(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ELEI��ES

Gabriel Boric, candidato da esquerda, � eleito presidente do Chile

Ex-l�der estudantil e deputado de 35 anos derrotou na vota��o deste domingo 19/12 o candidato da extrema direita Jos� Antonio Kast, que reconheceu a derrota


19/12/2021 19:41 - atualizado 19/12/2021 21:53

O candidato presidencial chileno Gabriel Boric, do partido Apruebo Dignidad, dá seu voto durante o segundo turno da eleição presidencial em Punta Arenas, sul do Chile, em 18 de dezembro de 2021
O deputado de esquerda Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile na vota��o em segundo turno deste domingo 19/12 (foto: CLAUDIO REYES/AFP)

O deputado e ex-l�der estudantil Gabriel Boric, de 35 anos, foi eleito presidente do Chile neste domingo (19/12) com 55,85% dos votos, ap�s 98,7% das urnas apuradas, informou o Servi�o Eleitoral (Servel). O candidato de esquerda � filiado ao partido Converg�ncia Social e derrotou nesta vota��o em segundo turno o advogado de extrema-direita Jos� Antonio Kast, do Partido Republicano.

As ruas de Santiago explodiram em festa quando a vit�ria do jovem de esquerda nas elei��es presidenciais chilenas foi confirmada. "Viva o Chile!", gritavam jovens agitando a bandeira nacional nas ruas da capital Santiago ap�s as primeiras contagens irrevers�veis divulgadas pelo Servi�o Eleitoral (Servel).

Boric, que se tornou o presidente eleito mais novo da hist�ria do Chile, publicou em suas redes sociais, menos de uma hora depois de o advers�rio reconhecer a derrota nas urnas, uma mensagem curta defendendo uni�o e esperan�a para a popula��o chilena.

De inexperiente � Presid�ncia

Nascido na cidade de Punta Arenas, no extremo sul do pa�s, Boric se imp�s sobre o projeto de ordem e continuidade neoliberal proposto por seu advers�rio Kast, com um programa que promete avan�ar rumo a um Estado de bem-estar social.


Deputado e ex-l�der estudantil, ele se candidatou � presid�ncia pela coliga��o Apruebo Dignidad, que re�ne a Frente Amplio, da qual faz parte, e o Partido Comunista. No segundo turno, ele conseguiu o apoio de todos os partidos de centro-esquerda.


Apoiadores do candidato presidencial chileno Gabriel Boric, do partido Apruebo Dignidad, comemoram após os primeiros resultados oficiais do segundo turno presidencial, em Santiago, em 19 de dezembro de 2021
Apoiadores de Boric comemoraram em Santiago an�ncio da vit�ria do candidato de esquerda (foto: MARTIN BERNETTI/AFP)

Sem inten��o de liderar uma candidatura presidencial at� o ano passado por ser considerado "inexperiente", em maio, nas prim�rias da esquerda, ele surpreendentemente superou Daniel Jadue, candidato do Partido Comunista e prefeito do Bairro da Recoleta, em Santiago.


"Somos uma nova gera��o que entra na pol�tica com as m�os limpas, o cora��o quente, mas com a cabe�a fria", declarou Boric ap�s votar neste domingo em sua cidade natal.

Um funcionário eleitoral faz a contagem das cédulas após o fechamento das urnas na Escola INSUCO em Santiago, Chile, em 19 de dezembro de 2021
Contagem manual dos votos atrasou divulga��o do resultado do segundo turno das elei��es presidenciais no Chile (foto: JAVIER TORRES/AFP)


Suas propostas s�o frequentemente opostas �s de Kast, que � contr�rio ao aborto e ao casamento igualit�rio e buscava manter os pilares do sistema neoliberal imposto pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).




Boric quer garantir uma s�rie de direitos sociais, que pretende financiar com uma reforma tribut�ria que visa arrecadar mais 5% do PIB durante seu governo.


Extrema direita reconhece derrota

Kast reconheceu a derrota nas urnas e telefonou para o advers�rio para parabeniz�-lo pela vit�ria em uma das elei��es mais disputadas dos �ltimos anos no pa�s. "Acabei de falar com @gabrielboric e o parabenizei por sua grande vit�ria. A partir de hoje ele � o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colabora��o construtiva. Chile sempre em primeiro lugar", escreveu Kast em sua conta no Twitter.


 

Calor, falta de �nibus e longas filas

O domingo foi marcado por uma vota��o que durou 10 horas em um dia de altas temperaturas no pa�s, problemas no transporte p�blico e muita pol�mica envolvendo longas filas que se formaram nas se��es eleitorais do pa�s de 19 milh�es de habitantes.

Em um dia de primavera, com temperaturas de at� 35 graus Celsius, grandes aglomera��es foram registradas nos pontos de transporte p�blico, principalmente pela manh�, quando muitos tentaram se adiantar para evitar o calor e n�o encontraram �nibus.


As pessoas votam em uma assembleia de voto em Paine, durante o segundo turno da eleição presidencial no Chile, em 19 de dezembro de 2021
Vota��o em segundo turno no Chile neste domingo 19/12 foi marcada por longas filas e falta de �nibus (foto: JAVIER TORRES/AFP)

Nas redes sociais e na imprensa, eleitores denunciaram a falta de �nibus em um dia em que o governo havia prometido aumentar a frota.

O governo, por sua vez, garantiu que n�o houve problemas com o transporte, mas no final da tarde a ministra da pasta, Gloria Hutt, pediu desculpas.

Mais de 15 milh�es de cidad�os foram convocados �s urnas para escolher o sucessor de Pi�era.

Renova��o da Constitui��o

O Chile atravessa profundas mudan�as desde 2019, quando surgiram grandes protestos - alguns muito violentos - exigindo maior igualdade e direitos sociais.


A chamada "explos�o social" desencadeou um processo de elabora��o de uma nova Constitui��o para substituir aquela promulgada durante a ditadura de Pinochet.

A conven��o que redige o novo texto, dominada por representantes de esquerda, deve concluir seus trabalhos em meados do pr�ximo ano, sob o olhar do novo presidente.

Apoiadores do presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, comemoram após os resultados oficiais do segundo turno da eleição presidencial, em Santiago, em 19 de dezembro de 2021
Milhares de apoiadores tomaram as ruas de Santiago ap�s o an�ncio da vit�ria de Boric (foto: CLAUDIO REYES/AFP)

 

Nunca antes, desde o retorno � democracia, em 1990, haviam disputado a vota��o final candidatos que n�o pertencem nem � antiga Concertaci�n, coaliz�o de partidos de centro-esquerda, nem � Alianza, coaliz�o de direita.

A campanha teve um tom bastante polarizado e com ampla circula��o de not�cias falsas. "Esta campanha foi encarada pela classe pol�tica da pior forma (...) com uma imagem de polariza��o que � bastante enganosa", disse � AFP o analista pol�tico Marcelo Mella, da Universidade de Santiago.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)