
Segundo a Folha de S�o Paulo, o m�dico tinha em seu site uma �rea reservada para agendamento de consultas em Portugal. Al�m disso, os atendimentos nas cidades de Lisboa e Portugal eram divulgados em suas redes sociais.
Por�m, a p�gina foi removida nesta sexta-feira (4/6), depois do questionamento feito pela reportagem. Ainda de acordo com a Folha, o nome de Victor Sorrentino n�o consta na lista dos profissionais que podem exercer a medicina legalmente no pa�s europeu.
A entidade respons�vel por regular o setor, a Ordem dos M�dicos, confirmou que o nome de Sorrentino n�o est� entre os profissionais registrados em Portugal.
Valida��o do diploma e palestras
Para poder atuar em Portugal, m�dicos formados em universidades brasileiras precisam passar por um rigoroso processo de valida��o do diploma. Al�m da an�lise dos documentos, eles precisam se submeter a exames te�ricos e pr�ticos.
A Ordem dos M�dicos s� pode abrir processos e punir profissionais que estejam devidamente registrados. J� den�ncias de eventual exerc�cio ilegal da medicina devem ser encaminhadas � Justi�a.
A reportagem da Folha teve acesso a e-mails trocados entre uma brasileira interessada nas consultas em Portugal e a mulher que cuidava da agenda do m�dico, no pa�s europeu.
“As consultas ser�o cont�nuas, ou seja, os profissionais vir�o de 2 a 3 vezes ao ano para Portugal, dessa forma garantindo o acompanhamento e efic�cia nos tratamentos dos pacientes”, diz um trecho da mensagem de mar�o de 2018.
Para garantir a vaga, o paciente precisava enviar o comprovante de pagamento adiantado da consulta, no valor de 350 euros.
Um m�dico portugu�s, que n�o quis ser identificado, contou que os atendimentos de Sorrentino sem diploma validado s�o conhecidos h� mais de dois anos entre v�rios profissionais do setor.
Ele relata sua indigna��o e de outros colegas, j� que, em Portugal, uma consulta com um m�dico especialista custa normalmente em torno de 100 euros (aproximadamente R$ 616) em consult�rios privados.
Al�m das consultas, o m�dico tamb�m reunia grandes grupos em palestras com ingressos pagos, que s�o eventos que n�o exigem valida��o de diploma.
Questionada pela reportagem sobre as consultas em Portugal e sobre a especializa��o m�dica de Victor Sorrentino, a fam�lia do m�dico informou, via assessoria de imprensa, que n�o vai se pronunciar sobre quest�es profissionais neste momento.
“As quest�es profissionais envolvendo o Dr. Victor Sorrentino ser�o tratadas e respondidas em momento oportuno. Neste momento, a equipe do m�dico, assim como as pessoas da fam�lia, est�o concentradas em resolver e esclarecer a situa��o ocorrida no Egito”, diz a nota.
O m�dico brasileiro tem quase 1 milh�o de seguidores no Instagram, incluindo celebridades e at� uma deputada portuguesa. A rede social de Sorrentino passou a ter acesso restrito ap�s a pol�mica no Egito.
Desde o come�o da pandemia, Sorrentino defende o uso de tratamentos comprovadamente ineficazes contra a COVID-19 e j� apoiou publicamente o uso de hidroxicloroquina contra o coronav�rus. Al�m disso, ele se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ass�dio e pris�o
O m�dico e youtuber brasileiro foi preso no �ltimo domingo (30/5), segundo informa��es divulgadas pelo Minist�rio do Interior do Egito. Ele � acusado de assediar uma vendedora da cidade de Luxor, localizada no sul do pa�s.
Em suas redes sociais, Sorrentino postou um v�deo em que faz coment�rios sexistas e de cunho sexual contra a mulher.
Logo ap�s sua pris�o, o m�dico gravou um v�deo chorando.
“Eu n�o suporto injusti�a, pessoas que n�o te conhecem falando de ti”, reclamou. No entanto, ele diz que tudo “j� passou” e afirmou: “Eu assumo tudo”.
Com a repercuss�o do caso, surgiu um novo v�deo em que o m�dico repete a mesma conduta de ass�dio, mas desta vez com uma australiana.
Nessa quinta-feira (3/6), a fam�lia do m�dico divulgou uma carta com um pedido de desculpas em ingl�s e �rabe � v�tima e ao Estado do Egito. O texto foi publicado na conta de Instagram da irm� dele, Patricia Sorrentino, e foi assinado por familiares e pela esposa, Kamila Monteiro.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira
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