Shrivastava foi um dos quase 13.000 beb�s nascidos nos Estados Unidos no mesmo dia em que a Al-Qaeda executou os ataques com dois avi�es contra as Torres G�meas de Nova York, que mataram quase 3.000 pessoas.
Poucos deles podem afirmar que sua chegada ao mundo ajudou a salvar uma vida.
Shrivastava nasceu �s 10h05 daquela ter�a-feira em um hospital de Princeton, Nova Jersey, perto de Nova York.
A Torre Sul caiu seis minutos antes e a Torre Norte do WTC desabaria pouco mais de uma hora depois.
Na sala de espera do hospital, seu pai Ashish e o irm�o dele, Manish, n�o tiravam os olhos da televis�o.
Manish, tio de Shrivastava, assistia horrorizado como a torre em que ficava o seu escrit�rio se transformava em escombros e cinzas t�xicas.
Por impulso, ele tomou uma decis�o de �ltimo minuto e cancelou uma reuni�o na torre para acompanhar o nascimento do sobrinho.
"Estamos conectados pelo destino. Somos muito pr�ximos", afirma Shrivastava sobre o tio.
Sua m�e Jaya esperava que o parto acontecesse em 21 ou 22 de setembro.
"Ele estava l� por um motivo", declarou Jaya � AFP.
Shrivastava era um menino quando ficou sabendo dos eventos catastr�ficos ocorridos no dia de seu nascimento.
Pouco antes de come�ar a frequentar a escola, seus pais decidiram contar, em linhas gerais, a hist�ria do dia, antes que ele escutasse por outras pessoas.
Para Ashish, era importante contar ao filho n�o apenas sobre a trag�dia, mas tamb�m falar sobre os "aspectos positivos" que o dia gerou: os volunt�rios, os her�is, os momentos de unidade.
Enquanto Shrivastava se prepara para completar 20 anos, ele afirma que optou por n�o celebrar o anivers�rio na data real.
"Obviamente, n�s n�o celebramos neste dia. Geralmente aguardamos alguns dias para isso", relata.
Ao inv�s de comemorar, Shrivastava geralmente � volunt�rio na organiza��o sem fins lucrativos MyGoodDeed, que oferece servi�os de caridade no dia 11 de setembro, incluindo a distribui��o de alimentos.
"Eu tentei retribuir � comunidade... obviamente para homenagear aqueles que morreram, mas tamb�m para aprender a li��o de que podemos reconstruir algo melhor", reflete.
Por meio da MyGoodDeed, Shrivastava conheceu outras pessoas nascidas em 11 de setembro. Como muitos jovens, ele gosta de jogos eletr�nicos, m�sica e leitura.
Mas o pai dele acredita que o peso da data de nascimento provocou uma maturidade prematura destes jovens em rela��o aos outros de sua gera��o.
'Conectado' a Nova York
"A maneira de pensar deles sobre a vida � um pouco diferente. E eu vejo isso de maneira muito positiva. Estes jovens realmente trouxeram um raio de esperan�a para esta sociedade", afirma Ashish.
A data de nascimento "impactou minha mentalidade sobre qual � o meu papel", destaca o jovem.
"Apenas aprendendo o que aprendi por ter nascido neste dia e como isto me formou. Isto me deu o prop�sito de, algum dia, ajudar as pessoas de alguma maneira", completa.
Shrivastava admite que n�o necessariamente abrir� um banco de alimentos ou algo parecido, mas deseja fazer a diferen�a de "forma real".
No momento ele est� concentrado nos estudos. Aceito por v�rias universidades, Shrivastava escolheu estudar a tr�s horas ao norte de Manhattan.
Depois de sua formatura em Finan�as, provavelmente em 2023, ele n�o se v� trabalhando em um local diferente que a cidade do World Trade Center.
"Sinto que estou conectado a Nova York de muitas formas", conclui.