
"Quando a guerra come�ou, perdemos a maior parte de nossas atividades. Em poucos dias, nos organizamos para transportar ajuda humanit�ria", explica Natalia Brandafi, chefe de opera��es da Meest-America.
Leia: Os 13 ucranianos que n�o morreram na Ilha das Serpentes: exemplo de desinforma��o de guerra
Diante dela e ao longo de mais de 30 estantes de madeira de cor laranja, h� centenas de pacotes e cartas. Em tempos normais, eram presentes e correspond�ncias que a di�spora enviava para o seu pa�s. "Mas tudo ficou completamente bloqueado por causa da guerra", conta Brandafi, enquanto um r�dio toca ao fundo com informa��es em ucraniano.
- Material m�dico -
Stephanie Domaradsky, 23, trabalha com cerca de vinte outros volunt�rios ao longo de uma linha de produ��o rudimentar montada com placas de pl�stico. Centenas de caixas s�o enviadas por particulares, associa��es e igrejas ucranianas da regi�o.
Cada pacote � aberto e tem seu conte�do verificado para retirar produtos perec�veis, aeross�is e �lcool. �s vezes, um desenho infantil � adicionado antes de fechar a caixa e coloc�-la no pallet correto.
"Isto � para crian�as, roupa de beb�, fraldas; aqui temos sacos de dormir, cobertas, almofadas", descreve Domaradsky. Al�m disso, "roupas, alimentos, produtos de higiene" e, o mais importante, material m�dico, que inclui ataduras, compressas, suturas, pomadas contra queimaduras, analg�sicos.
A Meest tamb�m conseguiu, em tempo recorde, uma licen�a para exportar material militar leve e n�o letal, como coletes � prova de balas e capacetes.
- Estresse -
"Ficar em casa e ver as informa��es durante horas n�o me faz nada bem. Prefiro vir aqui e dar uma m�o", conta a jovem Stephanie, filha de pais ucranianos nascida nos Estados Unidos, onde acaba de obter seu diploma de engenheira.
"Tenho primos [na Ucr�nia]. Normalmente viviam em Kiev, mas est�o tentando ir rumo ao oeste, apesar do perigo que representa estar nas estradas neste momento. Ontem tive not�cias deles", comenta.
"Todo o mundo est� estressado. Alguns de nossos funcion�rios v�m de cidades que j� foram bombardeadas", diz Natalia Brandafi. Na segunda-feira, uma voluntaria desabou. "Tinha acabado de receber uma chamada de sua irm� na Ucr�nia para lhe informar que seu sobrinho tinha morrido em Sumy", uma cidade do nordeste do pa�s que � palco de violentos combates e alvo de bombardeios a�reos russos. "Ele tinha 28 anos", acrescentou Brandafi.
- Perigoso -
Na semana passada, a Meest enviou 120 toneladas de ajuda por avi�o e depois por estrada a tr�s organiza��es de caridade ucranianas "com as quais trabalhamos", diz a chefe de opera��es.
Para a respons�vel de recursos humanos Myroslava Downey, um dos desafios "� levar o material para a Ucr�nia e transport�-lo por caminh�o no pa�s".
"Nossos caminhoneiros trabalham em condi��es extremamente perigosas. Podem ir para uma �rea que hoje � segura, mas a situa��o muda a cada dia", explica esta engenheira de 59 anos, que tamb�m � oriunda da Ucr�nia.
Para a Meest, o desafio tamb�m � financeiro. A empresa pede doa��es para cobrir os gastos de frete.
"Temos uma �tima solu��o log�stica porque enviamos este material e pacotes h� muitos anos", explica Myroslava Downey. "Mas quando fretamos um avi�o � preciso pagar."