v�deo: obscenidade em p�blico, flagrante e religi�o

O comportamento do m�dico foi muito criticado por brasileiros que assistiram aos dois v�deos postados por ele nas redes.

No entanto, no mundo �rabe o v�deo teve repercuss�o ainda maior — em parte por causa de algumas diferen�as culturais entre Brasil e Egito que nem sempre s�o percebidas pelos brasileiros.

"A gente nota que ele provavelmente n�o estudou sobre o pa�s antes de visitar, n�o sabe nada sobre os costumes daqui", diz Patr�cia Oliveira, brasileira que mora e trabalha no Cairo h� tr�s anos.

Ela dirige, junto com outras duas brasileiras, a p�gina Vida no Egito, que traz dicas e relatos em portugu�s do cotidiano no pa�s. Foi ela quem traduziu o v�deo para o �rabe, em parceria com outros ativistas e blogueiros baseados em Nova York, Londres e Cairo.

Essa tradu��o foi importante para que os eg�pcios ficassem sabendo do caso, j� que at� ent�o o v�deo circulava apenas nas m�dias sociais brasileiras.

Acredita-se que as autoridades eg�pcias resolveram deter o m�dico brasileiro depois de verem o v�deo ter grande repercuss�o nas redes eg�pcias — com a hashtag "Responsabilize o assediador brasileiro" entre as mais tuitadas no fim de semana.


Patrcia Oliveira vive e trabalha no Egito h trs anos e fez a traduo para o rabe do vdeo publicado por Sorrentino
Patr�cia Oliveira vive e trabalha no Egito h� tr�s anos e fez a tradu��o para o �rabe do v�deo publicado por Sorrentino (foto: Cortesia)

Pessoas com familiaridade com costumes no Egito em outros pa�ses �rabes que assistiram ao v�deo falaram � BBC News Brasil sobre alguns desses aspectos culturais que fizeram com que alguns eg�pcios se sentissem ainda mais ofendidos:

- Obscenidade em p�blico. O fato de Victor Sorrentino falar sobre sexo em p�blico, mesmo indiretamente atrav�s de palavras de duplo sentido, � algo pouco aceito em sociedades �rabes, disse uma jornalista s�ria do servi�o �rabe da BBC.

Esse tipo de conversa, com refer�ncias a �rg�os sexuais, n�o costuma ser feito em ambientes abertos. Em alguns lugares onde h� apenas a presen�a de homens, ela at� poderia ocorrer. Mas usar esse tipo de linguagem e abordar esses temas na presen�a de uma mulher — seja ela parente ou n�o —, como fez Sorrentino, � uma ofensa grave para a maioria dos �rabes.

- Perigo para a v�tima. A brasileira que vive no Egito tamb�m ressalta outro aspecto: "Ficamos sabendo que a fam�lia da v�tima est� apoiando ela, o que � �timo. Mas qual vai ser a consequ�ncia disso tudo para ela? Poderia acontecer de, se fosse com outra pessoa, que a v�tima n�o tivesse esse suporte da fam�lia, ou que de alguma forma eles vissem ela como culpada de sofrer o ass�dio. Quem poderia afirmar antes do caso acontecer que esse seria o desfecho, de ela ter o apoio da fam�lia?"

Gehad Hamdy,, ativista fundadora do Speak Up, o site de ativistas antiass�dio que publicou primeiro a vers�o traduzida do v�deo — dando ampla repercuss�o ao caso no Egito — concorda: "Por isso foi t�o importante n�s borrarmos o rosto dela e protegermos a identidade dela no v�deo que publicamos denunciando o caso". Nos dois v�deos postados no Instagram por Victor — o que cont�m o ass�dio e o de desculpas — o rosto da ativista aparece.

- Autoflagrante. Ass�dio sexual de mulheres � hoje um tema muito debatido na sociedade eg�pcia, com diversas mudan�as em curso (leia abaixo). Pesquisas indicam que a maioria das mulheres j� sofreu algum tipo de ass�dio, mas a grande dificuldade sempre foi a de comprovar os casos.

