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Estado de Minas WASHINGTON

Sem controle, Telegram prospera na batalha de desinforma��o na Ucr�nia

A conta falsa de Zelensky atingiu 20 mil seguidores no Telegram antes de ser encerrada, uma a��o corretiva que, segundo especialistas, � rara


09/03/2022 17:13 - atualizado 09/03/2022 17:13

Kharkiv bombardeada
A pra�a central da segunda cidade da Ucr�nia, Kharkiv, foi bombardeada com o avan�o das for�as russas (foto: Handout / UKRAINE EMERGENCY MINISTRY PRESS SERVICE / AFP )
Dois dias ap�s a R�ssia invadir a Ucr�nia, uma conta na plataforma de mensagens Telegram se passou pelo presidente Volodymyr Zelensky e instou suas for�as armadas a se renderem.

 

 

 

A mensagem n�o era aut�ntica, e o verdadeiro Zelensky logo negou o pedido em seu canal oficial do Telegram, mas o incidente evidenciou um grande problema: a desinforma��o que se espalha rapidamente, sem controle, neste aplicativo criptografado.

A conta falsa de Zelensky atingiu 20 mil seguidores no Telegram antes de ser encerrada, uma a��o corretiva que, segundo especialistas, � rara.

De acordo com Oleksandra Tsekhanovska, chefe do Grupo Anal�tico de Guerra H�brida do Centro de M�dia de Crise da Ucr�nia, com sede em Kiev, os efeitos s�o tanto de curto quanto longo alcance.

"Para o Telegram, a presta��o de contas sempre foi um problema, por isso era t�o popular, mesmo antes da guerra, em grande escala com extremistas de direita e terroristas em todo o mundo", disse ele � AFP de sua casa nos arredores da capital ucraniana.

 

 

 

O Telegram tem 500 milh�es de usu�rios, que compartilham dados individualmente e em grupos com relativa seguran�a. Mas o uso do app como um canal de transmiss�o unidirecional, no qual seguidores podem receber informa��es, mas n�o responder, significa que o conte�do de contas n�o aut�nticas pode facilmente alcan�ar grandes p�blicos.

Not�cias falsas costumam ser divulgadas por meio de grupos p�blicos ou chats, com efeitos potencialmente fatais.

"Algu�m se passando por um cidad�o ucraniano simplesmente entra no chat e come�a a espalhar informa��es erradas ou coletar dados, como a localiza��o de abrigos", explicou Tsekhanovska, que apontou que mensagens falsas levaram ucranianos a desligar seus telefones em um hor�rio espec�fico da noite, sob o argumento da ciberseguran�a.

 

 


Tal medida pode colocar as pessoas em risco, pois os cidad�os recebem avisos sobre ataques a�reos por meio de alertas em seus celulares.

- Frouxo e ausente -

Al�m disso, a arquitetura t�cnica do Telegram limita a capacidade de deter a dissemina��o de informa��es falsas: a falta de um fluxo p�blico de mensagens e o fato de os coment�rios poderem ser facilmente desabilitados nos canais reduzem o espa�o para reclama��es.

Embora alguns canais tenham sido removidos, analistas consideram o processo de repara��o pouco transparente e insuficiente.

"H� um contraste gritante com a forma como outras empresas s�o administradas hoje", observou Emerson Brooking, especialista em desinforma��o do Laborat�rio de Pesquisa Digital Forense do Atlantic Council.

O WhatsApp, servi�o de mensagens rival, introduziu algumas medidas para combater a desinforma��o no come�o da pandemia de covid-19. Restringiu o n�mero de vezes que um usu�rio pode encaminhar algo e desenvolveu sistemas automatizados que detectam e sinalizam conte�do censur�vel.

Ao contr�rio dos gigantes do Vale do Sil�cio, como Facebook e Twitter, que t�m programas muito p�blicos contra a desinforma��o, "o Telegram � notoriamente frouxo e ausente em sua pol�tica de modera��o de conte�do", afirmou Brooking.

Consequentemente, na pandemia, muitos rec�m-chegados ao Telegram, entre eles ativistas antivacina de destaque, se viram amparados pelo descontrole para compartilhar informa��es falsas sobre vacinas, segundo um estudo do Instituto para o Di�logo Estrat�gico.

- "Mais proativo" -

Diferente do Facebook, Google e Twitter, o fundador do Telegram, o russo Pavel Durov, administra sua empresa em relativo sigilo em Dubai.

No entanto, em 27 de fevereiro, ele admitiu por meio de sua conta, em russo, que "os canais do Telegram est�o se tornando cada vez mais uma fonte de informa��es n�o verificadas relacionadas" ao conflito na Ucr�nia.

Ele inicialmente chegou a dizer que restringiria alguns canais na R�ssia e na Ucr�nia "durante o conflito" devido � impossibilidade de verificar o conte�do de todos eles, mas mudou sua posi��o depois que muitos usu�rios reclamaram, alegando que o Telegram era uma importante fonte de informa��o.

Oleksandra Matviichuk, advogada em Kiev e diretora do Centro para as Liberdades Civis, classificou a posi��o de Durov como "muito fraca".

"� preciso come�ar a ser mais proativo e encontrar uma solu��o real para essa situa��o, e n�o ficar parado sem interferir. � uma postura muito irrespons�vel por parte do dono do Telegram", disse.

Nos Estados Unidos, a menor utiliza��o do Telegram o ajudou a evitar o escrut�nio do Congresso, mas o assunto n�o passou despercebido.

Alguns usaram a plataforma para se organizar antes do ataque contra a sede do Congresso dos EUA no in�cio de janeiro de 2021, e no m�s passado o senador Mark Warner enviou uma carta a Durov pedindo-lhe que freasse as opera��es de informa��es russas no Telegram.


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