
"O SPD, os Verdes e o FDP entraram em um acordo para um contrato comum de coaliz�o nas negocia��es e sobre uma nova alian�a de governo", acrescentou Scholz, ao prometer um governo "de igual para igual". O pacto sela a era Merkel, no poder desde 2005. A expectativa � de que o Bundestag (Parlamento alem�o) aprove o nome de Scholz e o emposse entre 6 e 9 de dezembro. Apesar de a composi��o do novo governo n�o ter sido anunciada, est� definido que os Verdes ficar�o com o Minist�rio das Rela��es Exteriores - Annalenna Baerbock � a mais cotada � chefia da diplomacia - e com uma pasta importante voltada para a prote��o clim�tica, enquanto a Christian Lindner, l�der do FDP, caber� o Minist�rio das Finan�as da maior economia da Europa.
O novo governo tripartite firmou um contrato chamado "Atrever-se a mais progresso: alian�a para a liberdade, justi�a e sustentabilidade". Na esteira da rec�m-finalizada COP26, a coaliz�o anunciou a antecipa��o do fim do uso do carv�o de 2038 para 2030. O pacto para a gest�o da Alemanha prev� a legaliza��o do uso recreativo da maconha. A venda ser� feita somente para adultos, por meio de "lojas autorizadas". "Isso permitir� controlar a qualidade, impedir a circula��o de subst�ncias contaminadas e garantir a prote��o dos jovens", afirma o acordo, que prev� uma reavalia��o do "impacto social" da lei em 2025. Segundo o site de not�cias Deutsche Welle, Robert Habeck, copresidente dos Verdes, classificou o pacto de coaliz�o entre o SPD e o FDP de "documento de coragem e de confian�a".
"Irrealista"
Diretor do Departamento de Governo Comparado da Universidade de Mannheim (a 482km de Berlim), o cientista pol�tico Marc Debus admitiu ao Correio que, at� agosto passado, a coaliz�o era considerada extremamente irrealista, dadas as posi��es muito diferentes sobre pol�tica econ�mica do Partido Democr�tico Liberal, adepto do livre mercado, e de partidos intervencionistas, como o SPD e os Verdes. "� bastante surpreendente como as tr�s partes r�pida e facilmente concordaram com um acordo de governo de coaliz�o. O que podemos esperar � uma pol�tica progressista em temas sociais, algo que n�o seria poss�vel com a Uni�o Democrata Crist� (de Merkel) como parceria de coaliz�o", comentou.
Debus adverte que a pandemia e suas implica��es ser�o um obst�culo para o governo de Scholz. "N�o apenas no �mbito econ�mico, mas tamb�m no que diz respeito �s discuss�es sobre a obrigatoriedade da vacina��o contra a covid-19. Haver� enormes conflitos sobre isso dentro da sociedade. Al�m disso, os liberais do FDP s�o c�ticos em rela��o � imuniza��o compuls�ria", lembrou. Entre as primeiras medidas anunciadas por Scholz, est� o repasse de 1 bilh�o de euros aos profissionais da sa�de "particularmente exigidos" pela emerg�ncia sanit�ria.
A nova cara do governo
Ao fim das negocia��es que culminaram na forma��o do governo de coaliz�o, os principais nomes da alian�a posaram para foto, no Centro de Conven��es Westhafen (em Berlim), ao lado de Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), o novo l�der da Alemanha. Da esquerda para a direita, aparecem Michael Kenner, diretor de gerenciamento pol�tico dos Verdes (Die Gruenen); Norbert Walter-Borjans, vice-l�der do SPD; Annalenna Baerbock e Robert Habeck, col�deres dos Verdes; Olaf Scholz; Christian Linder, l�der do Partido Democr�tico Liberal (FDP); o secret�rio-geral do FDP, Volker Wissking; e o col�der do SPD, Saskia Esken.
Eu acho...
"Apesar de Scholz ser muitas vezes visto como parecido com Angela Merkel, ele precisar� mostrar que seu estilo de governo � mais diferente e mais ativista. Isso tem que ficar evidente principalmente quando se tratar de resolver quest�es importantes, como a falta de digitaliza��o, a luta contra as mudan�as clim�ticas e o gerenciamento da pandemia da covid-19. Acredito que veremos mudan�as significativas nas pol�ticas sociais e ambientais e menos altera��es no campo econ�mico." Marc Debus, cientista pol�tico da Universidade de Mannheim, a 482km de Berlim.