O que chamou a aten��o para muitos ativistas � que o pr�prio m�dico produziu e publicou um v�deo. Sem esse material, teria sido dif�cil det�-lo para investiga��es.

"Fiquei surpresa que ele tenha sido preso em menos de 24 horas. A unidade de monitoramento e an�lise de dados do Minist�rio P�blico acompanha as redes sociais e monitora esses casos", disse Gehad Hamdy � BBC News Brasil.


Twitter do Speak Up, uma iniciativa de apoio a vtimas de violncia, espalhou a hashtag em rabe 'Responsabilize o assediador brasileiro'
Twitter do Speak Up, uma iniciativa de apoio a v�timas de viol�ncia, espalhou a hashtag em �rabe "Responsabilize o assediador brasileiro" (foto: Reprodu��o/ M�dias sociais)

- Uso do hijab. O uso obrigat�rio de v�u para cobrir os cabelos das mulheres mu�ulmanas � controverso em algumas partes do Ocidente e do Oriente. Mas em muitas sociedades, as mulheres usam v�us como um s�mbolo de respeito e honra.

A v�tima que aparece no v�deo cobre seu cabelo com um hijab. Um jornalista do servi�o �rabe da BBC disse que um estrangeiro filmar uma mulher com hijab e fazer brincadeiras com ela diante de milhares de pessoas na internet j� seria considerado um ato desrespeitoso — at� mesmo sem o teor sexual das palavras.

- Exposi��o da vendedora. Muitos que viram o v�deo se sentiram mal pela exposi��o da vendedora, que parece uma pessoa jovem e inocente. Eles apontaram que ela parece n�o entender o que est� sendo dito pelo m�dico, e a conota��o obscena das suas palavras. "Muitos viram no v�deo um estrangeiro se aproveitando que a menina n�o entende nada do que ele est� falando", disse um jornalista da BBC Arabic.

- Religi�o. Patr�cia Oliveira aponta uma outra quest�o que pode ser problem�tica para os eg�pcios que assistem ao v�deo quando o m�dico diz: "Voc�s gostam mesmo � do bem duro, n�? E comprido tamb�m fica legal, n�?".

Oliveira diz: "Quando ele fala isso, quem � o sujeito da frase? 'Voc�s, as mulheres', ou 'voc�s, as mu�ulmanas'? N�o fica claro se ele est� se referindo tamb�m � religi�o, e muitas pessoas poderiam entender isso como uma ofensa ao Isl�."

Segundo v�deo: nova exposi��o e toque

Para as pessoas ouvidas pela BBC News Brasil, o segundo v�deo, em que Victor Sorrentino volta ao local de trabalho da v�tima tamb�m, � problem�tico.

Sorrentino volta � loja no dia seguinte e liga a c�mera imediatamente, novamente expondo a vendedora na internet.

"Eu acabei de chegar aqui e falei com ela que n�o quero nem conversar antes contigo (diz ele � vendedora) para a gente ser espont�neo, que eu quero te ouvir mesmo. Ontem deu uma confus�o aquele neg�cio", diz o m�dico no novo v�deo, que foi postado na sua conta de Instagram. Posteriormente a conta dele foi fechada apenas para seus seguidores.

"E dentro das brincadeiras… eu posso te encostar (diz ele, tocando no bra�o dela, ap�s o consentimento da vendedora)? Eu fiz uma brincadeira que � uma brincadeira de mau gosto com mulheres e que eu fa�o com minhas amigas e meus familiares no Brasil."

Victor diz que n�o tinha o direito de brincar com a vendedora, mas logo em seguida ele repete o teor do que havia sido dito no primeiro v�deo.

