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Estado de Minas SANTIAGO

Em ponto de inflex�o, Chile elege novo presidente


17/12/2021 09:08 - atualizado 17/12/2021 09:13

O Chile escolhe no pr�ximo domingo entre duas vis�es opostas de pa�s: a do deputado esquerdista Gabriel Boric, que prop�e um Estado que garanta direitos universais b�sicos, e a do advogado de extrema direita Jos� Antonio Kast, que busca restaurar a ordem sem tocar no modelo de livre mercado.

Boric (35) e Kast (55) apresentam propostas antag�nicas para os 19 milh�es de habitantes do Chile, um pa�s com fortes desigualdades cuja sociedade n�o se polarizou antes das elei��es, segundo v�rios analistas.

No primeiro turno de 21 de novembro, "ambos os candidatos somaram 54% dos votos, mas 46% dos eleitores votaram nos demais candidatos, portanto [Boric e Kast] foram for�ados a se deslocar na dire��o dos eleitores muito mais moderados ou do centro", explicou � AFP o analista Mauricio Morales, professor da Universidade de Talca.

O clamor por uma mudan�a de rumo pol�tico, econ�mico e social mobilizou os chilenos, principalmente desde a revolta social de outubro de 2019. Desde ent�o, popularizou-se o lema "n�o eram 30 pesos, eram 30 anos", referindo-se ao fato de que n�o foi o aumento das passagens que desencadeou os protestos, mas sim as tr�s d�cadas em que a desigualdade social aumentou acompanhando o crescimento econ�mico.

Mas, na campanha eleitoral, ocorreu o que Morales ironicamente chamou de "milagre". Ambos os candidatos tiveram que "modificar seus programas de governo, levando os dois at� a valorizar os �ltimos 30 anos de governos democr�ticos".

Metade dos eleitores chilenos afirma estar indecisa em rela��o � vota��o, praticamente o mesmo percentual (53%) de pessoas que n�o exerceram seu direito de voto no primeiro turno, que deixou de ser obrigat�rio em 2012.

"Isso � a grande inc�gnita para o pr�ximo domingo. Quantos indecisos que n�o votaram no primeiro turno v�o faz�-lo desta vez? Isso nos deixa diante de um fim imprevis�vel", avisa Claudio Fuentes, cientista pol�tico e professor da Universidade Diego Portales.

- Desiludido e assustado -

A desilus�o com os pol�ticos e seus partidos no Chile � outro reflexo da queda da confian�a em todas as suas institui��es, fator que alienou os eleitores.

Mas tamb�m, segundo formadores de opini�o e soci�logos, a elei��o de domingo ressuscitou um clima de plebiscito semelhante ao de 1988, quando os cidad�os tiveram que votar Sim ou N�o � continuidade do ditador Augusto Pinochet (1973-1990).

Na �poca, Kast era uma parte vis�vel do Sim; a fam�lia Boric fez campanha para o N�o. A sociedade chilena votou para se livrar do regime militar.

"Um comparecimento muito baixo [como o atual] tamb�m reflete uma esp�cie de desencanto ou desagrado com a pol�tica e as op��es dispon�veis", declarou � AFP Michael Shifter, presidente do Di�logo Interamericano, em Washington.

"As pessoas n�o s�o t�o polarizadas quanto as duas op��es pol�ticas", acrescentou Shifter, listando as quest�es que movem a maioria: estender direitos sociais e fazer reformas para melhorar a educa��o e a sa�de, "mas tamb�m querem ordem e o combate � delinqu�ncia".

O analista considera que "n�o s�o ideias contradit�rias", mas os dois candidatos promoveram essas propostas como se fossem quest�es opostas.

"H� muita desinforma��o, muito exagero, como quando dizem que Boric � outro [Hugo] Ch�vez (...) no fim das contas, a maioria dos chilenos que votar no dia 19 de dezembro o far� por medo do outro candidato, porque n�o querem um Chile mais de direita ou porque temem que Boric seja controlado pelo partido comunista e transforme o Chile em outra Venezuela", disse.

Neste segundo turno, a quest�o da "paz e ordem" penetrou profundamente na opini�o p�blica. Uma parte da sociedade censurou Boric por ter apoiado uma lei para perdoar os detidos durante os dist�rbios de 2019 sob o argumento de que s�o "prisioneiros pol�ticos".

- Pin�quio e as mentiras -

Kast, da Frente Social Crist�, venceu o primeiro turno de novembro com 27,91% dos votos; Boric, da coaliz�o Aprovo Dignidade, do qual o Partido Comunista faz parte, obteve 25,83%.

Mas, como apenas 47% dos 15 milh�es de eleitores foram �s urnas, ambos os candidatos deram guinadas para o centro e mudaram os pontos mais radicais de seus programas em pol�tica fiscal, fundos de pens�o e igualdade de g�nero.

A proibi��o de pesquisas eleitorais 15 dias antes das elei��es abriu as portas para especula��es sobre o resultado das urnas.

Nos �ltimos dias, os ataques pessoais contra candidatos, especialmente Boric, dispararam nas redes sociais.

"Existem campanhas que realmente parecem feitas pelo Pin�quio. Por isso, convidamos voc� a sempre verificar as informa��es, para n�o deix�-los contar hist�rias, para que a verdade ven�a a mentira", dizia a �ltima propaganda de Boric.


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