"Apesar de que eu acho que tu n�o entendeu (sic) o que se passou l�. Eu vou te explicar o que que �. Quando voc� falou do papiro ... n�o precisa ficar vermelha, t� ... voc� falou 'ah, tem que ser duro', a� eu brinquei 'ah, ent�o � duro'. 'E tem que ser grande'. Grande e duro. Grande e duro � uma analogia… uma brincadeira… tu sabes, n�?", diz ele, em meio a risos de ambos.

A vendedora responde: "T�, entendi."

"T�, ficou vermelha. Mas isso � uma brincadeira brasileira que pode ser vista como uma brincadeira de mau gosto, e eu acho que �. Uma brincadeira assim 'bah, n�o precisava fazer isso'. Mas sabe, eu sou assim. Voc� viu ontem, eu sou um cara muito brincalh�o que sai brincando n�? E filmei isso. E as pessoas ficaram ofendidas por voc�. Por que 'poxa, como o Victor fala isso para uma mulher?' Ela � mu�ulmana, ela n�o pode falar esse tipo de coisa, n�o pode ouvir isso e tal e ficou chateada."

"Ent�o eu primeiro de tudo, eu vim aqui porque quero saber como � que tu est�s e pra te pedir desculpas. Se eu te chateei de qualquer forma. Mas eu quero saber de ti, se tu te sentiu (sic) atingida por isso, ou acuada com isso e eu quero que tu sejas muito verdadeira. Eu acabei de chegar aqui, eu estou na entrada do neg�cio."

A vendedora responde ent�o em meio a risos: "Mas nada, nada, n�o se passa nada. Tudo bem. Eu ou�o como uma piada. N�o passa nada. Eu entendi isso."

Sorrentino ainda diz: "No Brasil, � assim. As pessoas n�o aceitam nem que voc� aceite uma desculpa. L� no Brasil � assim. 'N�o, mas como, ela n�o deveria ter sido assim, ela deveria enxergar [as coisas] pela maldade que eu tenho'."

No v�deo, Sorrentino toca duas vezes na vendedora. Na primeira ocasi�o, ele pede a permiss�o dela e ela consente. Na segunda, os dois seguram suas m�os juntos por cerca de 10 segundos, enquanto o m�dico pede desculpas. O m�dico parece ser alertado por um interprete de algo, e imediatamente solta as m�os da vendedora ap�s isso.

As pessoas que assistiram ao v�deo disseram � BBC News Brasil que o ato de tocar em uma mulher com quem ele n�o � casado, mesmo tendo pedido o consentimento dela, pode ser considerado ofensivo por v�rios eg�pcios. Em algumas sociedades e contextos �rabes, um gesto semelhante poderia at� ser interpretado como crime.

"Os �rabes s�o pessoas muito calorosas, como as pessoas de cultura latina", disse uma jornalista da BBC no Cairo. "Mas a quest�o do toque e do contato f�sico entre duas pessoas de sexo oposto n�o-casadas � bem diferente, e n�o � bem vista aqui."

Gehad Hamdy, do Speak Up, questiona ainda se o pedido de desculpas � realmente genu�no. "Eu n�o acho que isso possa ser chamado de desculpas. Ele estava tentando se encobrir depois que seus seguidores o atacaram. Ele n�o disse a verdade � garota", opina ela.

Mudan�as na sociedade

O caso de Victor Sorrentino aconteceu em um momento em que o Egito vive uma esp�cie de "primavera" em rela��o aos direitos das mulheres e a luta contra ass�dios sexuais, com alguns avan�os importantes — mas tamb�m com retrocessos e decep��es.

A lei que tipifica o crime de ass�dio sexual � recente, tendo entrado em vigor apenas em 2014.

Dois epis�dios recentes provocaram intensos debates na sociedade eg�pcia, e muitos dos entrevistados disseram � BBC News Brasil que a atitude de leni�ncia das autoridades em casos assim est� mudando.

Em uma rara vit�ria dos direitos das mulheres no Egito, um estudante de 22 anos foi condenado em dezembro do ano passado a tr�s anos de pris�o por assediar sexualmente duas mulheres usando as redes sociais.

Ahmed Bassem Zaki foi preso em julho no Cairo, onde estudou na faculdade de elite American University.

As acusa��es contra ele desencadearam uma campanha no estilo do MeToo, com mulheres relatando suas experi�ncias de ass�dio sexual.

O tribunal considerou Zaki culpado de enviar fotos e textos pornogr�ficos para telefones de mulheres.

O caso come�ou em julho de 2020, quando diversas mulheres postaram den�ncias an�nimas contra Zaki em uma conta do Instagram chamada Assault Police ("Pol�cia do Ass�dio").

Outro caso de enorme repercuss�o no Egito foi o suposto estupro coletivo de uma mulher no hotel de luxo Fairmont Nile City Hotel em 2014 por um grupo de homens de fam�lias poderosas que, teriam filmado e divulgado o v�deo online.


Caso de suposto estupro no hotel de luxo Fairmont, no Cairo, provocou revolta entre ativistas que lutam pelos direitos das mulheres
Caso de suposto estupro no hotel de luxo Fairmont, no Cairo, provocou revolta entre ativistas que lutam pelos direitos das mulheres (foto: AFP)

Os promotores ordenaram a pris�o de v�rios suspeitos em agosto de 2020 — mas testemunhas e outras pessoas associadas ao caso tamb�m foram detidas e supostamente submetidas a exames invasivos. Ativistas disseram que isso deu �s mulheres a mensagem de que denunciar um estupro ou atuar como testemunha pode coloc�-las em risco de pris�o.

O incidente envolvendo o m�dico brasileiro aconteceu poucos dias depois de um an�ncio que gerou revolta entre diversos grupos que lutam pelos direitos das mulheres. No dia 12 de maio, promotores no Egito arquivaram o caso do Fairmont Nile City, dizendo que n�o h� "provas suficientes". Os quatro suspeitos do caso foram libertados, disseram os promotores.

Apesar desta decis�o, alguns ativistas no Egito dizem que as atitudes em rela��o aos direitos das mulheres e � agress�o sexual est�o come�ando a melhorar. No epis�dio relacionado a Zaki, v�rias celebridades e influenciadores se manifestaram em apoio �s mulheres que faziam acusa��es contra ele.

No ano passado, a mais alta autoridade religiosa do pa�s, a mesquita Al-Azhar, divulgou uma declara��o condenando o ass�dio sexual, declarando que as roupas de uma mulher nunca poderiam ser uma justificativa para o ass�dio.

O lado do m�dico

Leia ainda: "Eu n�o suporto injusti�a", reclama m�dico preso no Egito


O Itamaraty afirmou que, por lei, n�o se pronuncia sobre casos particulares de brasileiros no exterior.

A BBC News Brasil entrou em contato via e-mail e WhatsApp com pessoas pr�ximas do m�dico Victor Sorrentino, na tentativa de conversar com ele: o advogado Paulo Uebel, amigo do m�dico, uma irm� de Victor e um contato do consult�rio do m�dico, em Porto Alegre.

At� a publica��o desta reportagem, n�o houve resposta de nenhuma das partes.

Na quinta-feira (03/06), Uebel publicou em sua conta pessoal do Instagram uma nota em portugu�s, �rabe e ingl�s com um pedido de desculpas assinado pelos familiares do m�dico, pedindo que esse conte�do fosse divulgado por todos.

https://www.instagram.com/p/CPqF08lAOgo/?utm_medium=twitter

"Nosso sincero pedido de desculpas � v�tima, fam�lia da v�tima e a todos que possam ter se sentido ofendidos", diz a nota assinada pela esposa do m�dico, Kamila Monteiro, e outros cinco familiares — mas sem a assinatura do pr�prio Victor Sorrentino.

Em um trecho em ingl�s, os familiares prometem "reparar todos os danos morais e materiais".

Desde o retorno de Sorrentino ao Brasil, sua conta no Instagram segue fechada e a fam�lia ainda n�o se pronunciou.

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